Subject: Independentistas no Governo catalão |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 10:50:20 12/15/03 Mon
In reply to:
José Diaz
's message, "Comunistas entram no governo na Catalunha!" on 16:09:30 12/14/03 Sun
Muito significativo,no quadro politico de Espanha, a vitória dos partidos da "velha" esquerda na Catalunha.
A Esquerda Republicana da Catalunha é uma força que remonta aos primórdios da guerra civil espanhola e que tem uma vocação independentista, mergulhando ideológicamente no marxismo. A presença de comunistas da I.C.. ,Esquerda Unida da Catalunha é também muito importante para contrabalançar o peso do Partido Socialista da Catalunha,PSC,que se revê nas teses do PSOE e defende o aprofundamento da autonomia da Catalunha- é ,portanto, mais espanholista que os derrotados conservadores de Jordi Pujol- Convergência e União que não engeitam uma transição independentista. A I. C. é também um partido espanholista...A meu vêr há uma inteligente solução de compromisso da E.R.C. com os socialistas es-
panholistas do P.S.C. .
Maragall Promete Uma Revolução Tranquila na Catalunha
>Por NUNO RIBEIRO, Madrid
>in Público, 11 de Dezembro de 2003
>
>
>Pasqual Maragall, comunicou ontem ao presidente do
>Parlamento catalão que tem apoios para se apresentar
>na próxima semana perante os deputados e ser investido
>como presidente da Generalitat, o Executivo autonómico
>catalão. Em Barcelona haverá um governo de esquerda,
>de socialistas e comunistas com o apoio indispensável
>dos nacionalistas republicanos. Na Catalunha,
>afirma-se que se vive uma revolução tranquila.
>"Esta é uma nova etapa, uma fase de abertura para
>abrir as janelas, para entrar ar fresco, e permitir o
>que é o fundamento da democracia, a alternância; que
>quem foi oposição seja agora Governo e quem foi
>Governo seja oposição", disse, ontem, Pasqual
>Maragall, o líder socialista catalão. Uma referência
>de apego democrático, embora esta vitória preocupe
>círculos empresariais catalães e desespera o gabinete
>conservador madrileno de José Maria Aznar.
>A frase de Maragall é uma referência de normalidade.
>Prefere o sentido comum, a "seny", apanágio burguês
>dos catalães, à "raucha", o voluntarismo anarquista.
>Mas há "raucha", reinvidicação e exercício da
>diferença, na escolha da esquerda do líder dos
>socialistas catalães, contra a "seny", um acordo com o
>nacionalismo tradicional, que lhe foi recomendada nos
>últimos dias.
>Maragall surpreendeu a Convergência e União (CiU):
>trabalhou, antes e depois do escrutínio de 16 de
>Novembro. Antes, tinha experiência dupla. De gestão à
>esquerda da Câmara de Barcelona, e na oposição no
>Parlament, o hemiciclo regional, à "política de
>desenho" da CiU, inspirada nos equilíbrios do seu
>líder Jordi Pujol, que trocava o apoio dos votos do
>partido do Aznar necessários em Barcelona por uma
>suave oposição nas Cortes de Madrid ao gabinete
>"aznarista". Esgotou-se este pragmatismo "pujolista"
>expresso na frase "poder de influência dos catalães"
>na política espanhola. Depois, após os resultados,
>porque Maragall sempre os avaliou como uma plataforma
>de "progresso", para a alternância.
>A CiU tem, agora, pela frente o desafio da
>resistência. "Vão ser tempos duros", disse, ontem, aos
>seus, Pujol, iniciando o virar de página de 23 anos de
>Governo para um tempo indefinido da oposição. Durante
>mais de duas décadas a CiU montou uma rede de
>clientela: mais de mil altos postos na administração
>regional perdem o emprego. E, por a CiU já não ser
>identificada com a Catalunha, não há "jobs" para estes
>veteranos "boys". Um verdadeiro terramoto. É sabido
>que num partido de poder a clientela é "colchão": não
>crítica. Por isso, Pujol tem a obrigação de manter-se
>como presidente da CiU, uma coligação que se manteve
>unida em 23 anos pelas benesses do cimento do poder.
>Aznar teme "efeito Maragall"
>O definhamento do nacionalismo conservador catalão
>preocupa os "populares" espanhóis: a pouco mais de
>três meses das eleições legislativas de Março de 2004
>uma crise na CiU, caso o Partido Popular (PP) não
>obtenha no próximo ano maioria absoluta no escrtuínio
>geral, limita as possibilidades de alianças. Há mais
>de meio ano, num pequeno-almoço com correspondentes
>estrangeiros, o "premier" espanhol mostrou preocupação
>pelas eleições na Catalunha. Pensava numa crise da CiU
>e temia, sobretudo, as repercussões de uma vitória de
>Maragall. Contudo, o escrutínio de Novembro foi
>favorável a José Maria Aznar: a formação de Pujol era
>a mais votada, à frente dos socialistas de Maragall.
>Com um óbice terrível: não existiam maiorias
>absolutas.
>Os conservadores de Aznar, que continuam à frente das
>sondagens para as eleições de Março próximo, temem,
>agora, o "efeito Maragall". É uma consequência
>indefinida, por ser peculiar a política na Catalunha.
>Mas que anima as esperanças socialistas, após diversos
>escrutínios nos quais nunca venceram nada. Agora, os
>socialistas têm Maragall, como "president".
>Por muito que Artur Mas, o actual rosto da CiU diga,
>como ontem afirmou, que a ERC se pôs nas mãos de um
>partido que depende de Madrid, numa referência aos
>socialistas, a verdade é que esta dicotomia já não
>funciona. Os republicanos e independentistas da ERC
>preferiram, de momento, a sua alma de esquerda ao
>código genético nacionalista. Na Catalunha, como em
>qualquer sociedade estável e de referência, a
>separação está na fronteira da direita e da esquerda.
>Maragall será presidente, o líder de ERC,
>Carod-Roviga, "Conseller em Cap", equivalente a
>primeiro-ministro. Os socialistas mandam nos
>"Ministérios" catalães de Indústria e Novas
>Tecnologias, Economia, Política Territorial e Obras
>Públicas, Saúde e Cultura. Os republicanos estão à
>frente do Ensino, Bem-estar Social, Universidades e
>Comércio e Turismo. Os comunistas vigoram na Justiça e
>Meio Ambiente. É esta a revolução tranquila proposta
>por Maragall.
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