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Subject: OS COMUNISTAS FORAM AO CINEMA | |
Author: João Miguel Tavares |
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Date Posted: 27/02/08 11:35:48 Os comunistas foram ao cinema ver Call Girl. Deram-lhe bola preta. Não por causa dos méritos ou deméritos da realização de António-Pedro Vasconcelos. Mas porque o protagonista do filme é (supostamente) um autarca corrupto do PCP. O verdadeiro comunista não se deixa deslumbrar pelas curvas sinuosas de Soraia Chaves, que passa metade do tempo mais despida do que a Avenida da Liberdade no Inverno - põe é o olho na filiação partidária de Nicolau Breyner, e denuncia: "É absurdo que se procure fazer a identificação do autor da corrupção com um presidente de câmara comunista, quando a realidade mostra que tem sido o PCP que menos motivos tem dado para ser apontado como exemplo de práticas de corrupção no poder local." Quem escreveu isto não foi um velhinho que ajudou à queda de Nicolau II. Foi Abílio Fernandes, actual deputado do Partido Comunista Português e antigo presidente da Câmara de Évora, num pequeno texto de opinião publicado no Público. Foi secundado por dois ilustres companheiros de partido, Vítor Dias e Sérgio Ribeiro. Foi depois rebatido por Nicolau Breyner e António-Pedro Vasconcelos, que, em declarações ao Correio da Manhã, garantiram que o autarca não é do PCP (a sua filiação partidária nunca é explicitamente referida) e que o mais provável é Abílio Fernandes ter visto o filme "a dormir". Tendo em conta a já referida performance de Soraia Chaves, posso assegurar que Call Girl dá tudo menos sono. A questão, de facto, não é essa - é outra, bem mais interessante. Call Girl conta a história de um autarca alentejano que resiste à construção de um megaempreendimento turístico, até ao momento em que uma prostituta de luxo é contratada para o fazer mudar de ideias. Se os comunistas fossem capazes de ver no mundo outras cores para além do vermelho, perceberiam que Call Girl não é um filme sobre corrupção - é um filme sobre a paixão e o poder das mulheres. Aquele autarca nunca é retratado de forma negativa. Pelo contrário, no início é apresentado como um homem íntegro, que resiste corajosamente à investida do grande capital (esse malandro), até ao momento em que Soraia Chaves se lhe atravessa no caminho com dois argumentos imbatíveis. Na verdade, a personagem de Nicolau Breyner não se deixa corromper - ela deixa-se seduzir. Perdidamente. A corrupção é apenas um efeito secundário da paixão. É sintomático que no século XXI os comunistas continuem a confundir os dois conceitos, preferindo perorar sobre "opções ideológicas manipuladoras" e a propagação de ideias subversivas. Soraia está nua e Abílio pensa na militância. É por isso que o Muro de Berlim caiu. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
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Re: OS COMUNISTAS FORAM AO CINEMA | Jovem Atento | 2/03/08 23:15:17 |
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