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Date Posted: 17:28:00 10/31/01 Wed
Author: Dil
Subject: O mundo (nem tão secreto assim) dos concursos de beleza...

Date Posted: 12:20:47 10/28/01 Sun


O documentário "The secret world of beauty pageants", exibido ontem na People&Arts, realmente é ótimo, imprescindível para quem gosta e acompanha concursos de beleza.
Sem cair na crítica ácida nem nos estereótipos comuns a respeito, levanta questões sobre a indústria dos concursos (que fatura 5 bilhões de dólares por ano!) e as motivações das pessoas que entram nos mais diversos certames ( 3 milhões de mulheres disputam concursos de beleza anualmente nos Estados Unidos)
Algo conhecido por nós, mas que o programa deixa muito claro é que uma miss é um personagem (como, aliás, já observado por nossa Francine Eickemberg em entrevista ao MBMB em março). Este personagem resulta da vontade dela mesma, mas também da família, dos profissionais que cercam a sua preparação (as "pageant coachs" americanas são hilárias...), do tipo de concurso no qual ela está competindo e do que os patrocinadores requisitam para o sucesso dos seus produtos no mercado.
Quanto a Brook Lee, pesa muito a seu favor o fato de que quando foi eleita não era mais uma garota de apenas 18 anos. Ela já tinha 26 anos, muita experiência em concursos e sabia o quanto relativo era tudo aquilo.
Em um certo momento ela faz uma afirmação que, além de demonstrar sua maturidade, expressa que uma vitória num Miss Universo depende de muito esforço e preparação, mas ainda assim, por mais bela que seja a candidata, isto efetivamente não resulta necessariamente na conquista do título:

"Qualquer uma que pensa, vence por qualquer motivo naquele segundo. Eu posso dizer que fui a mulher mais bonita do mundo às 8:25 da noite quando o holofote número 5 me focou da maneira certa e o juiz número 3 tinha ido ao banheiro antes do desfile. Se o desfile tivesse atrasado 5 minutos e o juiz número 7 tivesse tido indigestão a Miss Venezuela poderia ter vencido!"

Outro depoimento interessante é o da Miss Universo 1998, Wendy Fitzwilliam.

"Quando éramos apenas a Miss Venezuela e eu senti a pressão porque disse a mim mesma: a esta altura você sabe que realmente tem chances de vencer este concurso, Você pode ver a mudança em mim, eu acho, pela câmera.... Eu descrevo isto como uma experiência externa, como se estivesse de pé olhando para outra pessoa. Sinceramente não imaginei por um segundo sequer que venceria este concurso.."

Ela demonstra o quanto a memória do concurso e sua visibilidade atual pode influenciar diretamente na decisão de muitas mulheres em participar. Desde criança seu ídolo era Janelle Penny Commissiong, a primeira Miss Universo do seu país e primeira negra a conquistar o título:

"Muitas meninas depois de verem o concurso Miss Universo andam com uma pequena coroa feita em casa. Minha primeira lembrança desses concursos é de 1977 quando Janelle Comissiong venceu o concurso de Miss Universo para Trinidad e Tobago. Eu batizei tudo o que eu tinha de Penny. Todas as minhas bonecas se chamavam Penny, tudo. Até a minha mãe foi chamada de Penny por um tempo!"

Para terminar, a frase lapidar de Susan Little Tomac, uma das incríveis treinadoras de misses que o programa apresenta:

"É um esporte para mulheres, um esporte como outro qualquer!"

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