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Subject: Não! Os mencheviques não tinham razão ...


Author:
José Braz
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Date Posted: 02:12:21 07/31/02 Wed
In reply to: paulo fidalgo 's message, "Temos que admitir a possibilidade de os mencheviques terem razão (?)" on 00:33:12 07/31/02 Wed

Melhor dito:
Na sua formulação original os mencheviques não tinham razão, isto é, não seria obrigatoriamente necessário servir de simples suporte à ascensão da Burguesia ao poder, para depois a deixar instaurar calma e paulatinamente um capitalismo "Russificado", deixá-lo crescer amadurecer e apodrecer para então começar a "construção" do comunismo sobre os frutos já podres do capitalismo.

E creio que uma análise "objectiva" da prática Bolchevique de 1917 a 1927-28 poderia prová-lo: (estou a falar de cor por isso corrijam-me por favor)
- até 1921, isto é, até a Guerra Civil não deixar outra alternativa, a regra foi a instauração do controlo operário, apoio à formação de cooperativas e à autogestão (voluntárias!) quando isso fosse possível (nacionalizações de tão insípidas nem há noticia ... fora a terra)
- Por volta de 1921 dá-se a "crise" da instauração do "Comunismo de Guerra" que dura apenas o mínimo de tempo possível para vencer a guerra civil e a intervenção estrangeira ...
- Quase finda (mas ainda nem sequer terminada) a Guerra Civil, a opção dos ainda então Comunistas passou pela NEP (Novaia Ekonomicheskaia Politika) que era, podemos hoje dizê-lo franca e abertamente, um desenvolvimento Capitalista, acelerado pela intervenção (ainda incipientemente) planificadora e centralizada, sob um forte controlo operário (estatal? talvez sim talvez não...), com incentivos ao investimento Capitalista ... eu diria que com a NEP se tentou pragmaticamente construir o Comunismo ... sem excessos de voluntarismo mas com um profundo enraizamento na realidade histórica e económica "mui marxistico-dialeticamente" fundamentadinha.

Aliás, o exemplo do pragmatismo visível na NEP é para mim um dos grandes argumentos a favor de uma superação do Capitalismo em que a vontade dos homens tem um grande papel a desempenhar, mas que não pode nunca ser "dirigida" para aventuras voluntaristas desenraizadas da realidade.

Pensando em termos de contemporaneidade, diria que nada me impede de começar hoje, em pleno Capitalismo Global (Imperialismo?), a trabalhar em todas as áreas á minha disposição no sentido de o superar: por uma segurança social ... socialista ... por um serviço nacional de saúde socialista ... por formas de investimento ético ... pelo alargamento e incentivo de relações de produção cooperativas e autogestionárias ... por um poder local participativo ... por um poder político o mais próximo possível dos cidadãos (pois regionalização, pois municipalismo, pois juntas de freguesia, pois comissões de moradores pois pois pois principio da subsidariedade (o tal que a UE gosta de muito de “vender”) etc etc etc.

Agora e independentemente de concordar e subscrever o fundamental do que o Paulo Fidalgo aqui enuncia, não posso deixar de notar que quando ele diz:” Agora, parece fácil dizer-se que os mencheviques tinham razão. O que significaria, caso fosse imediatamente irrevogável, que Cuba, China, Vietname, Coreia, Laos, inclusive a Venezuela, não teriam outra solução senão chamar os capitalistas e pedirem-lhes para tomar conta da situação”

Pergunto eu:
Mas não é isso que a China, Cuba, Vietname, Laos ( e a Coreia não porque se mantém mui estalinisticamente e repressivamente miserável) estão a fazer: a voltar a formas de capitalismo? Em muitos casos de uma violência “já” não vista no Norte Rico?
Aqui a história pareceria estar a dar razão aos mencheviques.
A questão fundamental é que não podemos de forma nenhuma pedir aos “capitalistas” para tomarem conta da situação, temos mesmo de ser nós a fazer todos os possíveis por “tomar conta da situação” e forçar o Capitalismo a tomar o rumo da sua própria superação, e desta perspectiva os quatro pontos com o Paulo termina o post são cruciais.

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