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Subject: Re: Kosovo: a estratégia secreta dos Estados Unidos


Author:
Michel Collon e Vanessa Stojilkovic
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Date Posted: 19:37:44 04/02/04 Fri
In reply to: Guilherme Statter 's message, "Re: Explicar a Jugoslávia" on 09:57:23 04/02/04 Fri

>Para além das banalidades como a "morte do Marechal
>Tito", confesso o meu relativo desconhecimento sobre
>as causas do descalabro da Jugoslávia. Gostaria era
>de poder ver assim um artigo (como este "Lembrar a
>Jugoslávia") que procurasse EXPLICAR a Jugoslávia.

Penso que o texto de Michel Collon e Vanessa Stojikovic (que retirei do site resistir.info) pode ajudar:

Kosovo: a estratégia secreta dos Estados Unidos
por Michel Collon e Vanessa Stojilkovic [*]

<a rel=nofollow target=_blank href="http://lesdamnesdukosovo.chiffonrouge.org/http://lesdamnesdukosovo.chiffonrouge.org/">http://lesdamnesdukosovo.chiffonrouge.org/http://lesdamnesdukosovo.chiffonrouge.org/</a>


Há cinco anos, o Kosovo sofria uma limpeza étnica.

“O actual drama do Kosovo, cuidadosamente dissimulado, vai novamente explodir” – escrevíamos nós há dois meses na apresentação do nosso filme Os Condenados de Kosovo (ver enquadrado abaixo). Aqueles que já viram o filme não terão ficado surpreendidos.

Com efeito, a guerra que se deu por “terminada” em Junho de 99 estava muito longe de ter acabado, pois os seus objectivos reais continuaram por atingir.

A versão oficial para a opinião pública era: Os Estados Unidos, juntamente com a Europa, atacavam a Jugoslávia para fazer parar um “genocídio”.

Depois, reconheceram, embora discretamente, que não houvera genocídio. O fabricante desta mentira? Alastair Campbell, conselheiro para a comunicação de Blair, inventor igualmente das “armas de destruição maciça” iraquianas.

De qualquer modo, os factos falam por si. O Kosovo, ocupado pela NATO, está submetido de há cinco anos para cá a uma verdadeira limpeza étnica permanente, que matou 2.500 habitantes, fez desaparecer 1.200 e expulsou 230 mil não-albaneses: sérvios, ciganos, judeus, turcos, mulçumanos, gorans (eslavos islâmicos), etc... Com a cumplicidade dos Estados Unidos.

Dizem os polícias alemães que se encontram lá em missão: ”Quando vemos como os piores mafiosos gozam da protecção manifesta dos americanos, ficamos revoltados”.

Balcãs: luta por uma zona estratégica

Quais eram, então, os verdadeiros objectivos desta guerra?

1º - Liquidar a autogestão e os direitos sociais dos trabalhadores jugoslavos, com vista à privatização.

A crise impõe às multinacionais que se conquistem continuamente novas “terras”, novos mercados. E pelas bombas, quando necessário.

Espezinhados a Segurança Social e os direitos dos trabalhadores, a US Steel, por exemplo, pôde comprar por uma côdea de pão a Sartid, a maior fábrica siderúrgica dos Balcãs.

Resultado: deslocalizações em perspectiva, tal como na Europa. As multinacionais julgaram ter ganho ao impor a Belgrado um governo do FMI, mas esse governo acabou de ser completamente repudiado nas recentes eleições.

2º - Controlar a via estratégica dos Balcãs.

Berlim quer que a rota do petróleo passe pelo Danúbio (portanto, por Belgrado), para encaminhar o petróleo e o gás do Cáucaso e do Próximo-Oriente para Hamburgo e Roterdão, o que serviria também para os produtos das fábricas deslocalizadas para os Balcãs.

Tentando enfraquecer e controlar a Europa, Washington quer um traçado mais a Sul, através dos seus Estados-marionetes: Bulgária, Macedónia, Albânia. Com este propósito, construiu no Kosovo uma gigantesca base militar, Camp Bondsteel, que aparece no filme Os Condenados do Kosovo .

Por que Washington utiliza terroristas?

O instrumento dos Estados Unidos, para realizar este plano estratégico, é o UCK, movimento nacionalista degenerado que quis sempre criar uma “Grande Albânia”, etnicamente pura (Albânia + Kosovo + pedaços da Sérvia, da Macedónia, de Montenegro e da Grécia).

