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Date Posted: 00:13:35 07/22/03 Tue
Author: Paulo
Subject: Mulheres (des)preparadas

19:12:52 07/10/03 Thu

Todo mundo já sabe que, além dos vestidos inadequados, um dos problemas na falta de sucesso de nossas misses lá fora é a ausência de preparação.
No caso da Miss Brasil Universo, infelizmente nunca há tempo para preparar-se porque ela é eleita pouco antes do Miss Universo. Nos casos da Miss Brasil Mundo e Miss Brasil Beleza Internacional, há tempo de sobra.
Se Lara e Carlessa estão sendo preparadas, tudo bem, mas ao menos aqui não chegam notícias a respeito. Se a gente levar em conta a falta de tradição brasileira nessa área, é bem possível que não estejam realmente sendo preparadas.
Quando falo de preparação, não falo daquele tipo de "adestramento" que torna a miss um ser meio robótico, pouco espontâneo e que resulta de uma projeção daquilo que o suposto preparador resolve fazer. Preparar uma miss não é brincar de boneca.
Entendo que a preparação tem aspectos físicos, intelectuais e emocionais.
Claro que a miss deve estar com o corpo bem tonificado, peso correto, pele e cabelos cuidados, sabendo maquiar-se, já tendo testado vários tipos de maquiagem e cabelo, além de muita, muita desenvoltura na passarela. Ninguém é perfeito. Ela deve saber reconhecer seus limites para contorná-los e, por outro lado, destacar os seus pontos fortes. Isto tudo não é para agradar ao "preparador", mas para ela se sentir mais segura numa competição.
Do ponto de vista intelectual, não há nada a fazer se a miss é só um corpinho e uma carinha bonita. Se elegeram uma miss com poucos recursos intelectuais para representar o país, o erro está feito. No entanto, seja como for, não custa estimular a miss a ler diariamente os jornais, acompanhar as tendências políticas, culturais e sociais atuais, conversar com ela sobre estes temas, tentar ampliar a sua capacidade de se expressar. Não tem que ser uma doutora em Filosofia, mas também não precisa dizer que o homem ideal é o "Edu da novela". Outra coisa: dicção e uso correto da língua portuguesa, mesmo que saiba falar outra língua. Miss com voz enjoadinha é o uó do borogodó. É importante que ela sinta-se segura, mas não tentar parecer mais do que é em teremos intelectuais. Caso contrário, vai pagar mico.
É fundamental conhecer a história do concurso no qual participará, o desempenho das brasileiras que a antecederam, assistir fitas dos diversos concurso internacionais e compreender as característica do concurso no qual competirá e conhecer ao máximo as suas competidoras.
Deve conhecer as regras básicas de etiqueta para um bom convívio com as demais concorrentes e saber se conduzir em situações formais (apresentação ás autoridades, jantares, etc)
Recomenda-se estar muito informada sobre bem o país sede e aprender algumas saudações da língua local.
Claro que um guarda-roupa adequado é fundamental.
A pressão emocional é grande. O "preparador" deve ser um interlocutor no sentido de ajudá-la a manter-se equilibrada. Muitas vezes, por muito jovem, ela tem expectativas muito fantasiosas e não faz a mínima idéia do que é ser miss. Na maioria das vezes, ela não sabe que tudo isso é TRABALHO. Enfim, é preciso reconhecer os limites da miss, sem paternalizar e tentar estimulá-la.
Pode parecer muito, mas é o mínimo.
Agora, tudo isso não pode ser passado como dever de casa para as nossas misses se virarem sozinhas. Elas precisam de apoio PROFISSIONAL. Sem profissionalismo e trabalho de equipe, as nossas misses estarão sempre dependendo daquela idéia de que "Deus é Brasileiro". Deus ajuda, mas sem um trabalho planejado e bem realizado, vamos continuar sem finalistas e vitoriosas lá fora. Depois, não culpem Lara e Carlessa.

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