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Subject: Silêncios ensurdecedores


Author:
António Vilarigues (Jornal do Centro, 11.07.2008)
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Date Posted: 12/07/08 19:37:25

1. A semana passada o Banco Central Europeu (BCE) decidiu-se por uma nova subida das taxas de juro de referência. Trata-se da 9ª em pouco mais de dois anos, fixando-se agora em 4,25 por cento. Tal decisão constitui um novo factor de penalização para os trabalhadores, as populações e os micro pequenos e médios empresários (MPME´s). Corresponde às pretensões de concentração e acumulação capitalista por parte dos grandes grupos económicos e do capital financeiro. Mas penaliza as economias mais frágeis e dependentes como é o caso da portuguesa.

Vivemos um quadro económico e social em que se avolumam as dificuldades para fazer face ao desemprego, à precariedade, aos baixos salários e à subida generalizada dos preços. Neste contexto esta decisão traduz-se num novo agravamento das suas condições de vida das famílias portuguesas, em particular das que possuem empréstimos à habitação. Recorde-se que o nível de endividamento atinge já hoje 129 por cento do rendimento disponível das famílias.

No plano das empresas e da economia nacional o panorama não é melhor. O seu nível de endividamento atinge já hoje 114 por cento do PIB. Esta medida por um lado, vem colocar um novo garrote às MPME´s. Por outro, vem acentuar a tendência (que se vinha verificando desde o 1º trimestre de 2007) de agravamento do deficit da balança comercial e da dependência do país. Acresce que este aumento das taxas de juro traz por arrasto uma sobrevalorização do euro.

O silêncio do Governo PS face a esta medida e ao escândalo dos lucros fabulosos que o sistema bancário vem acumulando nos últimos anos à custa da degradação da situação financeira das famílias e das empresas é ensurdecedor. Confirma a sua cumplicidade e indiferença perante as decisões do BCE e as graves implicações para o país. Saliente-se que só nos últimos 4 anos (de 2004 a 2007) os lucros do sistema bancário cresceram 155,4 por cento, atingindo em 2007 os 4,467 mil milhões de euros.

2. O Grupo Parlamentar do PCP apresentou no passado dia 4 um voto de congratulação na Assembleia da República sobre «Ingrid Betancourt em liberdade». Quase todos os meios de comunicação social fizeram cair sobre este voto um inqualificável manto de silêncio ensurdecedor, muito próximo da censura. O que noticiaram foi, em geral, claramente manipulado. O que só pode ser explicado pelo anticomunismo mais primário.

E no entanto nesse voto referia-se que: «Após seis anos de cativeiro na selva, é motivo de justa satisfação o regresso à liberdade de Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial colombiana.». E após uma série de considerandos, que podem ser lidos em http://www.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=32193&Itemid=196,terminava:

«1. Congratula-se pelo regresso à liberdade de Ingrid Betancourt.

2. Exprime o seu desejo de que a liberdade de Ingrid Betancourt possa contribuir para um caminho de paz para a Colômbia.

3. Apela às partes envolvidas para que encetem negociações no sentido da libertação de todos os prisioneiros.

4. Valoriza todos os esforços orientados para alcançar uma solução política negociada.

5. Apela às partes para que se empenhem na busca de uma solução política negociada do conflito, que dura há mais de quatro décadas.

6. Manifesta-se pelo respeito da soberania do povo colombiano na definição dos destinos do seu país.»

A quem incomodam estas palavras?

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