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Diário de Notícias
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Date Posted: 09:31:03 05/23/04 Sun
Renovadores apelam a nome único à esquerda
SUSETE FRANCISCO
O Movimento de Renovação Comunista (MRC) apelou à convergência da esquerda no apoio a um candidato presidencial, alertando para o perigo de uma vitória da direita logo à primeira volta.
Num documento aprovado no terceiro Encontro Nacional do MRC, que ontem decorreu em Lisboa, os renovadores lembram que a direita deverá unir-se em torno de um único nome e sublinham «a altíssima probabilidade» de a vitória nas presidenciais se decidir na primeira volta. Caso isso aconteça, acrescentam, a esquerda não disporá de uma segunda oportunidade para convergir no apoio. Por isso, o MRC diz-se disponível «para apoiar um candidato de esquerda» ao qual reclama «comprovada sensibilidade às questões sociais».
Um apoio que não passa, para já, pela definição de nomes. «Só nos pronunciaremos quando houver uma candidatura clara», sublinhou Cipriano Justo após o final dos trabalhos, quando questionado sobre a possibilidade de António Guterres avançar para Belém. Já quanto à intenção, anunciada pelo Bloco de Esquerda, de propor um candidato autónomo caso o ex-primeiro--ministro avance, o porta-voz do Movimento considerou que esta divisão seria «um mau serviço à esquerda».
FUTURO. Na reunião de ontem do MRC ficou acertado que, até final do ano, será decidida a data de um novo encontro nacional (que deverá ocorrer no início de 2005) destinado a debater os futuros contornos do Movimento - ou seja, a eventual transição para uma organização «de tipo partidário». «Antes do final do ano, o movimento não se transformará em partido», garantiu Cipriano Justo, admitindo que uma maior intervenção no ciclo eleitoral que se avizinha passa «por definir a organização» do Movimento.
HOMENAGEM. Após o final do encontro, o MRC lembrou a figura João Amaral, numa homenagem acompanhada pela divulgação de um texto inédito do antigo deputado comunista, falecido em Janeiro de 2003, e no qual João Amaral recusa o «modelo estalinista» por o considerar contrário à afirmação da liberdade, democracia e cidadania. Nas intervenções políticas, a cargo de Fernando Gomes e Carlos Brito, não faltaram as críticas à direcção do PCP, acusada de uma actuação «canhestra», até mesmo após a morte de João Amaral.
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