Enquanto a Jugoslávia declarara o UCK “terrorista”, Washington comprou-o literalmente e rebaptizou-o com o nome de “combatentes da liberdade”.

Objectivo? Estilhaçar esta Jugoslávia, então muito à esquerda, e criar um novo Israel nos Balcãs. Para quê? Vejam como Israel serve bem estes interesses no Próximo-Oriente! Um Estado-marionete, um super-exército financiado por Washington, um polícia que já agrediu todos os seus vizinhos, um foco de tensão permanente a avivar, sempre que se pretende debilitar a resistência dos povos da região.

Criar nos Balcãs um novo Israel, igualmente fanatizado por uma doutrina de limpeza étnica e de segregação racial, é muito útil para Washington.

Um Estado independente não porá em causa a enorme base militar estratégica e servirá para todas as manobras US que visem desestabilizar o continente europeu, nesta época de guerra económica intensa.

Eis a razão por que os Estados Unidos concluíram, segundo o especialista canadiano Chossudovsky, “um casamento de conveniência com a máfia do Kosovo”.

Hoje, o UCK tenciona terminar a limpeza étnica, atacando Mitrovica, a única região onde ainda vivem sérvios.

Mas os incidentes eclodem por todo o lado ao mesmo tempo! “Uma violência planificada, coordenada, de sentido único contra os Sérvios. Nada no Kosovo se produz espontaneamente” – explica um responsável da polícia da ONU. <a rel=nofollow target=_blank href="http://news.scotsman.com/international.cfm?id=312192004">http://news.scotsman.com/international.cfm?id=312192004</a>

É pena que os meios de comunicação social tenham novamente apresentado esses pogrons como “enfrentamentos interétnicos”, quando se trata de uma operação concertada de limpeza étnica (uma “noite de cristal”, conforme declarou um responsável da ONU).

É pena que eles tenham secundado o boato mentiroso, segundo o qual três crianças albanesas teriam sido atiradas ao rio e afogadas pelos sérvios. Mentira, contudo, desmentida desde as primeiras horas por Derek Chapell, responsável pela polícia da ONU no Kosovo.

Porquê agora? Iraque, Palestina, Afeganistão, Balcãs – uma só guerra global.

A rivalidade Estados Unidos / Europa é a verdadeira chave do drama actual.

Os soldados franceses são o alvo em Mitrovica. O ataque vem de Washington. No Iraque, Bush afunda-se cada vez mais e nem Chirac nem Schröder fazem o que quer que seja para o ajudar a sair do atoleiro.

Para mais, o atentado de Madrid fragilizou as alianças europeias dos Estados Unidos. Eis, pois, as “represálias” da Casa Branca: luz verde aos terroristas do UCK.

Mas o factor local também conta muito. O novo governo de Kostunica acaba de substituir um governo de capitulação nacional.

O povo sérvio continua a manifestar a sua resistência, se bem que através de um voto confuso, à falta de uma alternativa à esquerda. Com este ataque, Washington pretende desestabilizar e submeter Kostunica.

Ao proteger e armar os terroristas do UCK, Washington reforça o ódio entre sérvios e albaneses. Como no Afeganistão (outro trajecto de um oleoduto!) e no Iraque, “dividir para reinar”.

Conseguido? O UCK incendeia mosteiros ortodoxos, racistas sérvios respondem, queimando uma mesquita. Uma estupidez, já que os kosovares não são praticamente muçulmanos. Uma estupidez, já que Washington não é amigo, mas inimigo dos muçulmanos. Um ministro muçulmano da Sérvia condenou este atentado contra a mesquita, tendo acrescentado que “a maior responsabilidade cabia à comunidade internacional”.

Vai sendo tempo de reabrir o debate sobre a Jugoslávia.

O apoio da social-democracia europeia à NATO foi uma tragédia cujas vítimas são os povos. Cinco anos de resultados eliminam qualquer dúvida: privatizações, miséria social, limpeza étnica e máfia no Kosovo.

Era isto o que se devia apoiar? As guerras dos Estados Unidos nunca são “humanitárias”.

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Subject Author Date
Re: Kosovo: a estratégia secreta dos Estados UnidosGuilherme Statter16:13:01 04/06/04 Tue


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