VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Contact Forum Admin ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 12[3]45678 ]
Subject: As tretas socráticas à volta dos novos empregos e do desemprego


Author:
António Vilarigues (Jornal do Centro, 10.10.2008)
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 16/10/08 17:54:04

A evolução dos salários, do emprego e do desemprego nos últimos anos explica a razão porque Portugal é um dos países com maiores desequilíbrios na distribuição dos rendimentos.

Os salários continuam em perda contínua. Em 2006 o salário médio real caiu 2,6 por cento (enquanto na OCDE cresceu 1,3 por cento). Portugal é agora o quarto país com menor poder de compra. Um país que detém um valor médio dos salários abaixo de metade da média europeia. A que se acrescenta o facto de o salário mínimo nacional ser o mais baixo da UE a 15.

O salário líquido dos trabalhadores jovens corresponde a menos 34 por cento da média nacional no escalão entre os 15 e os 24 anos, ou seja cerca de 468 euros. E a menos 8 por cento da média nacional no escalão entre os 25 e 34 anos, ou seja 668 euros.

A distribuição da riqueza produzida situa-se em cerca de 60 por cento para o capital e 40 por cento para o trabalho (dados de 2005). Em 1975, recorde-se, era o inverso.

Os níveis de desemprego são os mais elevados das duas últimas décadas, atingindo cerca de seiscentos mil trabalhadores e correspondem a uma taxa de 8 por cento em sentido restrito e de 10,5 por cento em sentido lato. Verifica-se uma acentuada destruição de empregos qualificados e de vínculos efectivos. Existe uma elevada incidência do desemprego de longa duração. A taxa dos que procuravam emprego há mais de 12 meses passou de 43,2 por cento, em 2004, para 47,3 por cento em 2007.

São hoje mais de 40.000 os trabalhadores com formação superior que estão no desemprego. Isto sem contar com os que desempenham funções muito abaixo das suas qualificações. A população jovem desempregada corresponde a mais de metade do total da população desempregada. São mais de 230.000 os jovens inscritos nos centros de emprego. O desemprego absorveu quase na totalidade o crescimento registado na população activa. Há milhares de portugueses que não recebem subsídio de desemprego, mais de 263 mil. São as novas vítimas da política de redução acelerada do défice.

O emprego tornou-se mais vulnerável e inseguro em resultado das opções da política económica e social do Governo PS. A qualidade do emprego degradou-se e o trabalho sem direitos tornou-se uma realidade estrutural na sociedade portuguesa. A precariedade – para a qual as empresas de trabalho temporário deram um importante contributo – transformou-se em política de Estado afectando cerca de 1 milhão e 200 mil trabalhadores.

José Sócrates veio afirmar que criou 133 mil postos de trabalho. Mas qual a verdade dos números das estatísticas oficiais entre o segundo trimestre de 2005 e o segundo trimestre de 2008? A verdade é que as estatísticas, erradamente, contam como empregados 60 mil desempregados que rodam permanentemente nos cursos de formação e estágios do IEFP. A verdade é que as estatísticas, erradamente, consideram como empregos criados nos últimos três anos mais de 30 mil (27 por cento do total), que correspondem a portugueses que, residindo em Portugal, trabalham no estrangeiro. Ou seja, portugueses que declaram a residência permanente em Portugal, mas que na realidade estão a trabalhar em Espanha, Andorra, França, Angola ou Moçambique.

A construção de um Portugal de progresso exige um novo rumo e uma nova política ao serviço do povo e do País.

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]


Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]
[ Contact Forum Admin ]


Forum timezone: GMT+0
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.