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Subject: Marx e o valor (algumas notas soltas)


Author:
Gonçalo Valverde
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Date Posted: 14:43:12 08/05/02 Mon
In reply to: sabumacuti 's message, "A propósito de Estaline" on 21:20:04 07/28/02 Sun

Viva!
Tenho acompanhado este debate um pouco na diagonal devido primeiro a dispor de pouco tempo e depois por admitidamente não dispor de conhecimentos das obras referidas para poder contrapor as minhas opiniões.
Penso no entanto, que na discussão que se tem efectuado não se tem abordado um factor de base ás teorias de Marx que á questão do valor.. gostaria de atirar algumas notas sobre esta discussão (necessáriamente soltas, devido ás condições em que estou a escrever no momento).
Da minha leitura do Capital de Marx (só ainda vou no tomo I, livro 1), parece-me (talvez ingénuamente) que existe um problema na análise de Marx quando aplicada aos dias de hoje. Talvez seja algo que já tenha sido analisado, mas no entanto gostaria de aqui colocar a minha opinião. Diz Marx que todas as mercadorias tem um valor intrinseco e que o seu valor de troca é medido no quantum de trabalho (i.e. a média social de tempo dispendido para a produção de uma determinada mercadoria). No entanto Marx está apenas a quantificar mercadorias tangiveis, ou seja bens fisicos.
Na sociedade ocidental actual, não só os serviços cada vez têm um papel predominante na economia, como cada vez mais a tendencia para a mercadorização de bens intangiveis é maior. Qual é por exemplo o valor intrinseco de um software, visto o mesmo não ter uma existencia fisica per se?
Por outro lado, a quantificação do valor de troca de uma mercadoria apenas baseado no tempo dispendido para a sua criação embora possa ser aplicada a bens tangiveis resultantes de um trabalho repetitivel (i.e., que desde que existam formulas padrão as mesmas possam reproduzir o mesmo resultado), tal não me parece já válido para outro tipo de bens, que na época de Marx não era mercadorias mas que na sociedade actual cada vez mais são, como os livros ou a música, os quais supostamente são únicos e não repetiveis (embora já existam formulas para a criação de, por exemplo, sucessos musicais, no entanto não são modelos de criação infaliveis, e a mesma formula usada duas vezes poderá não ter o mesmo resultado prático).
Um facto interessante de analisar é que no processo de mercadorização dos bens intangiveis e de serviços, tenham sido encarado como uma necessidade de marketing a materialização dos mesmos como forma de convencer mais facilmente o consumidor do seu valor (a tal questão do valor intrinseco), e não é por acaso que por exemplo os pacotes de software sejam vendidos em caixas, com manuais impressos, etc (embora no caso do software o utilizador nem sequer esteja a comprar o mesmo, mas sim o direito intransmissivel a outrem de utilizar o produto).
Por outro lado assitimos cada vez mais á transformação de serviços em mercadorias, como é o caso da Saude (os seguros de saude cada vez mais tornam a mesma numa mercadoria), ou a educação. Aqui a questão do valor intrinseco parece-me ainda ser mais dificil de avaliar porque a produção é não só completamente intangivel como o valor acrescido da educação normalmente só se reflecte por norma muito depois da aquisição da mesma mercadoria.
A finalizar, no século XX surgiu uma nova forma de valor, que é a propriedade intelectual. Através do processos de protecção da mesma, cria-se valor (criado de uma forma algo artificial) de uma ideia nova para a produção de um bem tangivel ou não. Esta criação de valor é independente de ser o detentor da propriedade intelectual quem gera o bem em si, tornando-se a propriedade intelectual um bem independente do seu resultado final. Um exemplo actual é o da empresa que afirma ter uma patente sobre o formato JPEG (utilizado para o armazenamento de imagens) e que está a obrigar diversas empresas a pagarem taxas pela utilização do mesmo formato, independemente das mesmas já usarem o formato muito antes de se saber desta patente (http://ir.forgent.com/ireye/ir_site.zhtml?ticker=FORG&script=410&layout=-6&item_id=314044).

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Replies:
Subject Author Date
Notas importantesFernando Redondo18:39:04 08/05/02 Mon
bem tangível não é diferente de bem intangível!paulo fidalgo22:53:18 08/06/02 Tue


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