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Date Posted: 16:08:31 11/21/01 Wed
Author: Dil
Subject: Beleza, (des)propósitos e critérios: "o passado não é mais, o futuro ainda não é.."

Date Posted: 01:25:30 11/19/01 Mon


Sou de uma geração que aprendeu a gostar dos concursos através de O Cruzeiro, Manchete, Fatos&Fotos e das transmissões pela TV.
Nos anos 60, concurso de miss fazia parte do calendário anual dos grandes eventos: carnaval, festivais de música, torneios de futebol...
Durante anos, na edição do O Cruzeiro anterior ao Miss Guanabara, Miss Brasil ou Miss Universo (a cobertura de Miss Mundo e Miss Beleza Internacional sempre foi inferior), podíamos ver as fotos de várias candidatas e algumas favoritas eram logo apontadas.
Quase sempre acontecia uma correspondência entre a imagem que apreciávamos nas fotos e os resultados que víamos pela TV.
Internacionalmente, um dos primeiros resultados a quebrar esta previsibilidade foi a eleição de Gloria Diaz em 1969. Em 1970, a vitória de Marisol Malaret sobre Debbie Shelton foi menos impactante, mas também pouco previsível.
Nos anos 70, a margem de previsibilidade foi diminuindo. Nacionalmente, depois do Miss Brasil no Sílvio Santos, a distância entre preferidas e resultados aumentou ainda mais.
No entanto, em termos internacionais, foi nos 90 que as supresas se tornaram cada vez maiores.
Constatei isto recentemente porque fiquei anos sem contato mais próximo com os concursos. Sem revistas nem TV, passou a ser um hobbie quase impossível.
A Internet mudou tudo!
Hoje, no Brasil, temos acesso a fotos das candidatas, informações sobre perfis e acontecimentos que acontecem antes, durante e depois dos concursos. Jamais foi possível acompanhar tão de perto os concursos. Nunca tivemos tanta informação a respeito.
Isto, porém, não basta para quem é aficionado e, imagino, para quem tem responsabilidades profissionais com os concursos ou pretende neles competir.
O fato de não termos, no Brasil, acesso aos shows, faz muita diferença. Temos a Internet, mas acompanhamos as finais dos concursos internacionais como se fosse um programa de rádio, graças a amigos que "transmitem" o que está acontecendo via icq, message baord, etc.
Através de amigos, tive a oportunidade de assistir vários concursos internacionais e nacionais que aconteceram nos últimos cinco anos. Muito do que temos debatido aqui no MBMB sobre novos rumos dos grandes concursos, apesar das suas especificidades, tende a aparecer nos shows.
Vi recentemente o Miss Portugal Mundo 2001. Um tremendo espetáculo, altamente profissional, realizado numa praia, bela iluminação, ruptura com todos os clichês de concursos de miss, jovial e com belíssimas candidatas. O padrão estético era o de um concurso de modelo, porém sem deixar de contemplar o que se espera na eleição de uma miss. O Miss Portugal exibido ontem tenta fazer isto sem sucesso.
Outro exemplo bem diferente: o Miss América 2002. Não assistia desde o final dos anos 80. Continua aquela mistura de convenção do Partido Republicano e festa de formatura, exaltando os valores americanos, mas é um excelente show. Tenho informações que depois de tentativas de alterações mal sucedidas, voltaram ao velho formato, mas com muito mais qualidade. Resultado: bons índices de audiência. O Miss América não é nada "fashion" nem tem o look MTV do Miss Estados Unidos 2001, mas oferece soluções excelentes como espetáculo até porque valoriza muito as candidatas.
No Brasil, a falta de acesso a estes novos padrões talvez se reflita em algumas expectativas que estão norteadas ainda por critérios de avaliação dos concursos do anos 80.
O público que conheceu os concursos de miss provavelmente ainda tem como imagem mais presente aquilo que se via até os anos 80.
Espero que o Miss Brasil a ser exibido em março de 2002 para todo o país traga para o público brasileiro esta nova face dos concursos. Aliás, se não for assim, a grande oportunidade de uma transmissão em cadeia nacional pode fragilizar ainda mais o concurso.
A polêmica sobre a imprevisibilidade do Miss Mundo serve, entre outras coisas, para mostrar que realmente há uma profunda mudança em curso no perfil da vitoriosa que se procura. Pode-se discordar desses critérios, mas não há como negar.
Claro que isto é mais lento no Miss International, porém ocorre também no Miss Universo.
Diferenças à parte, parece que alguns requisitos, além de beleza, ficam evidentes:

