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Date Posted: 15:58:59 01/28/02 Mon
Author: José Maria
Subject: A invenção da memória nos arquivos públicos - PARTE II

A INVENÇÃO DA MEMÓRIA NOS ARQUIVOS PÚBLICOS (continuação)

José Maria Jardim



AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE DOCUMENTOS: A CONSTRUÇÃO DO PATRIMÔNIO

A literatura e a prática arquivísticas destacam, sobretudo a partir dos anos 50, importância da avaliação e seleção de documentos. A quantidade e a variedade de suportes e formatos documentais, de um lado, e a escassez de recursos arquivísticos, de outro, implicam que os documentos produzidos e acumulados por uma organização devam inevitavelmente passar por um processo de avaliação. Esta avaliação teria objetivos aparentemente muito simples: identificar o valor dos documentos de maneira a estabelecer prazos de retenção nas fases corrente e intermediária, definindo assim as possibilidades de eliminação, microfilmagem e recolhimento aos arquivos permanentes. Seus elementos teóricos e metodológicos fundamentais são partilhados pela comunidade profissional arquivística no plano internacional. As práticas daí decorrentes encontram-se, porém, em relação direta com as diferentes tradições administrativas e arquivísticas como, por exemplo, aquelas dos universos anglo-saxônico e ibero-americano. Cabe ressaltar que a teoria e a prática de avaliação encontram sua base histórica nos países anglo-saxônicos.
Dois conceitos norteiam o processo de avaliação: valor primário e secundário dos documentos.
O valor primário refere-se aos aspectos gerenciais do documento e à demanda de uso que este recebe por conta da administração que o produziu. Detectar o valor primário dos documentos é, como tal, identificar seu potencial de uso no âmbito do processo decisório, considerando suas dimensões gerenciais, legais e financeiras.
O valor secundário diz respeito às possibilidades de utilização do documento por usuários que o procuram por razões distintas e posteriores àquelas do seu produtor. Um registro civil, um documento de recrutamento militar, por exemplo, contêm, independentemente dos motivos pelos quais foram gerados, informações sobre alfabetização, nível cultural e estado de saúde da população. A literatura tende a considerar o valor secundário mais relativo que o primário: “a apreciação atribuída hoje sobre o interesse a longo prazo de certos documentos em função de conhecimentos e temas de pesquisa atuais não está a salvo de uma retomada de questionamento no futuro” (Petillat, l994, p.22, tradução nossa). Um documento com valor secundário apresentaria sempre um valor informativo, ou seja, derivado “da informação contida nos documentos oficiais relativa aos assuntos de que tratam as repartições públicas e não da informação ali existente sobre as próprias repartições”( Shellemberg, 1974, p. 170).
Dotado de valor primário ou secundário, todo documento de arquivo apresenta um valor de prova enquanto “testemunhos privilegiados e objetivos de todos os componentes da vida da pessoa física ou jurídica que os constituiu” (Couture, 1994, p.13, tradução nossa) ou, conforme Shellemberg (ibid., p. 153), são decorrentes da “prova que contêm da organização e funções do órgão que o produziu”.
Enquanto suporte material de uma dada memória, o documento apresentaria atributos de valor permanente, valor secundário, valor de prova e valor informativo. As quatro noções de valor estariam entrecruzadas, embora a literatura a respeito pouco aprofunde esta dimensão teórica e suas consequências práticas.
Norteada por estes conceitos, a avaliação documental é acionada como o recurso técnico mais eficaz (na verdade, o único legitimado pela arquivologia) para a escolha de documentos “históricos” arquivísticos, passíveis de integrar o patrimônio documental de uma sociedade, em razão da sua capacidade de expressar a memória desse grupo.
A literatura internacional sobre o tema é bastante vasta, refletindo as singularidades de cada tradição arquivística e dos processos históricos dos diferentes países. O “receituário” básico daí decorrente
estaria referido à noção de memória, embora esta seja pouco problematizada como referência teórica na literatura sobre avaliação de documentos. Bastos e Garcia (1992, p.106) revelam inquietações neste sentido:

“No entanto, se estes princípios avalizam a conservação dos conjuntos documentais necessários à salvaguarda da memória do ambiente orgânico-funcional dos serviços, já ao nível da memória coletiva, a sua delimitação se revela consideravelmente mais difícil. Esta dificuldade justifica-se sobretudo pela imprecisão do próprio conceito de “memória coletiva” e ainda pela necessidade de identificação rigorosa de uma documentação que, produzida por uma entidade, vê a sua conservação permanente determinada não pela salvaguarda da memória que lhe podia ser próxima, mas em função de um coletivo nacional que se sente mais distante. É nesta medida que se justifica a conservação das séries documentais que veiculem informação de carácter administrativo e/ou arquivístico, cultural, político, econômico, jurídico, científico e tecnológico que não esteja sintetizada em outros documentos, em outros arquivos ou em publicações oficiais, e que possa contribuir para a reconstituição da memória nacional”.

