Subject: Os povos colonizados reagem assim |
Author:
Augusto Mendes
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Date Posted: 20/05/05 0:26:30
In reply to:
Carlo MOIANA
's message, "A INCONGRUÊNCIA DO NACIONALISMO BÁLTICO" on 19/05/05 22:39:38
Como é que apareceram lá esses 40% de russos?
E o que dizem os palestinianos dos israelitas?
A URSS conquistou pela força essas regiões, deportou os povos, enviou colonos russos e agora que podem esperar os russos que lá vivem?
>00:39 2005-03-25
>Carlo MOIANA
>Pravda.Ru
>Buenos Aires
>
>A INCONGRUÊNCIA DO NACIONALISMO BÁLTICO
>
>Qualquer leitor de Pravda.ru, diferentemente dos que
>lêem apenas os meios de comunicações ocidentais, sabe
>o que acontece nos países bálticos da antiga União
>Soviética (Lituânia, Letônia e Estônia): a minoria de
>origem russa (que constitui nada menos que 40% da
>população, no caso da Letônia) é discriminada e não
>pode participar da vida política, a língua russa é
>proscrita, movimentos nazistas são incentivados,
>veteranos da SS marcham orgulhosamente pelas ruas,
>enquanto desfiles de veteranos soviéticos são
>duramente reprimidas pela polícia.
>
>Claro que nada disso aparece na imprensa européia e
>estadounidense, nem figura nos relatórios de direitos
>humanos dos EUA, da União Européia; apenas Israel
>condena publicamente o nazismo báltico, pois 90% dos
>judeus foram dizimados nesses países (o maior índice
>dentre todos os países conquistados por Hitler). Mas a
>UE e os EUA não estão preocupados com isso: Lituânia,
>Letônia e Estônia são aliados fiéis, e sua russofobia
>é um exemplo para os demais países ex-soviéticos, pois
>está claro, depois das “revoluções” na Geórgia,
>Ucrânia e Moldávia, patrocinadas pelas potências
>ocidentais, que estes países querem isolar política,
>econômica e estrategicamente a Rússia.
>
>O grotesco do revisionismo histórico báltico, que
>considera as tropas nazistas como “libertadoras” e as
>soviéticas “invasoras”, e que afirma que o campo de
>concentração de Salaspils, onde dezenas de milhares de
>judeus e eslavos perderam a vida, era nada mais que um
>“reformatório, um centro de reeducação”, é
>simplesmente óbvio.
>
>Mas o nacionalismo exagerado desses países, que se
>consideram vítimas do “imperialismo soviético” é mais
>enganador, e leva muitas pessoas, que não conhecem
>muito sobre a URSS, a lhes dar razão. A verdade é que,
>se não fosse pela União Soviética, Lituânia, Letônia e
>Estônia simplesmente não existiriam hoje.
>
>Depois da revolução bolchevique de 1917 e a derrota da
>contra-revolução na guerra civil, era evidente que o
>antigo império russo tinha que ser reformado. A
>proposta dos comunistas era única, e foi uma das suas
>maiores realizações: constituir um grande estado
>federativo, onde todos os povos estivessem integrados,
>mas pudessem manter a autonomia administrativa interna
>e suas línguas, culturas e tradições. Embora, a partir
>de Stalin, a URSS tenha se tornado um Estado
>administrativamente muito centralizado, com pouca
>autonomia para as repúblicas, ainda assim elas puderam
>manter suas culturas e línguas.
>
>A nova URSS foi então constituída em 1922,
>originalmente constituída por quatro repúblicas (em
>1956 ela adquiriu sua forma final, com 15 repúblicas:
>Rússia, Ucrânia, Bielorússia, Moldávia, Lituânia,
>Letônia, Estônia, Azerbaijão, Geórgia, Armênia,
>Cazaquistão, Uzbesquistão, Tadjiquistão, Quirquízia e
>Turcomênia). Os critérios para estabelecer uma
>república eram os seguintes: ter um grupo nacional
>majoritário com mais de um milhão de pessoas, que
>daria o nome à repúplica; ter uma economia suficiente
>desenvolvida para manter-se, caso decida pela
>independência; e estar na periferia da URSS, para ser
>territorialmente viável em caso de secessão. Os
>soviéticos então traçaram as fronteiras de cada uma
>das repúblicas com base nisso, além de ter dado
>estatuto administrativo especial (embora com menor
>autonomia) também aos povos que não satisfaziam os
>requisitos citados. A Rússia, por exemplo, é
>constituída por cerca de uma centena de outros povos.
