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Subject: Campanhas e vitimas


Author:
Gonçalo Valverde
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Date Posted: 12:22:44 07/18/02 Thu
In reply to: António César 's message, "Contradicões quem as não tem" on 22:35:38 07/17/02 Wed

>Eu, reafirmo todo aquilo que disse, e não vejo onde
>existe a contradição, entre o dizer que o P.C.P., é
>vitima de uma campanha de desinformação, que vem de
>longe mas que de tempos a tempos se intensifica,

Antes de mais, como já referi noutro post (http://www.voy.com/96265/368.html), não concordo que exista uma campanha orquestrada contra o PCP. Que existam interesses por detrás de muitos artigos isso é obvio, e que estes queiram lançar a confusão dentro do PCP não resta dúvidas (alias, basta ver quem por um lado parece defender os renovadores, aparece depois a dizer que estes deviam era ser mesmo expulsos). No entanto tal está longe de ser uma conspiração elaborada por todos os donos da imprensa tendo como alvo o PCP, mas sim fruto de interesses proprios de cada dono de grupo dos média. É um facto que a liberdade nos média está severamente limitada e que os mesmos estão ao serviço de interesses económicos, no entanto a vitimização de que "perdemos influencia porque os média não gostam de nós" revela a fragilidade da ligação entre o partido e as massas.
O exemplo da Venezuela (onde como já referi existe uma campanha mais do que obvia contra o presidente eleito por parte dos grupos economicos que estão a perder poder) demonstra que mesmo em situações nas quais os médias são ainda mais contrários é possivel obter o apoio da população. Claro que as situações socio-economicas na Venezuela e Portugal são diferentes, e lá vive-se uma situação bem mais desesperada, no entanto tal mostra que é possível através de uma melhor ligação ás massas combater a desinformação. Por outro lado, voltando á questão Italiana, e admitindo que me tenha explicado mal, Berslusconni controla praticamente todos os média naquele país e usou de facto essa influencia não só para ser eleito (isto depois de ter sido afastado uma vez do poder por suspeitas de corrupção) bem como para afastar qualquer contestação depois de ter sido eleito e para outros interesses. No entanto mesmo com uma concentração bem maior dos grupos de media do que em Portugal ao serviço de um só interesse, surgiu um movimento de contestação que me parece ser bem maior do que se vive actualmente em Portugal.
Como já referi, é verdade que é essencial ter em conta as diferenças socio-politicas entre as diversas realidades, e por algo funcionar de uma forma num país não quer dizer que funcione noutro. No entanto estes dois exemplos demonstram que mesmo existindo uma clara orientação dos média num sentido, é possivel contrariar essa mesma orientação dos média.
Como tal não concordo que o PCP seja 100% isento de responsabilidade nessa desinformação. Não é elegendo os jornalistas como um dos nossos maiores inimigos nem com documentos maçudos com uma prosa pesada (os quais nem sequer são lidos por muitos camaradas que dizem concordar com os mesmos) que lutamos contra essa desinformação. Vitimas só o seremos se não nos defendermos, e passa por nós essa defesa. Atribuir as causas da perda de influencia a essa desinformação sem nos preocuparmos em analisar a nossa propria responsabilidade é o primeiro caminho para a derrota.

>muitas das vezes alimentada por membros ou ex. membros
>do partido, que de certa forma querem branquear o seu
>passado, aos olhos do poder instituído, lavando-se em
>águas pouco límpidas e transparentes.

Aqui não concordo. Porque é que alguem que apresente em público as suas criticas quer branquear o seu passado? É este automatismo do "quem não é comigo é contra mim" que está exactamente a extremar cada vez mais as posições a levar a um diálogo de surdos entre as duas partes. Não é radicalizando nas nossas posições (quer de um lado quer do outro), chamando traidores a uns e estalinistas a outro que o Partido se reforça. Não é com o mesquenhismo de dizer (como já ouvi) que "querem é ficar com a reforma na integra" que se cria um clima para o debate e para a analise essencial sobre as graves falhas e problemas que o nosso partido enfrenta.

>Resistir e colocar aqui, neste local de grande
>confusão e por tal atitude, peço humildemente perdão

Infelizmente a confusão aqui reinante reflete muito a intolerancia de alguns e a inaceitação de opiniões diferentes.


>- ( - Embora concorde contigo quanto ao populismo de
>Hugo Chaves, penso que talvez fosse útil aprofundar,
>porque motivo Hugo Chaves não foi logo liquidado, como
>aconteceu com muitos outros há uns anos?)

Mais curioso ainda é o facto do proprio Alberto João Jardim ter aconselhado os emigrantes portugueses a votarem no proprio Hugo Chavez aquando da primeira eleição do mesmo.

>Mas como é possível como é possível, que as pessoas se
>deixem enganar assim, porque, é que homens e mulheres
>não usam a cabeça, como é possível ter uma arma na mão
>e não a usar bem: atenção a arma é o voto !

Porque infelizmente é mais fácil deixar que decidam por nós do que decidirmos nós mesmo e tomarmos nós posição. Isso mesmo vê-se dentro do próprio partido, onde existem militantes que seguem sem o minimo sentido critico e auto-critico toda e qualquer opinião emanada de orgãos superiores, nunca discutindo sequer essas mesmas opiniões ou tomadas de posição. E ter sentido critico e auto-critico nada tem a ver em ir contra o centralismo democrático. Concordando-se ou não com o mesmo, a verdade é que esse sentido é essencial para o centralismo democrático. Mas é mais facil ser-se do PDA (Partido Deixa Andar) do que ter uma atitude verdadeiramente comunista e defendendo o materialismo dialético (essencial á análise da realidade). É contra esta filosofia de "outros decidam por mim" que temos que lutar, valorizando o individuo e não o tornar apenas uma roda na engrenagem (quer dentro do Partido quer na sociedade em geral). Aqui acredito que esteja um dos pontos fundamentais para a transformação da sociedade actual e a superação do capitalismo.

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