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Date Posted: Mon October 22, 2007 10:09:17
Author: Geuvar Silva de oliveira
Subject: Observando A Psicanálise dos contos de fadas
In reply to: Geuvar Silva de oliveira 's message, "Bom dia, jovens!" on Mon October 22, 2007 10:02:00

> Observando A Psicanálise dos contos de fadas
>
> A Psicanálise dos contos de fadas é uma
>obra que ao ser lida fala diretamente ao interlocutor,
>mostrando pontos quase esquecidos de sua existência. É
>uma leitura maravilhosa, que induz o interlocutor a
>pensar sobre o mundo a sua volta, não apenas no
>momento atual, mas, apontando momentos de sua
>juventude quando ouvia as historias de contos de
>fadas, enquanto criança e as leituras ingênuas que
>fazia em tempos remotos. Essa obra fala ao adulto que
>observa o mundo com um olhar mais cuidadoso,
>refletindo agora sobre seus filhos submergidos nas
>profundezas mágicas da infância.
> Os contos de fadas sempre começam com: “Era
>uma vez, num reino muito distante”. Isso, segundo o
>autor de A psicanálise dos contos fadas, evidencia uma
>realidade fora do tempo e do espaço, longe da
>realidade adulta. Contudo, esse “era uma vez...”
>parece dizer outra coisa, pois se “era uma vez” não
>seria porque já houve outra vez? Era uma vez em um
>lugar muito longe, quando um adulto ainda era uma
>criança e acreditava em contos de fadas. Assim como os
>contos falam às crianças e as ensinam de uma forma
>inconsciente para que elas busquem forças para suas
>lutas contra as mudanças inevitáveis, apontam para a
>necessidade de o adulto repensar sua vida e colocar um
>pouco de magia e fantasia, para que a velocidade do
>cotidiano não o comine.
> A obra de Bruno Bettelhein fala do medo das
>crianças de serem rejeitadas pelos pais, mas aponta
>ainda esse mesmo medo nos pais, preocupados com que os
>filhos ao ler os contos de fadas, os identifiquem como
>bruxas e monstros. Por isso essas obras infantis foram
>vistas com desdém durante muito tempo. Essas
>observações do autor mostram um ser humano frágil que
>passa grande parte de sua vida buscando realizar suas
>fantasias, preencher vazios e completar suas carências
>procurando no outro já realizado a realização de seus
>anseios. Amar e ser amado, a busca do amor
>incondicional, encontrado outrora nos braços da mãe ou
>do pai. Assim o “era uma vez...” soa de forma
>encantada, como se quisesse resgatar na mente dos
>adultos esses momentos que ficaram ocultos, era uma
>vez a felicidade.
> A obra fala aos adultos, apresenta outro
>olhar para os contos de fadas. Nessa nova opção, o
>autor por meio dos contos, dá sentido ao mundo
>imaginário das crianças, a seus medos e a seus
>anseios. Abrindo caminho para os adultos ao mundo dos
>filhos, ao ler A psicanálise dos contos de fadas, o
>interlocutor percebe que pode não ter segurado direito
>na mão da criança ao seu lado, não no sentido de
>subjugar sua inteligência, mas nos conselhos, no
>companheirismo, no carinho, e no encorajamento de suas
>ações para o crescimento. Em alguns momentos, deu uma
>de lobo mau, de madrasta, de monstro e fugiu deixando
>a criança se dirigir para a casa de uma senhora que
>comia criancinha. Aqueles que não compreendem que a
>criança tem suas próprias experiências a passar, pode
>não ver a real importância dos monstros nas histórias,
>que são um paralelo entre o bem e o mal.
> A obra aponta para uma pergunta: quem somos
>nós realmente? Essa pergunta vai ficar sem resposta
>por enquanto. Mas por que os contos fazem tanto
>sucesso entre as crianças? Talvez porque falam de um
>mundo real. Um mundo que criamos e que tomou
>proporções gigantescas e sem sentido. Os contos de
>fadas são representações de nossas próprias
>experiências e desejos. Com relação a isso, o autor
>Bruno Bettelheim afirma que “os contos de fadas
>transmitem importantes mensagens à mente consciente, à
>pré-consciente e à inconsciente, em qualquer nível que
>esteja funcionando no momento” (BETTELHEIM, 1980,p.14)
> Essa observação nos permite pensar que os
>contos de fadas tentam encontrar respostas
>direcionando o olhar para os comportamentos humanos
>realizados em outros momentos vividos por cada um.
> Lançando mão desse exercício, observo que li
>uma noticia na internet que falava que as mulheres
>preferem homens ricos e os ricos querem as mulheres
>mais bonitas. Essa noticia vem se confirmar nos contos
>de fadas, quando os príncipes saem em busca de lindas
>mulheres e estas sonham em se casarem e ir morar em
>grandes castelos e serem felizes para sempre. Como os
>contos de fadas são fundamentações baseadas nas
>experiências e necessidades humanas, o mundo
>imaginário e o real tendem a se sobrepor.
> A obra de Bettelheim esmiúça as histórias dos contos
>de fadas procurando entender o ser humano que existe
>por trás do imaginário literário, tudo é uma busca
>para satisfazer aquele velho jargão bíblico, “conheça
>a ti mesmo”, o homem vem garimpando as suas
>experiências mais distantes para isso.
>“Se esperamos viver não só cada momento, mas ter uma
>verdadeira consciência de nossa existência, nossa
>maior necessidade e mais difícil realização será
>encontrar um significado em nossas vidas”.
