Subject: A Paulo Fidalgo Concordo, mas a alienação económica nunca é só económica |
Author:
Rui Costa Santos
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Date Posted: 23:26:58 09/03/02 Tue
In reply to:
paulo fidalgo
's message, "a alienação económica no fulcro da definição de linha política!" on 22:49:54 09/03/02 Tue
Concordo perfeitamente, só penso é que realmente os domínios económico, político, ideológico, são interdependentes pelo que quando se fala da categoria de «modos de produção» em termos marxistas estamos a considerar não só a produção económica mas também a produção cultural, de conhecimentos, assim como quando se fala de reificação/ coisificação na sociedade capitalista fala-se de outro modo da implicação progressiva da divisão do trabalho - já não apenas o da indústria mas também qualquer outra actividade: não será por acaso que Paulo Portas fala que quando se fala de economia esta tem regras (como se fossem universais, eternas, e ele as possuísse) e quando se diz que a Economia não tem nada a ver com a Política, como a Arte ou a Escola nada tem a ver com sistemas políticos, ou mesmo quando por exemplo alguém diz: «Eu hoje sou o António Guterres primeiro-ministro», «eu hoje sou o António Guterres presidente da Internacional Socialista» ou «eu hoje estou aqui como um simples cidadão» como se uns não tivessem rigorosamente a ver com os outros. É também por isto que, por exemplo, não tem nenhum sentido que a nível da União Europeia, o Banco Central Europeu seja independente das instituições democraticamente eleitas, como se os assuntos económicos e as políticas neste domínio estivessem acima do veredicto popular e da decisão política.
Rui Costa Santos
>todas as formas de alienação serão importantes.
>
>A tendência para aqui se centrar os argumentos na
>questão da alienação do trabalho tem a ver com a
>fundamental discussão de que não se pode edificar uma
>alternativa sem assumir com clareza a superação da
>alienação do trabalho. Enquanto estivermos amarrados a
>uma estratégia que apenas enfatiza a nacionalização e
>o controlo estatal, bem como a chamada "defesa" do
>sector público, curiosamente retomada por Ferro
>Rodrigues nesses precisos termos, enquanto portanto
>não assumirmos que, para além da nacionalização e de
>um necessariamente longo papel do estado na economia,
>há fazer tudo para reforçar, e porque não desde já no
>sector público, para reforçar dizia, na economia, o
>controlo da produção, a reapropriação - feitas as
>competentes entregas à sociedade -da riqueza e
>autonomia organizativa dos produtores organizados.
>Esta questão suscita portanto uma crítica radical dasz
>sociedades pós-capitalistas conhecidas e das suas
>limitações e reperesentaria desde já uma ruptura com a
>nossa prática no sector público passando digamos a
>pressioná-lo para se assumir como base de apoio a uma
>economia alternativa.
>
>Se formos por aqui fazemos uma revolução.
>Infelizmente, compreender isto implica compreender
>bem, pelo menos esta implica, a alienação do trabalho
>e isso tem sido muito difícil no partido, até porque
>desde logo surge a incrível acusação de que isso é
>privatização - eu já ouvi essa...
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