O Novo Museu -- encontro

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Date Posted: 7/10/08 0:43
Author: Artur Gregório
Subject: O Novo Museu

A Wikipédia, um interessante processo participado de construção colectiva de conhecimento, refere que, para Hugues de Varine, «o Novo Museu é diferente do museu tradicional na ênfase dada ao território (meio ambiente ou sítio), em vez de enfatizar o prédio institucional em si; no patrimônio, em vez da coleção; na comunidade, em vez dos visitantes. Em todo caso, é o território que define e comumente nomeia o museu, mais do que o rótulo de "Ecomuseu". Não pode haver um modelo para este Novo Museu (ou Ecomuseu). Ele é um estado mental e uma forma de aproximação que acarreta um processo construtivo enraizado no território. Esta nova forma que o Museu se apresenta, que se veio desenvolvendo na modernidade, seja ela chamada de Ecomuseologia, Nova Museologia, Museologia Comunitária ou Museologia Activa, é a única Museologia que dá suporte ao homem para que este se desenvolva em seu meio, de forma sustentável, a partir de suas relações com o Real.»
Face a esta definição conceptual, questiono-me se os actores desta Nova Museologia estão efectivamente a “cumprir o seu ideal”, a dar o seu melhor para a concretização desta “visão” e da sua “missão” .
Não esqueçamos que existem pelo menos três ordens de papéis que são desempenhados pelos actores dos processos museológicos: por um lado os que “criam” o dispositivo de comunicação, que concebem o discurso narrativo e o contexto da sua encenação – os “especialistas” - , por outro lado os que o “lêem” e interpretam - os consumidores ou clientes - e ainda por outro lado os sujeitos do processo museológico, sejam eles materiais, imateriais ou de tipo territorial.
Para a Nova Museologia, a geometria e as fronteiras entre estes papeis deveriam ser fluidas e dinâmicas, num esforço de convergência centrado em torno do objecto museal, seja ele, por exemplo, uma comunidade, um saber ou um território.
Mas sabemos que não é sempre assim. Se por um lado pode subsistir ainda alguma clivagem entre os dois primeiros papeis (que necessitam de ser repensados), é certo não tenho sentido que exista uma aproximação ou envolvimento generalizado da comunidade ao seu próprio projecto museológico, salvo excepções e sem pretender que estes projectos sejam alguma vez tão mobilizadores como uma ida ao centro comercial ou ao futebol.

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