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Date Posted: 13:38:55 09/08/01 Sat
Author: MBMB
Subject: ESPECIAL JUNHO/JULHO IV - FROM MIAMI WITH LOVE!

Author:
EQUIPE MBMB

Date Posted: 01:29:06 07/09/01 Mon

Tudo aconteceu em Miami



O que as vitórias de Linda Bement e Yvonne Ryding tem em comum, pode parecer somente especulações – afinal, dois tipos de beleza opostas, escolhidas em duas épocas totalmente diferentes. Mas, ambas – eleitas em Miami - levavam para seus países o terceiro título de Miss Universo. Em 1960, o concurso se realizava pela primeira vez na Flórida, após uma carreira de oito anos de sucesso em Long Beach; em 1984, voltava depois de um intervalo de treze anos viajando pelo mundo.


Em 1960 o concurso estreava em Miami Beach; em 1984, voltava depois de treze anos


Diferenças a parte, o concurso de 1960 foi muito criticado pela desorganização do evento. Em 1984, o concurso voltava com força total, recebendo a atenção da mídia por haver se tornado um show milionário. A revista Forbes, em edição de julho de 84, apontava aos números astronômicos gerados pelo Miss Universo. Também, se acalmavam os protestos feministas contra o concurso – muitas vezes chamado de “açougue de mulheres” – e, a líder feminista Susan Brownmiller, fez uma declaração surpreendente: “Devo admitir que esses concursos exercem sobre mim um fascínio mórbido, e assisto a todos”!


Política não poderia deixar de estar presente. Correm boatos de que Linda Bement, mais do que simples representante do estado de Utah – e antevendo o filme Miss Congeniality -, se tratava de uma espião inserida pela CIA no concurso. Em tempo de Guerra Fria, Miss Bement aproveitaria o título para recolher informações secretas. Já 1984, se chamava a atenção para a participação de duas representantes comunistas no Miss Universo: Joanna Karska da Polônia e Janka Borojevic, croata que representava a Iugoslávia. Apesar do boicote do bloco socialista as Olimpíadas de Los Angeles, elas tiveram permissão para desfilar em Miami, mesmo com declarações de pessoas envolvidas na organização do Miss Universo que se mostravam totalmente contra a presença de “vermelhas” no concurso.




Em ambos os concursos muita gente ficou insatisfeita com a maneira como as finais foram realizadas. Em 1960, muitos espectadores pediram a devolução do dinheiro, porque as câmeras da CBS atrapalharam a visão, num ano em que a empresa anunciou a maior audiência do programa nos EUA, atingindo 60 milhões de espectadores. Em 1984 - com uma audiência mundial estimada em 600 milhões -, muita gente que pagou ingresso para as finais no James L. Night Center saiu frustrada. Achando que tinham ingresso para a platéia, mais de 500 pessoas foram colocadas numa sala lateral onde o show era visto num telão - e segundo alguns, com imagens de péssima qualidade.

Apesar de duas indiscutíveis belezas, Linda Bement e Yvonne Ryding deixaram as favoritas ao título a ver navios. Linda bateu a belíssima romana Daniela Biachi que mais tarde chegaria ao cinema e atuou num dos clássicos de James Bond: “From Rússia with Love”. Filha de um militar italiano, Daniela abandonou as telas em 1970 quando se casou com um armador genovês e teve um filho.



Yvonne confirmou a preferência das louras em 1984. A enfermeira sueca, que desfilou um vestido que mais parecia um chambre, deixou para trás duas fortes candidatas: Susana Caldas (Colômbia), favorita do público; e, a “vavavunesca” Carmen Maria Montiel (Venezuela), que nem só o nome tinha em comum com a lendária Sarita Montiel.

Outra grande fofoca de 1984 foi o cancelamento da festa organizada pelo milionário colombiano Baruch Vega em homenagem as candidatas. Depois que mais de 500 convites foram distribuídos, passagens aéreas enviadas a várias celebridades e montado um grande estoque de champagne e caviar; a organização cancelou a presença das misses alegando suspeitas quanto ao passado criminoso do anfitrião. Vega entrou com um pedido de indenização moral e econômica de 11 milhões de Dólares. Artifícios de beleza não faltaram em 1960 – nada de cirurgias plásticas -, vinte candidatas ao título de Miss Estados Unidos resolveram dar proporções novas aos dotes da natureza com enxertos nos trajes de banho. Uma funcionária da fábrica de maiôs que patrocinava o concurso deu o alarme. As imaginosas desistiram!


Myint Myint May da Birmânia, foi a candidata mais tímida de 1960. Quando se preparava para provar o maiô, pontuou que seus conterrâneos falariam mal dela se a vissem em tão escasso traje. Mrs. May, também foi a única candidata que não teve room-mate, os costumes da Birmânia impediam que uma moça trocasse de roupa na frente de outras pessoas. Já, Nilmini Iddamaigoda de Sri Lanka, abandonou o concurso de 1984 depois das preliminares. Sem os mesmos argumentos de Myint May, sentia muitas saudades de casa e peneirou antes das finais.



Em 1960, à belíssima Stella Márquez saiu de Miami com um honroso sexto lugar; foi direto para Long Beach onde se tornou a primeira Miss International da história. Em 1984, doze misses puderam ser vistas novamente no Miss World daquele ano. Surpresa foi Brigitte Berx da Alemanha, que de sexto lugar em Miami, nem chegou as semifinais em Londres. Inesquecível, mesmo, foi Nancy Neede, a primeira candidata negra enviada pela Holanda. Marcou o ano com suas caretas e seu andar de top model – foi semifinalista em ambos os concursos.




Com similaridades ou diferenças, este 9 de julho marca o aniversário das vitórias de Linda Bement e Yvonne Ryding. Ambas, apesar de pouco lembradas, deixaram sua marca na história do concurso. Miami sempre será a eterna cidade das misses e depois de Yvonne, dois outros concursos lá se realizaram. Parabéns a elas!

ORG: BETO

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