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Date Posted: 14:36:37 08/11/02 Sun
Author: José Maria
Subject: Pouco domínio da língua portuguesa prejudica profissionais na disputa de espaço no mercado de trabalho (Matéria do Jornal O GLOBO)

Passando a limpo
Fabiana Ribeiro

Um bilhetinho preso ao relatório diz: “faça as alterações que quizer ”, em vez de “as alterações que quiser”. A contrariedade do diretor é imediata e ele passa a questionar a qualidade de todo o material que tem em mãos. Sustos como esses, envolvendo tropeços na língua portuguesa, são comuns. E prejudiciais: abalam a imagem do profissional e põem em dúvida o trabalho. Aliás, também expõem a empresa, no caso de o relatório ser enviado a clientes. Mas conseqüências podem ser evitadas, lembram consultores: basta dar mais atenção às gramatiquices, reler os textos e fazer reciclagens de vez em quando.

— O texto é um cartão de visitas. É por meio da escrita que trabalhos são apresentados. É importante ter cuidado desde as mensagens até os relatórios — diz Moema de Aquino, diretora da Solução Recursos Humanos.

Celso Fontenelle, diretor de negócios para a América Latina da Bowne Global Solutions, diz que o profissionalismo é medido por formação, conhecimento de idiomas e capacidade de se trabalhar em equipe. Mas, frisa, dominar a escrita é mais que fundamental:

— Quem troca "s" por "z" mostra que, além de ser descuidado com seu trabalho, tem pouco vocabulário. E, o pior, está cada vez mais difícil achar profissionais que saibam escrever corretamente.

Os deslizes mais comuns

PONTUAÇÃO: Frases extensas, sem pontuação adequada, são comuns, principalmente em relatórios. Isso prejudica a compreensão do texto. Tente ir direto ao assunto, ser objetivo. E use pontos. Agora, atenção total às vírgulas, porque, neste caso, muita gente peca pelo excesso: não existe vírgula entre o sujeito e o verbo e também entre o verbo e seu complemento.

PALAVRAS: Há quem confunda palavras parecidas. É o caso, por exemplo, de “a” (que se refere a tempo futuro/“daqui a três horas”) e “há” (ao passado/“estou aqui há três horas”); bimensal (duas vezes por mês) e bimestral (a cada dois meses); a fim de (com finalidade de) e afim (de afinidade); flagrante (evidente) e fragrante (aromático).

ERROS RECORRENTES: A norma culta não admite algumas construções. Não use “a nível de”, que pode ser substituído por “em nível de” (que também deve ser evitado); “vai estar fazendo”, no seu lugar, use o futuro (“fará”); “maiores informações”, que deve ser trocado por “mais informações”; e “entrega a domicílio”, que, respeitando-se a regência, deve ser “entrega em domicílio”.

REVISÃO: Uma simples revisão pode evitar erros de concordância — principalmente quando o sujeito está distante do verbo — e de ortografia. Ao ler o texto novamente, o profissional pode testar a sonoridade de sua escrita — o que também funciona como referência. Consultores indicam, contudo, leituras constantes (de jornais, revistas e livros) e reciclagens periódicas.

EM CASO DE DÚVIDA, o melhor a fazer é substituir a palavra ou mesmo mudar a forma como a frase está sendo construída.

Processo de seleção inclui testes de português

Atentas à importância da escrita, algumas empresas avaliam o nível do candidato durante o processo de seleção. Foi-se o tempo, aliás, que essa preocupação ficava restrita a estagiários e trainees : analistas, gerentes e candidatos a vagas técnicas também podem passar por testes e provas de redação.

— É a hora de saber como as pessoas se expressam e que tipo de linguagem usam. Se recebo um currículo com erros, já descarto aquele candidato — diz Moema de Aquino, da Solução Recursos Humanos.

Para não correr riscos, há empresas que patrocinam cursos de português para seus funcionários. É o caso da Advice NetBusiness, que não quer correr o risco de enviar uma informação escrita de forma incorreta a um cliente:

— Há erros que acabam provocando falhas na comunicação ou mesmo prejuízos. Resolvemos evitar isso ao chamar um professor de português para tirar as dúvidas dos funcionários — afirma o diretor Guilherme Iglesias.

A Artplan, por sua vez, resolveu esse problema contratando revisores, que ficam responsáveis pelo bom português das campanhas publicitárias da agência:

— O trabalho do revisor é fundamental porque uma vírgula esquecida pode causar grandes prejuízos ao anunciante. Erros acontecem, só que não podem ser freqüentes — diz Marcos Apóstolo, diretor da empresa.

Estilo de linguagem também está sujeito a análise

Mas ortografia, gramática e pontuação não são os únicos alvos dos erros. A qualidade do texto também é avaliada pelo seu estilo de linguagem.

— Os textos precisam ter, acima de tudo, coerência. Ou seja, precisam ter princípio, meio e fim, respeitando a norma culta da língua e suas regras gramaticais. Afinal, a palavra é ferramenta de trabalho de todos os profissionais — acentua a professora de português Neide Pacheco.

Segundo José Paulo Moreira, professor do Grupo Independente de Português, mesmo no trabalho há casos em que as pessoas podem usar termos consagrados:

— Se eu falo entregas a domicílio ou em domicílio, as pessoas entendem, né? Então, não é preciso ser tão radical, nem tão purista com a língua.

Erika Consolini, consultora da Adecco Top Services, acentua que o uso do e-mail estimulou uma escrita mais coloquial na empresa. E, por conseqüência, uma maior incidência de erros.

— As pessoas escrevem sem pontuação, como se estivessem falando. O problema é que remetem a mensagem para outros profissionais e isso pode manchar sua imagem no mercado — explica Erika, lembrando que, muitas vezes, as pessoas não conseguem reconhecer que não escrevem corretamente em sua própria língua e, por isso, não melhoram.

http://oglobo.globo.com/Suplementos/BoaChance/35513533.htm
11.08.02

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