Não raro, a avaliação de documentos é visualizada na literatura como um mal necessário à preservação da memória. Conforme Lodolini (1990, p.164, tradução nossa), “a seleção pode se comparar ao trabalho do cirurgião, que, para salvar a vida do doente, amputa um braço ou uma perna, impedindo assim a progressão da gangrena. Ele escolheu então o mal menor. Contudo, a amputação de um braço ou uma perna é, sem dúvida, um mal em si”


OS ARQUIVOS PÚBLICOS NO BRASIL

Na América Latina e, especificamente, no Brasil, a precariedade organizacional dos arquivos públicos e o uso social incipiente da informação governamental expressam a trajetória de suas administrações públicas, bem como suas condições políticas, econômicas e sociais. Os arquivos públicos latino-americanos institucionalizaram-se como resultado de um processo de independência e formação dos Estados modernos na região. Sob os projetos emergentes de nação, estas instituições foram consideradas arquivos históricos e, portanto, repositórios de uma memória tida como forjadora da identidade nacional. Isto implicou o desenvolvimento de arquivos públicos e serviços arquivísticos “periferizados” na administração pública, incapazes de fornecer informações suficientes para a pesquisa científica e tecnológica e à sociedade como um todo.
As instituições arquivísticas públicas brasileiras apresentam aspectos comuns no que se refere às suas características fundamentais. Trata-se de organizações voltadas quase exclusivamente para a guarda e acesso de documentos considerados, sem parâmetros científicos, como de valor histórico, ignorando a gestão de documentos correntes e intermediários na administração que os produziu. A lógica de constituição desses acervos de valor “permanente” resulta, em geral, menos de uma política de recolhimento por parte dos arquivos públicos do que de ações isoladas, associadas a determinadas situações, como a extinção de órgãos públicos, falta de espaço físico em determinadas repartições etc. A prática de avaliação é quase sempre desconhecida por parte das instituições arquivísticas, quando ocorrem estes recolhimentos. Após o recolhimento, atividade pouco freqüente nos arquivos públicos brasileiros, a salvaguarda dos documentos na instituição confunde-se com um processo de sacralização que implica sua transmutação em acervo “histórico”.
Paralelamente, quilômetros de documentos tendem a ser acumulados sem critérios junto aos serviços arquivísticos da administração pública, dada a inexistência de programas básicos de avaliação, eliminação e recolhimento às instituições arquivísticas.
Seja nos arquivos públicos ou nos serviços arquivísticos dos órgãos governamentais, a ausência de padrões de gerenciamento da informação, somada às limitações de recursos humanos, materiais e tecnológicos, resulta em deficiências no processamento técnico. Ao não desenvolverem a interação
inerente ao controle do ciclo da informação arquivística, ambas instâncias organizacionais tornam-se desvinculadas do processo político-decisório governamental.
Por outro lado, as restrições de consulta e as condições de acesso físico e intelectual dos arquivos limitam consideravelmente sua utilização pelo administrador público e o cidadão. O acesso do cidadão à informação governamental com objetivos científicos ou de comprovação de direitos mostra-se, portanto, extremamente limitado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como condição inerente à escolha do que será preservado como arquivos de valor histórico, a avaliação de documentos expressa-se, na literatura sobre o tema, como um aparato dotado de racionalidade técnica, referido - nem sempre explicitamente - à função política da memória e do patrimônio por parte do Estado. Referência política, o conceito/noção de memória tende a não ser mencionado como referência teórica a partir da qual seria possível problematizar as práticas de preservação e eliminação dos documentos arquivísticos. Por outro lado, a justificativa da avaliação tende a privilegiar a memória como uma construção técnica do arquivista, dado o seu poder de emitir valores norteadores do que se seleciona como patrimônio ou se elimina, porque, destituído de sentido, enquanto memória coletiva. Faz-se necessário que a arquivologia debruce-se sobre o tema da memória de modo a favorecer uma revisão dos aspectos teóricos e metodológicos da avaliação e seleção de documentos. Parece urgente, no mínimo, operar com uma noção/conceito de memória que privilegie o seus aspectos como construção social, e não como dado arqueologizável.
A memória que se inventa em nossos arquivos públicos não parece transcender a escassa dimensão política desses equipamentos públicos de restritas possibilidades de uso social. A invenção da memória nos arquivos públicos brasileiros tampouco parece encontrar sua referência na racionalidade técnica dos princípios teóricos da avaliação e seleção de documentos consagrados internacionalmente. A reduzida literatura sobre o tema no Brasil evidencia esta situação, bem como as lacunas teóricas com que se opera o conceito/noção de memória entre os arquivos públicos.
Verifica-se um quadro no qual os estoques informacionais dos arquivos públicos, formados aparentemente como obras de um Estado “negligente”, tendem a ser considerados como parte de uma memória coletiva tomada como produto, e não como processo. Esta memória arqueologizável é freqüentemente identificada sob a noção de patrimônio documental arquivístico. Compostos por acervos mediante critérios teóricos e políticos pouco explicitados, os arquivos públicos, geralmente, promovem a monumentalização dos seus documentos privilegiando ações diversas. É o caso, por exemplo, do favorecimento da recuperação e divulgação de determinadas informações em detrimento de outras. Tende-se a produzir detalhados instrumentos de recuperação de informações sobre um pequeno segmento do acervo em detrimento de um controle intelectual global sobre o conjunto dos fundos documentais. Além disso, tais instrumentos apresentam-se com freqüência pouco amigáveis ao usuário da informação, seja este o pesquisador científico ou o cidadão comum na busca pela comprovação dos seus direitos.
Os acervos dos arquivos públicos sinalizam, portanto, um processo de constituição de um patrimônio documental que resulta e, em alguns casos, ressalta a opacidade informacional do Estado. Por outro lado, privilegiam a sua transparência informacional mediante escassos conjuntos documentais que, monumentalizados, são disponibilizados para o cidadão. E o fazem sob a perspectiva de exercitarem uma função pública tomada como neutra a partir de práticas informacionais que tendem a ser consideradas não menos neutras pelos seus agentes. A própria memória “resgatada” é visualizada como neutra.
Os arquivos públicos podem ser classificados, conforme a perspectiva de Nora(l993), como lugares de um determinado tipo da memória, aquela resultante das relações Estado e sociedade. Tal classificação sugere, porém, algumas questões:
. que aspectos norteiam a ação do Estado quando este consagra um lugar a certos vestígios do seu
passado, por ele reconhecidos como suportes de sua memória?
. que mecanismos de lembrança e esquecimento o Estado cria, ao longo do seu percurso, capazes de
expressar o que seria impossível lembrar “na constituição vertiginosa e gigantesca de um estoque
material”?(ibid.)
. que demandas sociais promovem a produção dessa memória do Estado, bem como de lugares que a
acolheriam tal como os arquivos públicos ?
. como dispõem Estado e sociedade dessa memória?
A literatura francesa debruça-se sobre o tema da memória, relacionando-a com uma espécie de compulsão social recente, evidenciada, por exemplo, em políticas de patrimônio: “produzir arquivos é um imperativo da época” (Le Goff, 1986, p. 49). Verifica-se, no mínimo, uma intensa, complexa e explícita relação da sociedade francesa com o seu passado.

