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Date Posted: 21:21:15 08/29/04 Sun
Author: José Maria
Subject: Sobre arquivistas: reflexões de diferentes matizes e épocas a respeito do profissional de arquivo - Texto publicado em Memorando - informativo da ARQ-SP, n.3, outubro de 2000, p.8.

O que é um arquivista?

"O arquivista, como indicou repetidamente o grande mestre Michel Duchein, é antes de tudo um gestor de informação, e todas as suas tarefas estão orientadas para satisfazer necessidades informativas, de modo que a administração desenvolva suas funções com rapidez, eficiência e economia, para salvaguardar direitos e deveres das pessoas, contidos nos documentos, e para tornar possíveis a pesquisa e a difusão cultural. Em resumo, é um instrumento para o bom funcionamento de qualquer organização, cuja tarefa - a gestão dos recursos informativos dos documentos - resulta tão vital como a gestão dos recursos humanos, financeiros e materiais." ALBERCH FUGUERAS, Ramón, CRUZ MUNDET, José Ramón. Archívese! Los documentos del poder, el poder de los documentos. Madrid: Alianza Editorial, 1999. p. 13-14. (El libro de bolsillo)

O arquivista e a organização do arquivo

"O arquivista, pois, não pode estabelecer a priori as normas relativas à composição, arranjo e formação do arquivo, mas somente estudar o organismo e fixar as regras consoante as quais foi este criado. Cada arquivo possui, por assim dizer, personalidade própria, individualidade peculiar, com a qual é mister se familiarize o arquivista antes de proceder à sua ordenação. (...) Não há ordená-lo satisfatoriamente sem prévia análise da sua constituição, nem cabe ao primeiro 'sistematizador' encontrado - e muito menos ao primeiro historiador - arranjá-lo, mas sim a quem lhe estudou a organização." ASSOCIAÇÃO dos Arquivistas Holandeses. Manual de arranjo e descrição de arquivos. Trad. Manoel Adolpho Wanderley. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1960. p.13-14. [publicado originalmente em 1898]

Arquivistas e historiadores

"(...) o arquivista não é e não deve ser um historiador. Ele precisará, claro, de algum conhecimento de História e pode estar interessado nela pessoalmente, como pode estar interessado em metalurgia ou outra ciência: mas seu dever é para com seus arquivos, independentemente de qualquer das disciplinas (das quais, presentemente, a História é a mais proeminente) que fazem uso dos arquivos para seus próprios fins; e, portanto, um interesse por alguma dessas disciplinas, uma vez que pode dar ao arquivista uma predisposição não somente em favor dela, mas talvez também em favor de uma de suas correntes de opinião, pode ser então mais que inconveniente e impróprio, pode ser, positivamente, perigoso." JENKINSON, Hilary. A Manual of archive administration. Oxford: Clarendon Press, 1922. p.106.

"Por formação ou por vocação, o arquivista é necessariamente um historiador; é porque ele sabe, por experiência pessoal, como se escreve a história e com quais materiais, que ele não pode se resignar a ser somente um 'conservador de arquivos' e que se torna, de alguma forma, especialista da eliminação: ele é o homem que sabe destruir." BAUTIER, Robert-Henry. Les Archives. In: SAMARAN, Charles (dir.). L´histoire et ses méthodes. Paris: Gallimard, 1961. p.1138 (Encyclopédie de la Pléiade, 11)

"Uma formação puramente histórica não é mais, certamente, suficiente para exercer a profissão de arquivista, sobretudo se ele se dispõe a gerir arquivos modernos. De outro lado, um arquivista não pode deixar de ter uma boa base histórica concernente, no mínimo, à instituição ou às instituições nas quais ele vai classificar os arquivos. (...) A formação profissional ideal do arquivista deve então unir, e não opor, os dois aspectos - "histórico" e "modernista". Mas não é preciso dissimular que será cada vez mais difícil, e até mesmo impossível, dar apenas uma única e mesma formação a todos os arquivistas, que irão exercer suas funções em contextos muito diferentes." DUCHEIN, Michel. Archives, archivistes, archivistique: définitions et problématique. In: FAVIER, Jean (dir.). La pratique archivistique en France. Paris: Archives Nationales, 1993. p.28-29.

Os arquivistas e as novas tecnologias da informação

"(...) é essencial que os arquivistas não depreciem seu papel como guardiães dos documentos, um papel oficialmente reconhecido pelas várias leis nacionais sobre prova documental. Em recentes debates sobre o papel do arquivista na era da informação, a idéia de que os arquivistas precisam se preparar para 'a era pós-custodial dos arquivos' foi repetidamente expressa. O pressuposto que está por trás dessa afirmação é que os arquivistas devem transcender seu papel de custodiadores se desejam sobreviver como profissão no próximo século. Mais uma vez, é o caso de colocar o pensamento acima da matéria. O conceito de custódia arquivística está intrinsecamente ligado à proteção e guarda da prova. A posse física dos registros é apenas um dos meios pelos quais, historicamente, os arquivistas têm garantido essa proteção. As novas tecnologias da informação e as condições específicas que elas produzem não alteram a substância da responsabilidade custodial dos arquivistas: eles poderiam apenas mudar um dos meios pelos quais a exercem. As tecnologias da informação não estão aí para complicar nossa vida, mas para simplificá-la. Os arquivistas não precisam ter a custódia física dos registros eletrônicos para exercer o controle sobre eles e proteger sua integridade: eles podem fazer isso à distância, contanto que detenham autoridade legal para essa função." DURANTI, Luciana. Registros documentais contemporâneos como provas de ação. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v.7, n.13, 1994, p.62.

http://www.arqsp.org.br/sobrearquivis.htm

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