. não há mais lugares para misses amadoras, mesmo que lindas e bem intencionadas: preparo físico, intelectual e emocional definem quem é profissional ou não numa competição de alto nível;

. é possível ser eleita nacionalmente sem todo este preparo, mas sem potencial para receber o devido treinamento e assessoramento, pouco acontecerá;

. dificilmente uma candidata sem domínio da língua inglesa tem grandes chances;

. mesmo que cometa um erro eventual como Pryanka ano passado, espera-se que a candidata apresente um padrão de comunicação que convença os jurados (e as preliminares passaram a ser cada vez mais importantes) sobre a sua capacidade de articular e expressar idéias com um mínimo de consistência;

. a estética cabelão, excesso de maquiagem e "vestido de miss" não tem mais vez;

. é importante expressar sua nacionalidade, mas ter suficiente cosmopolitismo para uma carreira internacional que começa no momento em que é eleita (algo que não é novo, mas em tempos de globalização é ainda mais importante).

Enfim, estas são algumas idéias gerais que me ocorreram e que achei oportuno partilhar com os amigos do MBMB. Sei que muita gente está pensando a respeito e tem muito a dizer.

Um abraço

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Replies:
Dil, assino em baixo. Ótimas opiniões. Abraços -- Sandra, 13:18:29 11/19/01 Mon

Dil, querido ! Parabéns pelo seu excelente texto. Como sempre, olhando além da visão "palpiteira"tão peculiar ao nosso povo , dimensionando uma questão aos limites de sua praticidade e reais necessidades .ão com a opinião popular ! -- JOÃO RICARDO, 19:12:06 11/19/01 Mon

João Ricardo e Sandra, obrigado. Um abraço (NT) -- Dil, 20:40:19 11/19/01 Mon

Re: Beleza, (des)propósitos e critérios: "o passado não é mais, o futuro ainda não é.." -- Luiz Ricardo, 22:31:11 11/19/01 Mon

Re: Beleza, (des)propósitos e critérios: "o passado não é mais, o futuro ainda não é.." -- Marcos, 22:35:22 11/19/01 Mon

Author:
Marcos

Date Posted: 22:35:22 11/19/01 Mon
In reply to: Dil 's message, "Beleza, (des)propósitos e critérios: "o passado não é mais, o futuro ainda não é.."" on 22:35:22 11/19/01 Mon

Quanta demagogia.
A análise lógica é o seguinte.
É escolhido um painel de juizes e conforme suas notas são eleitas as vencedoras a cada ano.
isso não quer dizer que estão escolhendo um novo padrão de beleza com propósito e sim o que passa na cabecá de cada juiz que dá suas notas em todos os desfiles e entrevistas.
Dá para realmente analisar em poucos minutos cada candidata
que vão em grupo de três e num total de 93 candidatas no geral?
O correto é analisar os juizes e suas nacionalidades e cor
de pele e seus gôstos.
Aí sim daria para saber o que um pequeno grupinho de juizes escolhidos pode apresentar numa final internacional.
O que tem a haver o atentado de 11 de setembro com o resultados?
Você escreve bonito mas não diz coisa com coisa.
O atentado afetou o mundo todo mas afetou o modo de pensar na escolha de uma nova Miss mundo?
Que análise é essa?
O óbvio é o seguinte, o Miss Mundo proibe a Venezuela de mandar a vice de Miss Venezuela para o certame de Miss Mundo e os venezuelanos foram obrigados a escolher uma representante em separado do Miss Venezuela que vai para o Miss Universo.
E por que a organização aceita as mesmas candidatas que foram ao miss Universo de países como África do Sul, Nicaragua, Namíbia, etc e a da própria vencedora da Nigéria?
O que está acontecendo é o seguinte:
Quem são os patrocinadores do concurso? pois o mesmo nem é mais visto na tv britânican aberta, só via satélite por um canal pago.
O tal canal Zee da ïndia transmitindo o Miss Mundo em 2000
e o resultado pífio de prianka.
Porque todo ano que se realiza na África do Sul sua candidata é classificada?
Isso está mais óbvio a cada ano, certo?
O porque de uma chinesa estar nas top 10?
Ora é óbvio que eles querem garantir novo mercado de mais de
1 bilhão de possíveis telespectadores.
O porque de eleger uma negra africana.
Porque com isso estão chamando novos países africanos a participar do Miss Mundo com beleza e propósito.
O propósito deles é muito bem claro nos resultados ou seja
qual país é interessante para abrir novos mercados.
Esse é o novo conceito do Miss Mundo. Seus próprios interesses e não os dos telespectadores que se sentem enganados e todas as candidatas do mundo que participaram de seleções em seus países.
Isto é uma afronta ao trabalho de todos os profissionais do ramo.
Se isso que você fala ,praticamente todos os países latinos
teriam que mudar o seu modo de escolher suas candidatas.
E no Brasil como seria? A Joyce não deveria ter sido escolhida?
Eles se baseian no quê?
Que conceito é esse de beleza com propósito.
Os propósitos já sabemos o que é.
E a tal da beleza?
Beleza de interesse a uma causa. Pode ser qualque uma, então.
Ela é bonita mas não justifica dar a corôa prá ela só para
dizer que já estão cansados de ver sempre os mesmos países
sendo classificados.
Então como ficam esses países?
Se for assim, países como Índia, Venezuela, Colômbia não deveriam mais participar ou só mandar as mais fraquinhas
de seus concursos nacionais.
.

