Author:
Soeiro Pereira Gomes
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Date Posted: 01:20:45 08/03/02 Sat
Documento dirigido à Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP por 19 dos seus membros:
Vimos por este meio e nesta data formalizar a nossa demissão da Direcção da Organização Regional de Lisboa do PCP.
A última Assembleia da Organização Regional de Lisboa, realizada em Janeiro de 1999 e na qual fomos eleitos, reconheceu os problemas com que o PCP, já nessa altura, se vinha defrontando, de perda de influência política e de debilidade organizativa. Mas aprovou também um conjunto importante de orientações para a intervenção colectiva que, a serem seguidas, poderiam inverter os processos acima referidos.
Tentámos, enquanto tal foi possível, aplicar o melhor das nossas energias na renovação da Organização Regional de Lisboa e dos sectores que as integram.
Porém, paralela e insidiosamente, desenvolveu-se um processo promovido por um grupo que agindo concertadamente, em clara actuação como fracção, lançou mão de tudo o que pôde – denegrir camaradas, perseguir organizações, descredibilizar procedimentos, entravar iniciativas – para diminuir e paralisar a ORL e o PCP.
A acção deste grupo, de cuja actividade à margem e contra os Estatutos tinha sido informado detalhadamente e de forma sistemática o Secretário Geral do Partido, tinha sido já bem visível nos trabalhos preparatórios da Assembleia da ORL, tudo tendo feito para tentar impedir a sua realização antes do XVI Congresso do PCP e para dificultar e boicotar os seus trabalhos.
O XVI Congresso, preparado nessas condições, veio a premiar a actividade do grupo fraccional cujo fim último era dominar a direcção do Partido.
Desde então, o processo de descaracterização e de debilitação da ORL e do PCP acentuou-se. Orientações políticas e ideológicas revisionistas e retrógradas, desadequadas e insuficientes face à sociedade portuguesa neste início do terceiro milénio, uma intervenção e uma influência cada vez menores do Partido, entre os trabalhadores e na sociedade, uma organização em estado comatoso da qual muitos quadros foram afastados irregularmente e outros se afastaram indignados, só podiam ter os resultados negativos que se evidenciaram nomeadamente nos três últimos actos eleitorais e que tudo leva a crer não serem casos circunstanciais.
Mas agora todos os limites foram ultrapassados.
A direcção do PCP optou pela pior das vias possíveis para lidar com todos os militantes que se têm manifestado críticos das suas orientações e decisões e que o têm expresso pelos meios que estão ao seu alcance. As expulsões dos camaradas Edgar Correia e Carlos Luís Figueira, a suspensão de Carlos Brito relevam de uma total cegueira política e constituem a torrente que fez definitivamente desaparecer o copo da nossa paciência.
Nestas condições, não estamos dispostos a continuar a integrar a DORL, nem sequer nominalmente como já era o caso de alguns de nós de há algum tempo a esta parte.
Em respeito pela nossa condição de comunistas que queremos continuar a ser, não nos podemos confundir nem deixar confundir com práticas que absolutamente condenamos e que responsabilizam em primeiro lugar os que ainda dirigem o Partido aos mais altos níveis de responsabilidade e apelamos a todos os comunistas para que ergam a sua voz em defesa do PCP e reclamem a imediata anulação das sanções.
Julho de 2002
· Alfredo Marques - antigo autarca na cidade de Lisboa e dirigente associativo;
Alfredo Duarte Camões Flores – anterior Presidente da Federação Portuguesa das Colectividades de Cultura e Recreio;
António Miguel Silva Avelãs – vice-Presidente do Sindicatro dos Professores da Grande Lisboa, dirigente da FENPROF;
Bernardino Santos Aranda Tavares – anterior responsável do Ensino Superior de Lisboa da JCP;
Carlos Miguel Santinho Pereira – membro da DORL de 1991, foi da Direcção Nacional da JCP;
Fernando Manuel Gonçalves Ramalho – antigo membro da C.Política da JCP;
José António Balsinha Tavares – foi membro do Comié Central, membro do Secretariado e da Comissão Executiva da DORL, pertenceu à A. Municipal de Lisboa;
José Fernando Fidalgo de Sousa – pertenceu à Comissão Executiva da DORL, membro da A. Municipal de Lisboa e chefe do gabinete do PCP na Câmara de Lisboa;
Maria Elvira Nereu : pertenceu ao Comité Central;
Maria Helena Guimarães de Medina : pertenceu ao Comité Central; foi responsável do Sector Intelectual de Lisboa;
Maria Manuela Franco Esteves : professora universitária, pertenceu ao Comité Central, foi dirigente sindical dos professores;
Maria Manuela Correia Vieira da Silva – antiga dirigente estudantil, médica e dirigente sindical do Sindicato dos Médicos da Zona Sul;
Mário Jorge dos Santos Neves – presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e dirigente da FNAM;
Paulo Oliveira Sucena – presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa e Secretário geral da FENPROF; membro da Comissão Executiva da CGTP-IN;
Rui Jorge da Silva Duarte – foi responsável da O.Regional de Lisboa da JCP;
Sandra Amaral Monteiro – investigadora;
Susana Mjaria Miranda Morais – C.Concelhia de Torres Vedras;
· Viriato Jordão – Pres. do Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual;
Vítor Manuel Veríssimo Serrão – professor universitário, director do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa.
Nota informativa: como forma de protesto com a situação que se tem vivido no Partido, já anteriormente se tinham demitido da DORL três outros dos seus membros : António Andrez, foi membro da Comissão Política do Comité Central do PCP e responsável pela DORL; Demétrio Alves, antigo Presidente da Câmara de Loures; Vítor Sarmento, Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP).
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