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Date Posted: 22:25:13 09/26/01 Wed
Author: Dil
Subject: As polegadas do Chevrolet.... ou "Tinha bububú no bobobó"

Date Posted: 03:31:00 09/22/01 Sat


Em 1954, Martha Rocha iniciou uma saga que nós já conhecemos, mas que é uma fonte inesgotável de memórias, lendas, verdades e meias-verdades que constituem o folclore do Miss Brasil.
A geração de misses dos anos 50 foi referência para quase tudo que acontecia no país, mas Martha virou mito nacional.

A Chevrolet americana lançava em 1954, uma extensa linha de utilitários, denominada 3100, na qual se destacava uma picape bonita e cheia de curvas.Adivinhem que apelido ela ganhou?

Martha virou nome de ônibus, torta, drink e outros delírios do imaginário nacional...
Ah, também foi o nome de uma pedra descoberta em 1955, em Teófilo Otoni, "o maior cristal do mundo..". Martha Rocha, a pedra, acabou então depositada no Banco de Crédito Real de Minas Gerais.
Na gíria do futebol, um jogador mais bonito era chamado de, bem, Martha Rocha, algo sempre meio dúbio e que nem sempre agradava ao rapaz...


Era inevitável: Martha com Emilinha, rainhas do rádio, da beleza, de um Brasil que cabia todo na revista O Cruzeiro.

O segundo lugar no Miss Universo serviu até de inspiração de uma marchinha que foi gravada pela própria Marta, sucesso no carnaval de 1955.
“Por duas polegadas a mais
Passaram a baiana para trás.
Por duas polegadas
E logo nos quadris
Tem dó, tem dó,
seu juiz.”

“Nem eu mesma soube se essa história das duas polegadas teria sido verdade mesmo”, diz em Marta Rocha – Uma autobiografia, ditada a Isa Pessôa.
“Ninguém nunca me apresentou uma versão convincente sobre o detalhe que ficaria famoso – aquele que foi sem talvez nunca ter sido. Nos Estados Unidos, nunca ninguém me tirou as medidas.”
A verdade foi reposta no livro O império de papel, recém-publicado pelo jornalista Accioly Netto, na época diretor da revista O Cruzeiro. As duas polegadas foram acrescidas à crônica do concurso pela imaginação do repórter João Martins. Nos Estados Unidos, Martins combinou a cascata com outros jornalistas brasileiros. “Na volta, todos os presentes à reunião guardaram omaior segredo sobre a mentirinha”, relata Accioly.

A edição de 25 de julho de 1954 do Diário de Pernambuco publicava:
Miss Brasil rejeita Hollywood
LONG BEACH, 24 - Miss Brasil, senhorita Marta Rocha, chorou quando soube que havia ficado em segundo lugar no concurso mundial de beleza. Mas depois de alguns momentos recuperou a calma e abraçou a rival triunfante, miss Estados Unidos. Dizem os observadores que se Marta Rocha tivesse querido se submeter a uma dieta especial, teria ganho o concurso de Miss Universo. Afirmam que, já durante a semana passada, o sr. Fábio Ramos, organizador da viagem de miss Brasil, advertiu à famosa jovem de que sua rival norte-americana venceria, pelas proporções físicas mais perfeitas, se [Marta] não tomasse providências. Mas a beldade baiana não lhe deu crédito, deixando de corrigir suas formas.... Por outro lado, os organizadores do concurso de beleza universal estão ante um novo problema criado pela decisão de Marta Rocha em não aceitar um contrato para trabalhar no cinema."

Menos de um mês depois, Getúlio Vargas suicidava-se e o Brasil não seria mais o mesmo. Martha, ao contrário do mito Getúlio, não saiu da vida para entrar na história. Simplesmente passou a ser parte da vida brasileira e, de uma modo singular, também entrou para a História.


fontes:
www.igutenberg.org
www.pickupecia.com.br
www.t-otoni.com.br
www.pernambuco.com

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