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| Subject: Poluição mental | |
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Author: José Goulão |
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Date Posted: 24/10/07 11:53:30 É fácil enganar cidadãos incautos, principalmente se balançarem nas vagas da desinformação, forem dotados de infinita boa-fé e estiverem genuinamente preocupados com o desgoverno do mundo em questões ambientais. Mais difícil será enganar o Comité Nobel. Sabemos que a atribuição dos Prémios é comandada por imensas circunstâncias alheias aos méritos dos possíveis candidatos, facto que tem gerado situações aberrantes. Porém, ingénuo, incauto e distraído são coisas que o Comité Nobel não é. Logo, a atribuição do Nobel da Paz a Albert Gore não é um engano. É apenas mais uma aberração. Para alguns será chocante esta afirmação. Coitado do Al: ele fez um filme contra o aquecimento global (a Academia de Hollywood que lhe deu o Óscar também não é ingénua nem incauta), ele tem conseguido reunir as boas vontades e as colaborações de tantos e tão populares artistas de todo o mundo, ele desmultiplica‑se em tantas (e bem pagas) conferências ambientais, enfim, ele parece ser aquele ícone que faltava a um combate frontal contra os que paulatinamente (e enriquecendo) vão destruindo a Terra. O problema é que Albert Gore não surgiu do nada. Antes de se envolver nesta cruzada, sobretudo propagandística, ele foi vice-presidente dos Estados Unidos da América durante oito anos! Nesse cargo, onde era teoricamente o segundo homem mais poderoso do mundo, foi um combatente incansável contra a degradação planetária do meio ambiente? Alguém deu por isso? Parece que não. Na sua vice-presidência, os Estados Unidos tudo fizeram para sabotar os esforços desenvolvidos na Conferência do Rio; na sua vice-presidência os Estados Unidos fizeram gato-sapato do Protocolo de Kioto. Nessas funções, Gore foi apenas igual ao seu sucessor, o ultraconservador Dick Cheney. Isto é, o vice-presidente Gore não afrontou as multinacionais, o complexo militar-industrial e os grandes imperadores da economia, que são, efectivamente, os que ignoram ostensivamente os problemas ambientais. Pelo contrário, fez o seu jogo na arena internacional. Desperdiçou as oportunidades de ouro de que dispôs para fazer realmente qualquer coisa pela Terra. Agora que o cidadão Gore já não dispõe dos poderes executivos de que usufruiu é que vai combater eficazmente os poluidores do planeta? Não sejamos ingénuos. O Comité Nobel alinhou apenas na vaga propagandística, como quem, tal como Gore, alivia consciências e faz o número, muito na moda, do convenientemente alinhado pela causa ambientalista. Não é assim que se salva o Planeta. A causa é de todos e não pode ser comandada por Gores e afins através de operações oportunísticas que apenas espalham poluição mental, desviando as atenções e as acções dos objectivos do combate real. O combate que deve atingir, de facto, os verdadeiros e grandes poluidores. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |