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Date Posted: 20:52:21 05/03/03 Sat
Author: Eduardo
Subject: Miss Brasil 2003 está sob suspeita

15:59:23 04/28/03 Mon

Vitória de Gislaine Rodrigues foi publicada pelo DIÁRIO no sábado, em forma de classificados, com base em denúncia feita por fax
A eleição da estudante de jornalismo Gislaine Rodrigues Ferreira, de 19 anos, como Miss Brasil 2003, em concurso realizado sábado à noite no Via Funchal, Zona Sul de São Paulo, foi colocada em xeque e está sob suspeita de fraude. Um fax enviado ao DIÁRIO DE S.PAULO, 24 horas antes do concurso, já anunciava: “Miss Tocantins é a Miss Brasil 2003”. Para registrar a acusação, o DIÁRIO publicou dois anúncios na edição de sábado, no Caderno Automóveis (leia abaixo).

Segundo Boanerges Gaeta, um dos diretores da Gaeta Promoções e Eventos, que organizou o concurso, tudo não passou de coincidência. “Como a Gislaine era uma das favoritas e se destacou, alguém deve ter feito isso para prejudicá-la”, afirmou. “Não temos nada a esconder. Não houve fraude e os votos estão lá para provar. Também não haverá mudanças e a Gislaine continua sendo a Miss Brasil 2003 oficial”, acrescentou Gaeta.

Gaeta não descarta que o denunciante possa estar ligado à organização do concurso, mas não pretende investigar. “Esta pessoa tinha muitas informações. Mas, até por não se identificar, não tem respaldo”, disse. No fax, o denunciante alertava: “Apesar de a escolha ainda não ter acontecido, infelizmente já se sabe, de antemão, quem será a vencedora deste título: a Miss Tocantins, Gislaine Rodrigues Ferreira”.

Para Gislaine, o fax enviado à redação pode ser resultado de algum ressentimento. “Alguém pode não ter gostado da minha indicação a Miss Tocantins e resolveu me prejudicar. O concurso foi cercado de regras e de ética e o júri era formado por pessoas de credibilidade. Não tive contato com os jurados”, disse a atual Miss Brasil.

Uma das juradas do concurso e ex-Miss Brasil Deise Nunes disse que casos como este são comuns. “Ciúme e inveja rolam mesmo neste meio. Eu não acredito em fraude.”

Deise explicou como ocorre a votação: nas primeiras etapas do concurso cada jurado recebeu três planilhas para fazer a lista de suas 10 concorrentes favoritas. Os documentos foram assinados e entregues à organização do evento para a contagem dos votos. No final, todos os jurados receberam uma nova planilha, que também foi assinada, e fizeram a lista das três escolhidas. Uma equipe da empresa de auditoria fez a contagem dos votos.

A Rede Bandeirantes de Televisão, responsável pela transmissão e produção do evento, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a empresa Boucinhas & Campos + Soteconti Auditores Independentes foi contratada uma semana antes da realização do concurso para evitar possíveis fraudes na votação.

O fax enviado à redação do DIÁRIO informava ainda que a Miss Tocantins na realidade é de Minas Gerais. Gislaine reside em Belo Horizonte e cursa jornalismo na UniBH — Universidade de Belo Horizonte. A atual Miss Brasil participou do concurso em seu estado natal, que escolheria a representante para participar do Miss Brasil 2003, mas acabou ficando em segundo lugar.

“Realmente não ganhei o concurso no meu estado. Mas, o governo de Tocantins, como ainda não havia realizado o concurso e o prazo estipulado pelo Miss Brasil já tinha acabado, me convidou para representá-lo”, contou Gislaine.

De acordo com Gaeta, o regulamento do concurso não impede que segundas colocadas em seus estados natais representem outros estados.


Classificação
A classificação do concurso foi a seguinte: 1° lugar: Miss Tocantins - Gislaine Rodrigues Ferreira; 2° lugar: Miss Goiás - Lara Brito; 3° lugar: Miss Pará - Carlessa Rubicínthia Macedo da Rocha; 4° lugar: Miss Rio Grande do Norte - Maria Cecília de Souza Valarini; 5° lugar: Miss São Paulo - Juliana Emille Volpini; Miss Simpatia: Miss Ceará - Jacqueline Gaspar de Oliveira

RACHEL CARDOSO/RENATA TURBIANI
Diário de São Paulo - 28/04/2003

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