Marcos, debater um tema não significa impor uma verdade, mas apresentar um ponto de vista, entre outros. Há várias visões de mundo sobre concursos de beleza, arte, política, ciência, etc. O que talvez precise ficar claro é algo básico no exercício da diferença: você pode e deve discordar de quem quiser, mas não precisa desqualificar o outro. Fundamentalistas afegãos e texanos ainda não aprenderam isto. Aqui no MBMB temos a sociabilidade como princípio básico. Há muitos problemas no mundo e os concursos de beleza estão longe de serem as coisas mais importantes da humanidade. Como escreve Comte-Spomville, "não ter humor é não ter humildade, é não ter lucidez, é não ter leveza... O excesso de seriedade, mesmo na virtude, tem algo de suspeito e de inquietante: deve haver alguma ilusão ou algum fanatismo nisso". (NT) -- Dil, 14:13:35 11/20/01 Tue

MARCOS: eu acho que o grande POR QUE é saber POR QUE não discutir os concursos de beleza com bom humor? POR QUE irritar-se tanto com o próximo? Só POR QUE a Venezuela não ficou? E POR QUE deveria ficar? ... POR QUE tudo na vida tem de ser tão cartesiano? POR QUE o outro não pode ter seu espaço? (NT) -- BETO, 02:52:22 11/20/01 Tue

O QUE EU ACHO MAIS LEGAL NA ATUAL CONJUNTURA SÃO OS DEBATES QUE A INTERNET PROPORCIONA. IMAGINEM VOCÊS SE TIVÉSSEMOS OS DEBATES DOS MESSAGES BOARDS, AS PRELIMINARES DE O CRUZEIRO E MANCHETE E OS CONCURSOS AO VIVO PELA TELEVISÃO. PUXA VIDA, DIZ AQUELE DITADO: -TUDO TEM SEU TEMPO. MAS IMAGINEM O TEMPO EM SEU TODO!E PENSAR QUE EU SÓ ENTREI AQUI PARA MANTER MEU ARQUIVO DE IMAGENS DE ENRIQUECIMENTO DA MEMÓRIA BRASILEIRA. VOCÊS SÃO ÓTIMOS!!!!!. (NT) -- EDUARDO GUDIÃO, 23:20:07 11/20/01 Tue

Pois é, Gudião. Concordo com você. De certa forma, o prazer da edições anteriores de o Cruzeiro e Manchete é possível ser substituído pelas imagens na rede. Mesmo que no Brasil a maioria dos concursos regionais não use a rede, nem na época de O Cruzeiro ficavamos sabendo quem era Miss Cascavel, candidata ao Miss Paraná. Acho que faz muita falta o grande público, meninas com potencial para miss e, em alguns casos, produtores de concursos, não terem contato frequente com os vídeos dos concursos atuais. Continua sendo concurso de miss como sempre, mas as mudanças já estão lá. Um abraço (NT) -- Dil, 10:17:33 11/21/01 Wed

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