>
>A língua oficial da URSS era, claro, o russo, pois era
>a mais falada. Mas cada república soviética tinha
>emissoras de rádio e TV, escolas e publicações em sua
>própria língua, o que permitiu a sobrevivência de cada
>uma delas, apesar da existência de uma língua mais
>forte. Foi graças à URSS que línguas e culturas de
>pequenos povos, com menos de 10 milhões de habitantes,
>como o lituano, o letão, o estoniano, o moldavo e o
>quirquize, existem até hoje.
>
>Se os países bálticos, por exemplo, tivessem sido
>independentes ou mantidos pelos nazistas (que eles
>consideram como seus “libertadores”), com certeza sua
>línguas e seus países teriam desaparecido, assim como
>o gótico e o antigo prussiano, falados na outrora
>poderosa Prússia, que declinaram quando esta tornou
>parte da Alemanha, e desapareceram por completo quando
>da ascensão de Hitler. Nenhum outro país do mundo
>tinha uma proposta como a soviética, para manutenção
>das minorias nacionais.
>
>O mais interessante, contudo, é que Lituânia, Letônia
>e Estônia foram, durante cerca de 20 anos,
>independentes e soberanos graças à União Soviética.
>Esses três países foram dominados primeiro por
>poloneses, suecos e alemães, e depois pelo império
>russo, a partir de fins do século XVIII. Com a
>revolução de 1917, a Alemanha os ocupou, mas com a
>derrota desta na Primeira Guerra Mundial, teve que
>retirar-se. Lituânia, Letônia e Estônia, então,
>pediram a independência à URSS. Lenin aceitou,
>respeitando o preceito de que cada república deveria
>unir-se voluntariamente à União, e os soviéticos foram
>os primeiros a reconhecer os países bálticos como
>soberanos (diferentemente da Polônia e da Alemanha,
>que ao longo da década de 20 tentaram por várias vezes
>ocupar a Lituânia).
>
>A situação mudou com Stalin. Em 1940, ele ocupou os
>países bálticos, e os forçou a integrar-se à URSS.
>Milhares de lituanos, letões e estonianos foram
>deportados ou enviados a campos de trabalhos forçados.
>Foi um grande erro e uma brutalidade, sem dúvida. Mas
>é inaceitável que os países bálticos, hoje, se
>coloquem como vítimas, tentem reescrever a história e
>mantenham tanto rancor contra a URSS.
>
>Pois a invasão de Hitler, em 1941, foi muito pior, e
>levou a um genocídio bastante maior (de judeus e
>russos que viviam na região, além de muitos lituanos,
>letões e estonianos que tentaram algum tipo de
>resistência). Quanto a Stalin, é sobejamente conhecido
>que foi um líder brutal; mas os povos bálticos não
>foram as suas únicas vítimas, não foram os únicos a
>serem perseguidos. E apesar da anexação forçada, a
>URSS permitiu a manutenção de suas culturas e
>consciências nacionais e traçou as fronteiras que eles
>têm presentemente: se a Alemanha, por exemplo, tivesse
>conseguido mantê-los como suas possessões, teriam tido
>o mesmo destino que a velha Prússia.
>
>Mas é incompreensível que Lituânia, Letônia e Estônia
>mantenham, hoje, tanta animosidade, ódio e revanchismo
>contra a Rússia. Conseguiram a independência que tanto
>queriam, concedida pacificamente pela URSS em setembro
>de 1991; sua soberania é reconhecida por todos os
>países do mundo, inclusive a Rússia; e ingressaram na
>OTAN e na UE, estando completamente fora da esfera de
>influência russa.
>
>Por que então não ter relações normais e adultas com a
>Rússia, mutuamente vantajosas, e garantir direitos
>iguais às minorias russas? Parece que os políticos
>bálticos ganham com um discurso ultranacionalista e
>estimulando a russofobia e o nazismo. Mas essa atitude
>tem também uma explicação psicológica: os países
>bálticos sentem-se fortes em provocar seu grande
>vizinho oriental, assim como aqueles cãezinhos que,
>seguramente protegidos pela cerca de sua casa, latem
>bravamente contra os cachorrões que passam pela rua.
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