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Subject: Reforma venezuelana em curso | |
Author: Campos |
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Date Posted: 26/11/07 16:42:27 In reply to: Campos 's message, "A revolução em números" on 26/11/07 16:32:36 Reforma venezuelana em curso Neste mês haverá uns quantos referendos revogatórios na Venezuela. Quase ninguém fala deles. O que está na berlinda é a reforma constitucional, que terá lugar no começo de Dezembro. A reforma, desenhada para aprofundar o processo bolivariano, foi proposta por Hugo Chávez e, como é óbvio, a oposição opôs‑se à mesma muito antes de a conhecer e denunciou‑a mesmo antes de ela estar pronta! Uma vez mais, consciente de que se vai afundar noutra derrota eleitoral, divide-se entre os que não querem participar na votação e só pretendem travar o processo de mudanças através de um golpe de Estado ou de uma invasão gringa, e os que querem votar, porque já entenderam que as vias anteriores conduziram a derrotas sucessivas e à perda do seu poder de mobilização. Esta tendência é crucificada dia sim e dia também pelos média. Para já, uma empresa de sondagens ligada à oposição, mas relativamente credível, adiantou que 24% da oposição vai abster-se e 22,5% votará contra. Enquanto as autoridades desenvolvem esforços por todo o país para divulgar entre a população as razões e o conteúdo da reforma, os média, transformados em partidos políticos opositores [1] e a hierarquia católica abriram uma guerra feroz contra a reforma e defendem encarniçadamente a Constituição de 1999... à qual se opuseram com igual virulência quando foi aprovada pelo povo! Os disparos verbais contra a reforma partem de ambos os extremos, direita e esquerda, e frequentemente entram em colisão ridícula. Emeterio Gómez, da corrente neoliberal mais retrógrada, afirma que «é comunismo puro». Da outra ponta, Douglas Bravo, ex-guerrilheiro, jura que «com a reforma, consolida-se o domínio total do capital estrangeiro sobre o nosso país». Não dá para entender. SONDAGENS PARA TODOS OS GOSTOS... Como sucede em (quase) todos os países, sondagens há para todos os gostos. Uma afirma que 54% da população consultada rejeita as propostas, nomeadamente a de reduzir a jornada laboral a seis horas. No mesmo dia, outro jornal atira com esta: essa proposta só é rechaçada por 5% dos consultados. Alguém mente. Objectivamente, tudo indica que a reforma constitucional será aprovada e a tarefa dos bolivarianos será a de conseguir reduzir ao mínimo a abstenção, o que não é fácil quando grande parte do eleitorado chavista tem a convicção de que a vitória está segura. Pode suceder o mesmo que nas últimas legislativas. A maioria da oposição, apesar de todas as cedências do Conselho Nacional Eleitoral, decidiu não participar [2], o que levou a uma desmobilização considerável das forças chavistas. Voltemos à campanha do referendo – que está a começar – e aos primeiros resultados apresentados por IVAD. Se a consulta fosse amanhã, 42% votaria pelos “sim” e 22,5% pelo “não”. A criação do poder popular tem 65,4% a favor e 24,4% contra. Incluir o conceito de socialismo na constituição? 47,2% pelo “sim”, 40,5% pelo “não”. Direito à segurança social para os trabalhadores não-dependentes? Ganha o “sim” com 90,8%. Proibição do latifúndio? O “sim” ganha com 51,6% contra 31,7%. Como será a Venezuela do futuro? 53,2% garantem que será um país socialista democrático e 13,3% que será socialista mas não democrático. Existem, porém, algumas áreas que exigem um trabalho de esclarecimento da população. Neste caso estão, por exemplo, a transformação da reserva militar em milícia popular, a extensão do período presidencial a sete anos e a questão da eliminação da autonomia do Banco Central, onde os resultados, pelo menos por agora e segundo esta empresa, não são favoráveis ao processo de mudanças. ________ [1] Desde Córdova, Argentina, onde foi receber um doutoramento no final de Setembro, Ignacio Ramonet, director de Le Monde Diplomatique, recordava que os média deixaram de cumprir a sua função social. «A Venezuela é um caso exemplar. São os poderes mediáticos que travam a batalha política, esta é a fachada mediática da ideologia da globalização liberal». Vea, 30 de Setembro de 2007. [2] Depois da última cedência aceitou participar e, no dia seguinte, véspera das eleições, deu o dito por não dito e absteve-se, pretendendo deslegitimar o poder legislativo. [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |
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Re: A revolução em números | Pois, pois | 26/11/07 19:10:25 |
Re: A revolução em números | Pois claro | 26/11/07 19:25:53 |