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Subject: Re: Será este o País que queremos? | |
Author: Eu não voto mais no PS |
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Date Posted: 25/01/08 19:12:45 In reply to: Ana Benavente 's message, "Será este o País que queremos?" on 25/01/08 13:18:27 >Será este o País que queremos? > > >1. Não sou certamente a única socialista descontente >com os tempos que vivemos e com o actual governo. Não >pertenço a qualquer estrutura nacional e, na secção em >que estou inscrita, não reconheço competência à sua >presidência para aí debater, discutir, reflectir, >apresentar propostas. Seria um mero ritual. >Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me >revejo neste partido calado e reverente que não tem, >segundo os jornais, uma única pergunta a fazer ao >secretário-geral na última comissão política. Uma >parte dos seus actuais dirigentes são tão socialistas >como qualquer neoliberal; outra parte outrora ocupada >com o debate político e com a acção, ficou esmagada >por mais de um milhão de votos nas últimas >presidenciais e, sem saber que fazer com tal >abundância, continuou na sua individualidade >privilegiada. Outra parte, enfim, recebendo mais ou >menos migalhas do poder, sente que ganhou uma maioria >absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir >os cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, >como queiram) no final do mandato. >Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ocasionando >críticas ocasionais. > >2. Para resolver o défice das contas públicas teria >sido necessário adoptar as políticas económicas e >sociais e a atitude governativa fechada e arrogante >que temos vivido? Teria sido necessário pôr os >professores de joelhos num pelourinho? Impor um >estatuto baseado apenas nos últimos sete anos de >carreira? Foi o que aconteceu com os "titulares" e >"não titulares", uma nova casta que ainda não tinha >sido inventada até hoje. E premiar "o melhor" >professor ou professora? Não é verdade que "ninguém é >professor sozinho" e que são necessárias equipas de >docentes coesas e competentes, com metas claras, com >estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a >saber, a aprendizagem efectiva dos alunos)? >Teria sido necessário aumentar as diferenças entre >ricos e pobres? Criar mais desemprego? Enviar a GNR >contra grevistas no seu direito constitucional? >Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar >tanto desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos >mitos de que "quem paga é sempre o mais pequeno"? >Continuar a ser preciso "apanhar" uma consulta e, não, >"marcar" uma consulta? Ouvir o senhor ministro das >Finanças (os exemplos são tantos que é difícil >escolher um, de um homem reservado, aliás) afirmar que >"nós não entramos nesses jogos", sendo os tais "jogos" >as negociações salariais e de condições de trabalho >entre Governo e sindicatos. >Um "jogo"? Pensava eu que era um mecanismo de >regulação que fazia parte dos regimes democráticos. > > >3. Na sua presidência europeia (são seis meses, não se >esqueça), o senhor primeiro-ministro mostra-se >eufórico e diz que somos um país feliz. Será? Será que >vivemos a Europa como um assunto para especialistas >europeus ou como uma questão que nos diz respeito a >todos? Que sabemos nós desta presidência? Que se fazem >muitas reuniões, conferências e declarações, cujos >vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é >afinal o Tratado de Lisboa? Como se estrutura o poder >na Europa? Quais os centros de decisão? Que novas >cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos >recém-chegados e dos antigos membros da Europa? Porque >ocupamos sempre (nas estatísticas de salários, de >poder de compra, na qualidade das prestações dos >serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, >etc., etc.) os piores lugares? >Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no >limiar da pobreza? Que bom seria se o senhor >primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras >simples, a importância do Tratado de Lisboa para o >bem-estar individual e colectivo dos cidadãos >portugueses, económica, social e civicamente. > > >4. Quando os debates da Assembleia da República são >traduzidos em termos futebolísticos, fico muito >preocupada. A propósito do Orçamento do Estado para >2008, ouviu-se: "Quem ganha? Quem perde? que >espectáculo!". "No primeiro debate perdi", dizia o >actual líder do grupo parlamentar do PSD "mas no >segundo ganhei" (mais ou menos assim). "Devolvam os >bilhetes...", acrescentava outro líder, este de >esquerda. E o país, onde fica? Que informação >asseguram os deputados aos seus eleitores? De todos os >partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena >ser tão maçadora. > >Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o >Conselho Nacional de Educação festeja 20 anos de >existência. Criado como um órgão de participação >crítica quanto às políticas educativas, os seus >pareceres têm-se tornado cada vez mais raros. Para >mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez mais >o palácio da bela adormecida (a bela é a participação >democrática, claro). E que dizer do orçamento para a >cultura, que se torna ainda menos relevante? É assim >que se investe "nas pessoas" ou o PS já não considera >que "as pessoas estão primeiro"? > > >5. Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS >a substituir as políticas eventuais do PSD (que não >sabe, por isso, para que lado se virar). Quanto mais >circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem >orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um >bem-estar sem fim que um dia virá (quanto >sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: "Aqui >há palhaços". E os palhaços somos nós. As únicas >críticas sistemáticas às agressões quotidianas à >liberdade de expressão são as do Gato Fedorento. Já >agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os >abusos da EDP, empresa pública, que manda o "homem do >alicate" cortar a luz se o cidadão se atrasa uns dias >no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor... >Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê? Somos >cidadãos castigados! > >O país cansa! >Os partidos são necessários à democracia mas temos que >ser mais exigentes. >Movimentos cívicos...procuram-se (já há alguns, são >precisos mais). As anedotas e brincadeiras com o "olhe >que agora é perigoso criticar o primeiro-ministro" não >me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida. Pela >liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa >vontade, o nosso entusiasmo. Com certeza somos muitos >os que não gostamos de brincar com coisas tão sérias, >sobretudo com um governo do Partido Socialista! > > (*) Ana Benavente >Professora Universitária, militante do PS RESPOSTA. -Eu diria:-Mas será este PS que queremos? -É esta a pergunta que se deve fazer. -E não este país... -E sabe a senhora doutora, porquê? -Eu respondo: -O país não tem culpa nenhuma de estar como está...pois o seu estado é resultado das opções politicas do PS e dos seus militantes, portanto da senhora também, e com uma agravante é que a senhora tem responsabilidades acrescidas pois tratasse de uma pessoa com formação superior logo aumenta a sua responsabilidade moral, social e politica. -É tempo dos verdadeiros socialistas resgatarem o partido e não de se lamentarem como se não fosse nada com eles. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
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Re: Será este o País que queremos? | Tratado de lis-broa de muita lís e pouca broa | 26/01/08 10:44:42 |