VoyForums
[ Show ]
Support VoyForums
[ Shrink ]
VoyForums Announcement: Programming and providing support for this service has been a labor of love since 1997. We are one of the few services online who values our users' privacy, and have never sold your information. We have even fought hard to defend your privacy in legal cases; however, we've done it with almost no financial support -- paying out of pocket to continue providing the service. Due to the issues imposed on us by advertisers, we also stopped hosting most ads on the forums many years ago. We hope you appreciate our efforts.

Show your support by donating any amount. (Note: We are still technically a for-profit company, so your contribution is not tax-deductible.) PayPal Acct: Feedback:

Donate to VoyForums (PayPal):

Login ] [ Main index ] [ Post a new message ] [ Search | Check update time | Archives: 123[4]56789 ]
Subject: As Expulsões no PCP


Author:
José Machado
[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]
Date Posted: 15:39:46 07/25/02 Thu

As Expulsões no PCP
Por EDUARDO DÂMASO
Terça-feira, 23 de Julho de 2002

As expulsões de dois renovadores (Edgar Correia e Carlos Luís Figueira), a par do supremo cinismo de suspender Carlos Brito, confirmam tudo aquilo que há muito se adivinha no PCP: este partido não é reformável enquanto for dominado por dirigentes que ainda estão no tempo do muro de Berlim. O PCP é cada vez mais um partido embrulhado numa espiral de estalinismo, numa implacável caça às bruxas que só acabará quando o comité central for o paraíso secreto de todos os gerontes que sonham com a imposição do pensamento único determinado pelo conclave de dirigentes/funcionários, guardiões dessa abstracção de inspiração divina que é o "Partido".

Quem manda no PCP continua a acreditar que há um movimento comunista internacional dirigido algures de uma barricada secreta em Moscovo e que o aguarda a missão vital de defender o país de novos fascismos. Esses não querem saber de outras realidades. Não querem saber que representam um partido com responsabilidades parlamentares num país que está há mais de década e meia na União Europeia e que esse é um caminho irreversível; que o comunismo ele próprio se foi transformando por essa Europa fora e que os seus congéneres que procuram novos caminhos na velha doutrina marxista são pós-comunistas.

O PCP vive dominado por gente que se alimenta de velhos mitos sem regresso. Em 1974 tentou ser o partido dominante não só à esquerda como na sociedade. Em toda a sua pujança, o PCP tinha uma liderança forte, bons quadros, as massas nas ruas e pertencia a um movimento internacional que dominava metade do mundo. Hoje, o PCP não tem nada disso e não compreende que esses tempos não vão regressar.

O que tem hoje o PCP? Está cada vez mais sozinho, com menos quadros e dominado por homens que permanecem agarrados ao que de mais arcaico tem a utopia comunista. Interessa-lhes sobretudo manter a qualidade de dirigentes/funcionários porque depois dos 60 anos já não se muda de vida. Já lá vai o tempo em que a vitalidade do PCP se encontrava na implantação que tinha no movimento operário, entre os jovens e entre os intelectuais. Os intelectuais estão em fuga e os jovens também, por muito que em cada festa do "Avante!" um folclore festivaleiro tente demonstrar o contrário.

Torna-se penoso, para quem acredita que é um quadro parlamentar resistente à forte atracção do centro e da bipolarização o motor mais saudável da democracia, constatar que o PCP já nem é, nos tempos que correm, um partido em busca do seu papel na sociedade. Se não se transformar num partido de quadros aberto ao debate e daí partir à procura de novos factores de enraizamento social o PCP está obviamente perdido.

A verdade é que, queira ou não, o PCP está condenado ao reformismo, qualquer que seja ele. O PCP necessita de tentar imaginar o seu futuro num quadro de reformismo que lhe permita conciliar o seu enraizamento popular, a sua cultura de ruptura e protesto com o objectivo de regressar à esfera do poder. E aí não é com purgas que se abre o caminho mas com um debate político interno diverso e abrangente em relação a todos os que possam estar interessados em fazer essa discussão sem pôr em causa o património histórico do partido, como é o caso dos renovadores que estão agora em causa. É integrando a diversidade e não excluindo que o PCP pode sobreviver. Mas pelos vistos não quer.

________________________________________-

Este e muitos outros artigos do género escritos pelos mais variados escribas da nossa praça constituem na realidade o principal fruto da actividade dos renovadores, O HISTÓRICO AJUSTE DE CONTAS DAS FORÇAS MAIS REACCIONÁRIAS DESTE PAÍS, COM O PCP.

Se alguma razão pudesse assistir a alguns renovadores sinceramente preocupados, estes perderam-na com a fomentação deste ódio expresso neste editorial do Público, que é apenas, um entre outros.

Seguramente, tereis um dia que prestar contas desta traição.

José Machado

[ Next Thread | Previous Thread | Next Message | Previous Message ]

Replies:
Subject Author Date
Conclusões apressadasGonçalo Valverde17:40:19 07/25/02 Thu
Com as melhores intenções, pois claro...Martinho Lucas17:48:29 07/27/02 Sat
Email´s!Alguem22:02:32 07/27/02 Sat
Cá vem outro cripto estalinistaVeríssimo19:46:55 07/28/02 Sun


Post a message:
This forum requires an account to post.
[ Create Account ]
[ Login ]

Forum timezone: GMT+0
VF Version: 3.00b, ConfDB:
Before posting please read our privacy policy.
VoyForums(tm) is a Free Service from Voyager Info-Systems.
Copyright © 1998-2019 Voyager Info-Systems. All Rights Reserved.