“... gostaria de sublinhar aquilo que, neste campo, constitui a excepcionalidade francesa: a aderência precoce e poderosa da vontade de conservação sistemática dos vestígios do seu passado. Inseparável da Revolução Francesa, ele se traduz, desde os seus primeiros meses por uma ruptura radical com o que constituía até então o passado nacional, ou melhor, pela promoção de novos modos de existência de uma parte desse passado”.(Rébérioux, 1992, p.47)

... há uma doença francesa que chamo de ‘comemorite aguda’. Comemora-se tudo. Pierre Nora fala mesmo em tirania da memória, de um funcionamento dos meios de comunicação sobre as comemorações, sobre as relações com a memória. Hoje não se pode fazer nada sem que haja um aniversário, uma data redonda. Como o futuro é imprevisível, a sociedade se volta para o passado sem saber exatamente o que tomar. Isso é um sintoma de pane da nossa sociedade.”(Dosse, 1995. p. 5)

A possível lógica de produção da memória e seus lugares, visualizada no caso francês, parece encontrar uma distinta configuração no Brasil. Se consideradas, por exemplo, as características básicas dos arquivos públicos brasileiros, as questões anteriormente referidas estarão inseridas em uma outra teia de relações.
Talvez as características assumidas pelo Estado brasileiro dispensem, inclusive, o exercício da sua memória - aí incluída a sua socialização - como referência à sua “identidade” e à sua “continuidade institucional”. Mocinho na promoção do desenvolvimento, recentemente vilanizado, o Estado brasileiro tem sido identificado como arauto do novo e da modernidade e, portanto, projeto de futuro.

