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Date Posted: Wed September 19, 2007 23:41:30
Author: Deise Raquel Cardoso (literatura infanto-juvenil)
Subject: Re: Professor Ivam Cupertino
In reply to: Maronilda Oliveira Alvarenga 's message, "Professor Ivam Cupertino" on Mon September 10, 2007 17:37:03

Centro Universitário Luterano de Palmas
Disciplina: Literatura Infanto-Juvenil I
Acadêmica: Deise Raquel Cardoso deisequel@yahoo.com.br
Curso: Letras turma: 0612
Profº: Ivan Cupertino

Literatura infantil
É impossível falar de literatura infantil ignorando os imortalizados contos dos Irmãos Grimm que viveram na Alemanha e tinham nos contos de fadas sua ferramenta de trabalho e essência de vida. Eles criaram, recriaram e deram vida a seus próprios contos. Quando não criavam contos eles iam atrás de crendices e lendas em diferentes lugares, tornando reais os medos e temores pelo prazer de fantasiar. Conquistando assim a liberdade, com muita aventura e criatividade.
O que diferencia os contos dos Irmãos Grimm, dos outros contos é a ficção recheada de criatividade, de magia, de mistério, que encanta não só as crianças, mas adultos e todos que buscam na literatura prazer, refugio, ou alguma forma de preencher um vazio que cada um de nós tem.
Os Irmãos Grimm mostram-nos as vantagens em se fugir da realidade, pelo fato do real ser duro e imutável e no imaginário ser possível manipular os fatos, ou mesmo escolher o que lhe é mais prazeroso, tendo como arma principal o folclore, os Irmãos Grimm foram onde o povo estavam e criaram os verdadeiros “Contos de Fada”. Tais contos não são apenas fonte ilimitadas de conhecimentos, mas são uma autobiografia que além de refletir seus autores também enfatizam diversas questões ideológicas, retratadas em seus personagens, nos espaços e até mesmo no enredo. Como os contos são extraídos do folclore isso acaba expondo o real dentro do irreal. Ou seja, quem lê os contos dos Irmãos Grimm dificilmente são se identificará com algum personagem, ou até com determinada situação em certos momentos da vida.
Meio a lendas, superstições e crendices e muita criatividade os Contos do Irmão Grimm foram imortalizados.
“A verdade é muito mais terrível do que a ficção”.
“O mundo real persegue, o irreal é perseguido”. (Jacko e Will Grimm)




Transcendendo a infância com ajuda da fantasia
Na infância a criança vive em um mundo limitado, só ela e seus pais. Diante das decepções idípicas se vê forçada a buscar outras fontes de sustento físico e psicológico. É aí que elas buscam satisfação emocional em outras pessoas e quando isso não é possível a própria criança a inventa. – Quem é que nunca teve um “amigo mágico invisível”? – Quem é que nunca desejou ter uma “fada madrinha” que resolvesse todos os problemas? – Quem nunca teve medo de “bicho papão”? De lobo mau?
Ainda que suas conquistas reais sejam consideráveis se tornam insignificantes diante de seus fracassos, e como criança já não tem mais compreensão daquilo que é realmente possível ela acaba se refugiando inteiramente dentro de si, se afastando do mundo real, a menos que a fantasia venha em sua ajuda.
O papel da fantasia na infância é de suma importância (na infância) pois dá a criança capacidade de ultrapassar a realidade e suportar suas frustrações.
Os Grimm costumavam dizer que “a verdade é muito mais cruel do que a ficção”. Eles possibilitam seus contos que a criança imagine seu futuro de forma otimista, e busque na fantasia mudanças para melhor. Visando esclarecer tal afirmação analisarei a seguir o conto “A pequena vendedora de fósforos”.

A pequena vendedora de fósforos
É impossível analisar esse texto sem relacioná-lo com a realidade, pois ele aborda questões de nosso tempo e problemas universais, inerentes ao ser humano. Ele mostra a trajetória de uma vendedora de fósforos na noite de natal, uma criança pobre, carente, e “quase sozinha”, acompanhada apenas por sua “maravilhosa caixa de fósforos”.
Atualmente é normal se deparar nas ruas, principalmente das grandes cidades, com crianças “vendedoras de fósforos”, trilhando pelas ruas geladas da nossa realidade. Ignoradas pela sociedade que fecha os olhos ou finge não vê-las, por viverem de olhos vendados pelo egoísmo e pela incapacidade de amar os menos favorecidos, se tornando pessoas frias, gelados como a neve. Mas todo o gelo que cercava a “pequena vendedora de fósforos” não a impedia de sonhar e foi exatamente quando ela se lembrou das lindas fabulas que sua mãe contava-lhe enquanto a fazia ninar em seus braços quentes que ela percebeu o poder que tinha em mãos, sua caixa de fósforos. E a cada fósforo que ela acendia, abria-lhe uma nova porta, uma possibilidade de sonhar, de fugir do gelo da realidade e se aquecer nas asas da imaginação. O primeiro fósforo que ela acendeu lhe fez sentir diante do calor de um fogão a lenha. O segundo fósforo fez surgir diante dela uma mesa de jantar. Mas o fósforo se apagou e tudo desapareceu diante dela. Mas ela persistiu e acendeu o terceiro e o quarto fósforo, que a fez parecer estar diante de uma árvore de natal repleta de presentes e bolas coloridas. O quarto fósforo a fez lembrar da ternura com que sua avó a tratava. Mas essa lembrança também se desfez assim que o fósforo se apagou.
Impulsionada pela “magia”, que tudo pode, tudo transforma, ela resolveu acender o restante dos fósforos e tudo brilhou em sua volta. De forma que ao acordar estava em uma cama quentinha cercada por pessoas que a amavam. Agora ela tinha um a família de verdade onde reinava a paz e o amor.
Mas como foi que isso aconteceu? – Como pode um simples fósforo ter transformado uma gelada realidade em um sonho encantado? – Ou será que aconteceu o contrario?
É mais obvio admitir e aceitar a “pequena vendedora de fósforos” na verdade, nunca saiu de sua cama quentinha e aconchegante cercada por cuidados e amor. O que aconteceu foi que ela, como toda criança inventou... imaginou como seria a vida de uma criança carente que vivia na rua vendendo fósforos para ajudar seu pai. E para tirar suas conclusões a menina se colocou no lugar, na personagem inventada por ela mesma, “a pequena vendedora de fósforos” e descobriu que o amor é a chama que aquece a vida e nos torna mais feliz.
Diante das ultimas evidencias é cabível afirmar que o conto “a pequena vendedora de fósforos” é uma obra metalingüística, pois se trata de um conto dentro de outro conto, visto que o conto mostra a relação de uma criança com a ficção enfatizando sua capacidade de criar, inventar, gerar contos.

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