>(Bettelheim, 1980, p. 11)
> Não basta mais observar as estrelas, a terra, o mar,
>nessa obra o autor olha, por meio de obras antigas, o
>interior humano, pois nem tudo que se cria no momento
>vai fazer sentido naquele mesmo momento, um discurso
>pode ser efêmero hoje e ficar marcado na história anos
>à frente. A essência dos contos de fadas é “pequenas”
>obras que não apenas tentam passar ensinamentos para
>uma população imatura, mas, permite perpetuar nossa
>história ao longo desse caminho que é a vida. Todos os
>monstros e dificuldades que existem nos contos são
>tidos como fantásticos, mas, como também são os seres
>humanos que dão razão para este mundo, então pode ser
>parte de nos que de uma forma transcendental se coloca
>a nossa própria frente como num espelho, o autor
>estudando se mesmo, por meio de sua obra, como já foi
>citado anteriormente.
>As aflições da humanidade sempre estiveram presentes
>nos contos, um bom exemplo é a obra: “Os três
>porquinhos” um conto que apresenta a história de três
>porquinhos envolta com um lobo faminto pronto para
>saciar sua fome, para isso conta com a insensatez e a
>imprudência dos dois porquinhos mais novos, contudo,
>encontra inimiga a altura com a inteligência e audácia
>do porquinho mais velho que é sério, trabalhador e
>estar sempre atento. O que é isso senão uma forma de
>imaginar nossos medos e aflições diante dos
>acontecimentos da vida, a vida requer sensatez,
>audácia, inteligência e coragem, quem for o contrario
>disso, vai passar aperto com um lobo a cada esquina a
>espera de refeição.
> A obra, ”Os três porquinhos”, ainda apresenta uma
>atividade bastante peculiar aos humanos, antes de
>serem atacados pelo lobo os três moram em casas
>separadas, depois dos ataques estão unidos numa casa e
>contra o lobo. Com isso o autor dá mais um conselho,
>que a união de um grupo pode ser a solução de um
>problema. A psicanálise dos contos de fadas fala de
>muitos contos de uma forma extraordinária e brilhante,
>que sou eu para falar isso? Eu sou a pessoa que leu a
>obra de Bettelheim e ficou encantado com a forma como
>ele conduz o assunto e quem não ficaria impressionado
>com esse novo jeito de ver os contos de fadas?
>Hoje a essência dos contos de fadas continua a mesma a
>idéia e valoriza os caminhos que estão pela frente,
>continuar evitando as pedras e armadilhas, mas a
>roupagem tomou forma mais moderna como pede a atual
>conjuntura. Em tempos remotos, Chapeuzinho, Branca de
>Neve, João, Maria... Estavam envoltas em como lidar
>com as descobertas emocionais, com a maturidade sexual
>com a atenção dos pais, hoje as pequenas personagens
>tem muito mais com que se preocupar além de seus
>complexos edípico, narcisista e egocêntrico, ao entrar
>numa floresta densa, fantástica e perigosa como um
>shopping, o lobo agora tem garras mais afiadas, os
>efeitos psicológicos são mais contextualizados e
>existem varias faces e nomes, consumismo, mercado,
>padronização, globalização e, o que essas “entidades”
>causam é ainda mais preocupante, por isso nossos
>personagens modernos precisam estar envoltos em ideais
>mais atualizados para sobreviverem à evolução de seus
>inimigos. Ou serão as ideologias que precisam se
>tornar mais compatíveis com as circunstancias atuais?
>Mas, as ideologias mudam? As histórias de fadas também
>mudaram, a chamada roupagem que se modernizou, tem
>outro nome na concepção do maior especialista em
>literatura, segundo a imprensa e outras macaqueadas de
>plantão, Hardd Bloom, é categórico ao afirmar que não
>existem mais títulos literários capazes de apresentar
>boas leituras e a maioria são de um apelo comercial
>muito grande, verdadeiras peças ilusionistas, umas
>bombas (não com essas palavras). Mas a nossa
>modernidade cria mocinhas de contos de fadas de
>plástico sem a necessidade da literalidade como é o
>caso da boneca Barbie que é uma peça comercial criada
>a partir do imaginário da criança e depois e jogada no
>cinema com roteiros da Branca de Neve e Rapunzel. É um
>novo modo de ver os contos, mas sem nenhum compromisso
>literário, apenas vender mais e mais bonecas.
> A luta pela maturidade não termina com a
>volta para casa de João e Maria, nem com a segunda
>chance de chapeuzinho ao ser resgatada da barriga do
>lobo, muito menos com o casamento de Branca de neve
>com o príncipe, ou com a borralheira que se tornou
>rainha. Estes, depois de casados, estão por aí. Dê uma
>olhadinha à sua volta: só ficaram adultos Os problemas
>de criança se transformaram em problemas de adulto: a
>prestação do apartamento, da casa, a mensalidade da
>faculdade, da escola das crianças, as contas de água,
>luz, telefone, o emprego etc. A floresta ficou mais
>perigosa e assustadora... (Vamos procurar um atalho.)
>Era uma vez, um eu muito, muito distante...
>BIBLIOGRAFIA
>BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas.
>Rio de Janeiro: Paz e terra, 1980.
> Geuvar Silva de Oliveira
>Literatura infantil
>Letras L.P.
>Professor: Ivan Cupertino
>ULBRA, 22 - 10 - 2007

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