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Subject: E a "Europa"? | |
Author: Vasco Pulido Valente (Público, 22.04.2007) |
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Date Posted: 22/04/07 19:48:44 In reply to: Vasco Pulido Valente 's message, "A identidade da França" on 21/04/07 13:48:19 Há uma curiosa deslocação da utopia "interna" para a utopia "externa", ou seja, do socialismo como coisa realizável num só país (não falo do "país" de Estaline") para a utopia usualmente designada como "construção da Europa". O Estado federal da "Europa" substituiu a igualdade e as nacionalizações como instrumento e meio de fazer a felicidade da populaça. Por um lado, isto não espanta: o carácter religioso da esquerda inventou um novo paraíso, quando geralmente se percebeu que o primeiro não passava de um inferno. Por outro, não se compreende como a realidade, nem sempre recomendável ou harmónica, dos 25 consegue inspirar o mais vago sentimento de fé ou esperança num futuro cantante do Báltico, ou mesmo da Anatólia, ao cabo da Roca. Claro que a "Europa" nasceu "contra". Contra o que se julgava o mal absoluto da hegemonia anglo-saxónica. Primeiro, contra a Inglaterra, que a França (incluindo Monnet) e a Alemanha julgavam com ambições no continente, apesar de a Inglaterra estar na altura mais do que falida e desinteressada. E, a seguir, contra a América, o novo monstro económico, militar e cultural. Não por acaso a "Europa" foi desde o princípio a aliança dos vencidos (França, Alemanha, Itália, Holanda, Bélgica, Luxemburgo) contra os vencedores, coisa que dá sempre um cheirinho de virtude. Virtude a que se acrescentou com o tempo o famigerado "modelo social" e a fantasia da "terceira força", que iria arbitrar os conflitos entre a América e a URSS e que hoje necessariamente aspira a conter e dirigir a América. A utopia começa agora a apodrecer. Muita gente espera que o próximo Presidente da França, de sociedade com a sra. Merkel e com Zapatero, a venha salvar. É uma ilusão. A Alemanha unificada reduziu a França a uma potência de terceira ordem. Pior ainda, o mundo eslavo e o mundo báltico, que não deixaram de viver sob a ameaça do império russo, não confiam na França e detestam a Alemanha. Confessemos que com carradas de razão. A "Europa" talvez lhes traga, por enquanto, alguma ajuda. Mas, para seu sossego e estabilidade, precisam de uma garantia séria. Da única que existe: a garantia da América. A Polónia e a República Checa já provaram este facto simples. Com "Constituição" ou sem ela, a "Europa" terá de se ficar - o que não é mau - pelo mercado livre, a moeda comum e a defesa do consumidor. A ideia absurda do Estado federal, "simplificado" ou não, morreu de vez. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
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E visto tudo em que bolinha de cristal? (NT) | Chico vivaço | 23/04/07 0:27:15 |