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Subject: Os benefícios das boas maneiras - em finanças internacionais


Author:
Guilherme Fonseca Statter
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Date Posted: 27/11/07 23:30:20

Era uma vez uma grande empresa chamada Anglo-American Corporation. O nome é significativo. Foi fundada em cima dos restos (ricos e bons...) da fortuna e dos diamantes de um sr. Cecil Rhodes (o Bill Gates de 1900... ) o qual tinha a mania de que havia de juntar os americanos de volta ao império britànico. E a quem se refere o Vladimir Ulianov quando escreveu sobre o Imperialismo.
Ou seja, o "nosso" imperialismo (aquele que temos e aquele contra que combatem tantos marxistas - e não só - por esse mundo fora) foi apadrinhado pelo tal sr. Cecil Rhodes.
Aquando da fundação pela AAC por um sr. Harry Oppenheimer os investidores americanos fizeram questão de que a nova empresa se chamasse Anglo-AMERICAN...
Os seus lucros anuais hoje ascendem aos 6.000.000.000 de dólares.

A sede dessa empresa, nos tempos do apartheid, era na África do Sul, em Joanesburgo. Com o fenómeno da expansão da globalização financeira, os dirigentes africanderes fizeram uma análise de custos e benefícios (relativamente ao regime de apartheid) e chegaram à brilhante conclusão que aquilo era caro demais. Ainda por cima identificaram lá um sr. (era mesmo um "Senhor"... diga-se de passagem) de muito fino trato e que estava preso há uma data de anos. Passaram a trata-lo com todas as mesuras - a certa altura mandaram o director da prisão para casa e converteram a casa do dito cujo director em residência (prisional) do tal Senhor. Com assistentes domésticos, cozinheiro privado e tudo.
Lá negociaram a transferência de poder político e o sr. Mandela foi eleito Presidente da República.

Mais tarde, começaram as expansões empresariais (a globalização) das empresas sul-africanas. E foram inúmeras as empresas - de origem mineira mas já com muita tecnologia e "valor acrescentado" na fabricação de coisas e loisas - de base sul-africanas a expandirem-se por esse mundo fora. Incluindo este cantinho à beira-mar plantado...

O sr. Mandela entretanto envelheceu e foi substituído pelo sr. Mbeki - também pessoa de muito fino trato. Mas... (há sempre um mas...) os dirigentes da AAC terão talvez pensado, imaginado, sonhado (um pesadelo?... não sei, estou a especular) que aquela estória de o ANC fazer uma aliança de governo com a COSATOU (a CGTP lá deles) e o PC Sul-Africano, não era a melhor das soluções para os seus sonhos de uma vida empresarial cheia de dinâmica, iniciativa privada e lucros (e, sobretudo, livre de muitos eventuais entraves e controles).

De maneira que um dia, os dirigentes da AAC - aproveitando a euforia de expansão mundial e de algum protagonismo por parte dos dirigentes do ANC - foram ter com o sr. Mbeki e explicaram que para a AAC se poder mesmo expandir, mas expandir em grande, à escala mundial ("uma empresa sul-africana de dimensão mundial, está a ver sr. Presidente?"...)o que era mesmo bom era que o governo sul-africano autorizasse que eles - a AAC - passassem a sua "listagem primary de bolsa" da Johnnesburg Stock Exchange" para a Bolsa de Londres, onde há MUITO mais dinheiro para recolher, captar, empochar.
"É que - Sr. Presidente - na Bolsa de Joanesburgo não há fundos que cheguem para os nossos projectos e ambições... sul-africanas, claro!"
E o sr. Mbeki - devidamente assessorado pelo seu Ministro das Finanças da escola do Banco Mundial - lá autorizou.
Sempre com boas maneiras, claro!

Passados uns tempos, estava o nosso Presidente Mbeki a tomar o pequeno almoço quando leu no jornal esta coisa espantosa:
Numa entrevista a um jornal britânico de grande circulação, o "Chairman of the Board" (em suma, o patrão-mor) da Anglo-American Corporation PLC (agora sediada em Londres e qualificada como empresa "anglo-americana", tinha dito que, nessa altura, era perigoso - financeiramente pouco atractivo - a AAC (PLC!!!) fazer investimentos na África do Sul.
Não sei se o sr. Mbeki teve ou não teve um chelique. Mas ao que consta - sempre com muito bons modos - reclamou que tinha sido vigarizado.
Ao que consta, isso - os bons modos - não lhe serviram de nada.
Como diria David Korten, a AAC deixara de ser "Multinacional" para passar a ser "Trans-nacional".
Pelos vistos, isso - essa transmutação - não fora bem explicada ao sr. Mbeki.
Entretanto, "by the yes, by the no" sempre é melhor para uma empresa capitalista estar sediada em Londres do que em Joanesburgo.
Há mais estórias deste estilo onde os intervenientes são sempre pessoas de "fino trato".
Uma delas é a estória do sr. Mugabe, cuja estória - essa então - está mesmo muito mal contada.
Fica - se ficar - para outra ocasião...

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