“ ...há certas coisas que eu não sei como explicar, mas que chamam muito a atenção no Brasil em oposição a outros países. O Brasil é aquele no qual, me parece, há maior fascínio pelo novo. Nos outros países há, digamos, uma valorização do passado muito maior. No Brasil, em todas as classes sociais, e aí não é só uma questão de classe dominante, apareceu alguma novidade, todo mundo fica absolutamente encantado”(Durham, 1984, p. 51).
Garcia (1992) reflete sobre o que identifica como uma vocação brasileira para a falta de memória e a imagem de um país “sem tradições”. Para tal, indica fatores, como as transformações econômicas por que passou o país neste século, “responsáveis por uma forte instabilidade que desestruturaria os possíveis sujeitos portadores de memória social “(ibid., p. 169). Este quadro mostraria, de um lado, a exclusão de classes subalternas da historiografia brasileira e das políticas públicas na área patrimonial. De outro, ocorreria a apropriação da memória histórica pelo Estado, seu depositário privilegiado. Cabe assinalar, porém, que a trajetória histórica dos arquivos públicos no Brasil e a situação geral em que se encontram sugere que os mecanismos pelos quais se dá tal apropriação por parte do Estado são mais complexos do que se supõe. No mínimo, pode-se afirmar que tais mecanismos não têm contemplado políticas públicas relativas ao patrimônio documental arquivístico do próprio Estado.
O passado - quando inserido em certos discursos do Estado no Brasil - tende a ser configurado como objeto de ruptura. Remeter-se ao passado talvez seja, neste sentido, ilustrar uma trajetória considerada historicamente superada. Os suportes materiais da memória do Estado expressariam-se, assim, em relíquias que ofereceriam menos rotas que pistas pulverizadas do passado.
Ao não reconhecer sua própria memória, tampouco o Estado oferece-lhe condições de uso social. Também neste sentido, aprofundam-se as distâncias entre Estado e sociedade no Brasil. Lugares periferizados no Estado e quase invisíveis socialmente, os arquivos públicos talvez sejam também agentes do esquecimento. De um lado, esta vocação “involuntária” parece imposta pela própria trajetória do Estado no Brasil. De outro, porém, talvez as práticas de gestão dos seus estoques informacionais - isoladas do universo social mais amplo - acabem por reificar a produção do esquecimento.
Enfim, no Brasil, o Estado parece prescindir da memória - ao menos daquela que se expressa nos registros materiais da sua ação ao longo do tempo - como instância legitimadora. Até porque talvez tenha constituído estratégias de legitimação pelo esquecimento, das quais os arquivos públicos seriam umas das expressões mais evidentes. Como tal, os arquivos públicos encontram-se também deslegitimados no aparelho do Estado e na sociedade em geral. Tais considerações requerem a observação desses processos como objeto da historiografia, o que infelizmente ainda é quase inexistente no caso do Brasil. Por outro lado, suscitam interrogações cujo exercício pela arquivologia - de densidade científica quase nula no Brasil - torna-se premente. Só a pesquisa científica, envolvendo universidades e arquivos públicos, favorecerá a emergência de padrões de gerenciamento da informação governamental, referidos aos campos da arquivologia e da ciência da informação, porém mais compatíveis com as especificidades do Estado e da sociedade brasileiros. De qualquer forma, é possível estimar que as possibilidades de reversão da situação em que se encontram os arquivos públicos brasileiros passam pelos diversos fatores que implicam a apropriação do Estado pelo conjunto da sociedade brasileira.








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The invention of the memory in the public archives
Abstract
The concept/notion of memory has been guiding several actions applied to the formation of archival heritage by public archives. This process in archival practices is denominated as appraisal records. However, the theoretical presuppositions and implications of the concept/notion of memory are minimized or not used in the appraisal records process. In Brazil this process has special features due to the peripheric context of public archives.
Keywords
Archives Administration, memory, appraisal records, public archives, archival policies.

José Maria Jardim
Universidade Federal Fluminense

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