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Subject: Opositores russos lutam pela sobrevivência - não, não falamos de Kasparov


Author:
Kathleen Gomes (Público, 06.12.2007)
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Date Posted: 6/12/07 19:26:39

Opositores russos lutam pela sobrevivência - não, não falamos de Kasparov


Os dois únicos partidos democratas que concorreram às eleições russas de domingo não chegaram aos dois por cento. Como é fazer oposição na Rússia de Putin?


Aos olhos de um russo, o tratamento que os media ocidentais têm dedicado a Kasparov raia a obsessão
a Para o bem ou para o mal, por estes dias, o rosto da resistência anti-Putin tem sido o de Kasparov.
Aos olhos de um russo, o tratamento que os media ocidentais têm dedicado a Kasparov raia a obsessão. O que pensariam se um jornal russo dedicasse metade da sua primeira página a um candidato político no vosso país que representa zero-vírgula-qualquer-coisa? Estamos conversados.
Alexei Melnikov não é campeão de xadrez, não esteve na prisão durante a campanha eleitoral, não tem apartamento em Manhattan: as hipóteses de ele aparecer na revista The New Yorker são uma num milhão - e é um cálculo optimista. (E não, não foi ele que fez o comentário acima sobre Kasparov: é um discurso demasiado aguerrido para este homem moderado.)
Melnikov é um dos dirigentes de um partido da oposição que não existe - não existe porque a imprensa não fala dele, não existe porque os russos o ignoram ("não há oposição", dizem), não existe porque só teve 1,6 por cento nas legislativas de domingo.
Claro que existe: estamos na sede do partido Iabloko, no centro de Moscovo, onde Melnikov, 43 anos bem disfarçados pelo seu ar de rapaz, nos recebe.
"Somos como um exército que faz a guerra com poucas munições", diz. É uma maneira de descrever o que é fazer oposição na Rússia de hoje. "Sem dinheiro, sem acesso à comunicação social, sem tribunais imparciais e sem eleições justas."
Como todos os partidos anti-Putin, incluindo os comunistas - a única oposição que o regime poderá encontrar no Parlamento -, o Iabloko clama que os resultados oficiais não correspondem ao seu eleitorado concreto.
"Não consideramos que a contagem de votos seja um indício objectivo da nossa influência." Aliás, acrescenta Melnikov, até ficaram admirados por terem um milhão de votos. Este ano, nota, houve inovações. Não foram só as administrações públicas que intimidaram os funcionários. "Desta vez, até as empresas privadas obrigaram as pessoas a votar - no partido do poder, obviamente."
Melnikov relata um episódio "anedótico" ocorrido durante a campanha. "Um apoiante quis fazer uma contribuição financeira para o nosso partido e no seu banco, que é privado, perguntaram-lhe: "Tem a certeza? Quer mesmo transferir o dinheiro para este partido e não para o Rússia Unida [de Putin]?""

Abaixo dos 2 por cento
Como é ser oposição na Rússia de hoje? "Não é aborrecido", graceja Leonid Gozman, 57 anos, "número três" do SPS, União das Forças de Direita, e administrador da companhia de electricidade russa (uma das maiores a nível mundial, sublinha). "Fomos o alvo de todos os media oficiais, de todos os canais de televisão estatais, de agentes de comunicação dispostos a tudo e do senhor Presidente." Do próprio Putin? "Sim. Declarou que éramos os inimigos da nação."
Dos 11 partidos que concorreram às eleições parlamentares, só dois, o SPS e o Iabloko, defendiam ideais democráticos liberais. Os conceitos fazem pouco sentido na Rússia, mas arrisque-se: o Iabloko é centro-esquerda, o SPS é centro-direita, liberal no plano económico mas mais conservador a nível social.
O SPS obteve um por cento da votação no domingo. "Pessoalmente, acho que o nosso resultado deve estar entre os quatro e os nove por cento", diz Gozman.
Mas para o eleitorado a imagem que fica dos resultados é de que estes dois partidos estão ainda mais enfraquecidos. Como diz uma jornalista russa que não quer ser identificada: "A boa notícia dessas eleições é que Putin não obteve o resultado estrondoso que alguns de nós temiam. Dada a pressão a que a campanha foi sujeita, como uma espécie de tudo ou nada, houve quem dissesse que ia ter 80 por cento. A má notícia é que a oposição democrática não chegou aos dois por cento. Isso mostra como está fraca e vulnerável."

Velhos e novos democratas
Gozman não fala de derrota, mas de "vitória moral". "Porque nós dissemos a verdade."
De cada vez que se pronuncia a palavra "democrata", são duas as reacções mais prováveis na Rússia: o termo é imediatamente associado à era Ieltsin, cuja "terapia de choque económica" afectou três quartos da população russa, em nome da "democracia" - não, obrigado; ou então é visto como uma imposição do Ocidente, uma ingerência externa na política doméstica - não, não, obrigado.
A analista Lilia Shevtsova defende que existe "uma minoria liberal silenciosa", não tão minoritária porque sondagens recentes revelam que um terço da população acredita em princípios democráticos. Só que, nestas eleições, essa "vasta minoria" ficou em casa porque está cansada dos partidos democráticos na sua forma actual. "Querem um novo programa, novos líderes." Analistas como Shevtsova argumentam que a pesada derrota do Iabloko e do SPS são uma oportunidade para refundar e modernizar a oposição democrática na Rússia.
"Qualquer derrota é um impulso para mudar alguma coisa", reconhece Melnikov. Mas também diz: "Muitos analistas não percebem que estamos a enfrentar um adversário cem vezes mais forte do que nós. Ser uma força liberal democrática no nosso país é lutar pela sobrevivência."

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Subject Author Date
Amor com amor se paga !Alvarado (Pagamento com juros !) 6/12/07 21:29:26
De superficialidade em superficialidade, até à banalidade final...Guilherme da Fonseca Statter 7/12/07 10:45:07


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