Subject: Loas, loas e mais loas |
Author:
João Laveiras
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Date Posted: 00:25:31 06/18/04 Fri
In reply to:
Editorial do Avante de 17/06/04
's message, "A PULSO" on 23:37:39 06/17/04 Thu
Bom resultado o da CDU? Ainda que abaixo do merecido?
Primeiro o resultado foi fraco e segundo porque é que a CDU merecia mais?
>Editorial do Avante de 17/06/04
>
>A PULSO
>
>A grande e severa derrota dos partidos do Governo
>constitui o dado primeiro e mais relevante das
>eleições de domingo passado. Como justamente sublinha
>o Comunicado do Comité Central do PCP, aprovado na
>reunião de anteontem, a coligação da
>direita/extrema-direita não só ficou bastante abaixo
>da soma dos resultados do PSD e do CDS-PP nas
>anteriores eleições para o Parlamento Europeu, como
>perdeu cerca de 14 pontos em comparação com os
>resultados dos dois partidos nas eleições legislativas
>de 2002.
>
>Obtendo cerca de um terço dos votos expressos, o que
>constitui o seu pior resultado eleitoral de sempre, os
>partidos do Governo e a sua política foram
>inequivocamente rejeitados pela imensa maioria do
>eleitorado – facto que, por si só, comporta enormes
>consequências políticas, maiores ainda se se tiver em
>conta que os partidos da oposição obtiveram cerca de
>60% dos votos.
>
>O expediente a que os dirigentes dos partidos do
>Governo têm vindo a recorrer, não passa de uma
>desesperada manobra diversionista com a qual,
>invocando a taxa de abstenção verificada, procuram
>diminuir ou ocultar o importante significado político
>da expressiva derrota que sofreram.
>
>A verdade é que a elevada abstenção decorre,
>essencialmente, por um lado, da continuada política de
>direita levada a cabo por sucessivos governos e, por
>outro lado, de um processo de construção europeia ao
>serviço dos interesses dos grandes grupos económicos e
>de costas voltadas para os interesses, a opinião e a
>participação dos cidadãos e dos povos.
>
>Os resultados das eleições de 13 de Junho dão mais
>força ao objectivo de pôr termo à nefasta governação
>do PSD e do CDS/PP e de lhe contrapor uma nova solução
>política efectivamente alternativa.
>
>O PS, mais uma vez e lamentavelmente, parece apostado
>em fechar os olhos ao significado da histórica derrota
>eleitoral dos partidos do Governo. É isso que pode
>inferir-se das declarações proferidas por dirigentes
>daquele partido, traduzidas em apelos a uma voluntária
>mudança de políticas por parte do Governo – apelos
>cuja inutilidade é mais do que óbvia e que têm
>subjacente a disposição de aceitar a prossecução, até
>2006, da política que tem vindo a ser praticada com
>terríveis consequências para os trabalhadores, para o
>povo e para o País.
>
>Esta atitude do PS - fechando a porta, no imediato, a
>soluções e decisões institucionais capazes de
>responder ao descontentamento generalizado e às
>aspirações manifestadas pelos portugueses no decorrer
>da campanha eleitoral e amplamente confirmadas pelos
>resultados eleitorais – torna mais premente a
>ampliação e intensificação da luta de massas. É
>através da luta – e só através dela – que, ao mesmo
>tempo que se defendem os interesses e direitos dos
>trabalhadores e se combate a política de direita, se
>pode obrigar o PS a mudar de atitude e se criam
>condições para que Portugal e os portugueses se vejam
>livres, com a maior urgência, do Governo Durão
>Barroso/Paulo Portas.
>
>Como incisivamente acentua o Comité Central do PCP, a
>derrota eleitoral do PSD e do CDS/PP abre novas e
>melhores perspectivas para o desenvolvimento da luta
>e, assim, impor recuos à ofensiva da política
>governamental, alcançar êxitos nas reivindicações dos
>trabalhadores e das massas populares e persistir com
>determinação no objectivo de, o mais cedo possível,
>derrotar e substituir a política de direita e o
>Governo que a executa.
>
>O resultado eleitoral da CDU, com a obtenção de 9,1% e
>a eleição de dois deputados (ficando não muito longe
>da eleição do terceiro) é um bom resultado - apesar de
>ter ficado aquém do que era necessário e muito aquém,
>sobretudo, do que era merecido.
>
>Melhor ainda se forem tidas em conta as condições
>adversas em que esse resultado foi conquistado,
>nomeadamente, a sistemática desvalorização e
>menorização da campanha e das propostas da CDU (em
>contraste flagrante com o tratamento super-valorativo
>dado a outras campanhas) por parte da generalidade da
>comunicação social dominante; a difusão de sondagens
>de opinião que, em vários casos, mais não eram do que
>instrumentos de influenciação de voto, dando como
>certa a perda de um deputado pela CDU (em contraste
>flagrante com as perspectivas triunfalistas apontadas
>em relação a outras candidaturas); um tratamento
>descriminatório visando passar a ideia de uma campanha
>CDU sem brilho (em contraste flagrante com as notícias
>e as imagens cirurgicamente abrilhantadas de outras
>campanhas).
>
>Grande há-de ter sido o esforço desenvolvido por esses
>manipuladores da informação, já que, de facto, a
>campanha eleitoral da CDU foi a única que esteve em
>todo o terreno; a que mais activistas mobilizou num
>empenhamento militante singular; a que mais apelou à
>inteligência e à reflexão dos eleitores; a única que
>prestou contas ao eleitorado do trabalho feito pelos
>seus deputados no PE (que foi mais e melhor do que o
>dos deputados de todos os outros partidos) e da acção
>dos partidos integrantes da CDU na luta contra a
>política de direita e pela defesa dos interesses dos
>trabalhadores (acção que foi mais intensa e mais ampla
>do que a dos restantes partidos da oposição).
>
>Quer isto dizer que o resultado da CDU foi conquistado
>com trabalho, muito trabalho, antes e durante a
>campanha eleitoral, sem favores, antes com muitos
>desfavores. Foi, enfim, um resultado conquistado a
>pulso. E são essas características que lhe acentuam o
>conteúdo positivo e encorajador indispensável para dar
>força à luta pelo reforço eleitoral da CDU em próximas
>eleições.
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