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Subject: Re: A ESQUERDA MODERNA - Alguns reparos


Author:
Guilherme da Fonseca Statter
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Date Posted: 28/02/08 12:10:16
In reply to: Fernando Jose Penim Redondo 's message, "A ESQUERDA MODERNA" on 28/02/08 0:56:08

Sem me dirigir em concreto ao que escrevem Vital Moreira, Paulo Varela Gomes ou Penim Redondo, ocorrem-me alguns considerandos, muito ao estilo "à mesa do café".
No que respeita à Europa e à modernização...
1. A própria ideia de "modernidade" e "modernização" é de origem e continua a ser cultivada sobretudo na Europa (a original e a alargada (países de colonização europeia)).
A Ásia - e o mundo Islâmico - desde há muitos séculos que consideram o mundo e a humanidade como coisas que "estão", não como coisas que "evoluam" (num qualquer sentido de "progresso").
2. Associam-se a "modernidade" e "modernização" (aqui - na Europa e hoje na Ásia) conceitos como "igualdade de direitos", "universalidade de direitos", (a "Declaração Universal..." e etc... são de origem europeia), quer entre povos e nações, quer entre pessoas e géneros.
3. Associam-se também a modernidade ideias como "desenvolvimento científico", "progresso tecnológico" e "desenvolvimento social e económico". Tudo conceitos originados e continuados na Europa (e suas "filiais"...)
4. Quando se procura fazer uma avaliação quantitativa de como estamos relativamente a alcançarmos (todos, a Humanidade...) os objectivos subjacentes ou inerentes àqueles conceitos, verificamos:
- No plano científico, a coisa mais importante neste momento é capaz de ser o encontrar uma "nova" fonte de energia não poluente. O mais gigantesco empreendimento tecnológico em qualquer campo - incluindo a Estação Espacial Internacional - é (dizem...) a "fusão nuclear". Onde está? No Sul de França com apoios da China, Rússia e Japão.
- A www foi desenvolvida no CERN
- No que respeita a "igualdade de género" e "pessoas em geral", os países com maior participação das mulheres em tudo que é social e económico, são claramente os países europeus. No que respeita à "igualdade" no plano económico, os países com os melhores indíces de Gini, são os países europeus - em geral e os Nórdicos em particular.
No que respeita a uma eventual comparação da modernidade na Europa e nas suas "filiais" (em particular os EUA), é preciso não confundir "modernidade" com "poder politico-militar". Se há mais patentes e outras coisas do estilo nos EUA que na Europa, tal deve-se ainda e em grande parte à continuada "fuga de cérebros da Europa (mas não só) para os EUA. Onde, com os dinheiros em dívida (que não pagam) os EUA vão pagando mais e melhor aos cientistas que nós (mas não só) formámos e depois para lá deixámos ir. Ou seja, somos mais modernos e eficientes na formação de cientistas e, eventualmente, ainda nos acusarão de sermos mais atrazados (ou "menos modernos") do que outros...
No que respeita ao "Estado Social"...
1. Colocar o problema como uma opção entre "neo-liberalismo" e "Estado Social" é conceber um cenário em que, por um lado há "ESTADOS" (a sério, consolidados, etc...) onde se pratica (ou não) a política intervencionista (por parte do Estado) ou, em alternativa, o "laissez-faire, laissez passer" do liberalismo; e, por outro lado, há empresas que não têm nada a ver com o Estado. Ou, em alternativa, grande intervenção do Estado na economia (posse, controle, dirigismo).
2. Nesse cenário, de facto, pode-se discutir se o Estado deve ou não intervir, se deve ou não re-distribuir melhor a riqueza, deve ou não garantir uma maior "homogeneidade social", etc. Se cobra bem os impostos, se funciona bem a administração, o ensino, a saúde pública, a Justica...
Se há ou não eficiência desse Estado até em comparação com outros Estados...
MAS... Há sempre um "mas"...
Esse cenário já foi.
3. Um outra forma de vermos o problema é o desaparecimento (fragilização, dizem alguns analistas... do(s) Estado(s) e a ascendência (até agora) incontida do controle da vivência social por parte dos "Mercadores" (que é como quem diz (as grandes TNC's).
A ideia de Marx de que no capitalismo o Estado era o conselho de administração da burguesia, está agora plenamente realizada ou concretizada.
A burguesia é verdadeiramente transnacional (a "classe executiva" como lhe chama o Mintzberg) e exerce o seu poder através de um "Conselho de Administração": O tal "Estado" hoje chama-se "Consenso de Washington" e tem três pilares: o FMI, o Banco Mundial e a OMC.
Neste cenário há também uma espécie de poder alternativo: as Nações Unidas. Sempre houve poderes alternativos... a(s) Igreja(s)... Hoje a ONU é uma espécie de igreja laica que vai pregando a fraternidade entre os povos. Mas o poder está naquele "trio maravilhas". E depois vai havendo umas rebeliões... Na América Latina, em sentido "modernizador" (a herança cultural europeia...). No mundo islâmico, cheira-me que com sentido profundamente recacionário. Mas não estou seguro. Na Ásia, a modernidade é profundamente superficial (atenção, no sentido em que "dá nas vistas"...). Resta saber qual será o peso que sobra ali, da hernaça cultural budista e confucionista.
A respeito de "Esquerda Moderna"
Poderia resumir-se a "isto": recuperar ou reconquistar o predomínio da "Política" sobre a "Economia".
A - Reforçar a capacidade de intervenção dos Estados.
Face à dimensão do poder das TNC's, e como aliás recomenda a tal "igreja laica" (a ONU...) criar espaços regionais consolidados no plano político e económico: o Mercosul, a UE, a União Africana... Mas aí o proble é de passar do "folclore mediático" para as realizações concretas.
Há esboços aqui e ali, mas a coisa é muito, muito lenta.
Importa é não perder de vista o objectivo estratégico.
B - Reforçar o poder de intervenção económica da ONU...
Por exemplo acabar com a OMC e devolver esses poderes ao ECOSOC... Em suma criar ("grão a grão enche a galinha o papo") um embrião de governo mundial. Ah, e sobretudo acabar com os paraísos fiscais.
Eu sei, " se a minha avó tivesse asas, voava".

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Subject Author Date
Re: A ESQUERDA MODERNA - dois esclarecimentos e um acréscimoGuilherme da Fonseca Statter29/02/08 15:31:17


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