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Subject: A história de dois Putin nas eleições russas | |
Author: Dulce Furtado |
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Date Posted: 2/12/07 9:32:32 O resultado mais esperado é uma esmagadora maioria do Presidente. O Rússia Unida ganha por arrasto, depois de uma campanha em que gozou de todos os "recursos administrativos" Há dois Vladimir Putin a concorrer às eleições legislativas russas de hoje. Um é o Presidente do país, que se fez cabeça de lista pelo Rússia Unida, partido que deverá renovar e até expandir o seguro controlo que exerce na Duma (câmara baixa do Parlamento), com as mais recentes sondagens a darem-lhe um mínimo de 60 por cento das intenções de voto. O outro é um advogado de 45 anos, funcionário da companhia municipal de águas de Stavropol, cidade de 356 mil habitantes 400 quilómetros a sul de Moscovo, que se candidata pelo pequeno partido Iabloko. "Gostávamos de fazer campanha em todas as vilas da região, mas não temos dinheiro nem para pagar o combustível", explicava há alguns dias à Reuters este Putin, cujo Iabloko (liberal) não deverá receber mais do que um por cento dos votos a nível nacional, bem abaixo da fasquia dos sete por cento exigidos para obter representação parlamentar. O desabafo - que evoca o abismo brutal de projecção mediática e propagandista que existe entre o partido dominante e a oposição - é feito com centenas de cartazes do Rússia Unida por perto, omnipresentes por todas as ruas de Stavropol, como por todo o país, exaltando o nunca explicado "Plano de Putin" para a nação. Os analistas notam que não houve na campanha qualquer discussão de ideias, apenas o repetir contínuo de slogans, e nem mesmo os apoiantes de Putin conseguem dizer em que consiste o plano que o Rússia Unida assevera ir levar "à vitória da Rússia. Reiteram o que consideram ser uma simples explicação para a maciça adesão de que Putin, e por arrasto o Rússia Unida, goza: os eleitores estão do seu lado porque estão satisfeitos com a sua governação - o aumento dos rendimentos, a estabilidade política e a renovada posição de força do país no palco internacional obtida nos últimos sete anos sob a égide da "democracia soberana" do Presidente. Mas os críticos do Kremlin alegam que o desequilíbrio no fiel da balança foi provocado por aquilo que na Rússia é conhecido como "o recurso administrativo": o Kremlin está a usar o dinheiro e o aparelho burocrático do Estado, a par do controlo que detém sobre os canais de televisão - fonte de informação para 85 por cento dos russos -, como vantagem de peso na corrida eleitoral legislativa. Nos últimos dias avolumaram-se também denúncias de que está uma campanha em curso para forçar as pessoas a votar: o Kremlin quer uma elevada participação dos 109 milhões de eleitores russos neste sufrágio - e uma vitória expressiva do Rússia Unida - para poder apresentar o resultado como um claro e incontestável voto de confiança dado a Putin. Endosso do Kremlin Stavropol, regressemos a ela, ilustra o cenário de campanha a que se assistiu por todo o país. A presidência da câmara municipal está nas mãos do Rússia Justa, partido satélite do Rússia Unida criado em Outubro de 2006. A lista do Rússia Unida neste círculo eleitoral é encabeçada pelo muito popular ministro das Emergências, Serguei Shoigu, e pelo campeão de wrestling Alexander Karelin, um herói desportivo nacional. Um cartaz gigantesco do Rússia Unida cobre toda a fachada de 20 andares do maior edifício da cidade, propriedade da Kavkaztransgaz, subsidiária da gigante estatal gasífera Gazprom, cujo director, aliás, é também o líder do partido nesta região. Mas o factor de maior desequilíbrio, argumenta a oposição, é o Presidente. Cada vez que Putin aparece na televisão na qualidade de chefe de Estado está a publicitar o partido pelo qual se candidata. "Isto é propaganda que entra na cabeça das pessoas", lamentava o outro Vladimir Putin, cuja projecção foi bem mais modesta: quatro debates na rádio local. O Presidente russo prometeu esta semana que as eleições de hoje, a três meses do sufrágio presidencial, ao qual Putin não pode já recandidatar-se, serão "honestas, abertas e tão transparentes quanto é possível". Mas manifestações de "inquietude" chegam de Washington e de "preocupação" da União Europeia - que Putin alimentou durante esta campanha a cada dia, culminando, na noite de quinta-feira, com um apelo expresso ao voto no Rússia Unida, transmitido pelas televisões nacionais. E foi com muito poucos bons olhos que a comunidade internacional acolheu os obstáculos levantados por Moscovo à principal organização da Europa de monitorização eleitoral. "Atrasos e restrições" à emissão de vistos dos observadores da Organização de Segurança e Cooperação na Europa, além da recusa em admitir mais do que 76 delegados, levaram mesmo à anulação daquela missão. Hoje, as legislativas contam com a presença de pouco mais de 200 observadores internacionais - de acordo com dados da Comissão Eleitoral Central, chefiada por um antigo companheiro de escola de Putin. São menos de metade dos 465 que participaram há quatro anos. 60% das intenções de voto é o mínimo que as sondagens dão ao Rússia Unida, partido encabeçado pelo ainda Presidente [ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ] |