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GRAÇA HENRIQUES (DN)
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Date Posted: 13:06:11 07/11/02 Thu
Carlos Brito não só rejeita todas as acusações "ridículas e sem provas" do secretariado do Comité Central (CC) do PCP, como compara a nota para audição prévia aos despachos de pronúncia da PIDE. Na resposta às acusações que lhe são imputadas pela direcção comunista, o antigo dirigente, que agora incorre num processo disciplinar, responde com palavras duras e faz questão de lembrar o seu passado político em defesa da liberdade.
"Recebi o texto por vós designado de "nota para audição prévia" e lamento muito ter de vos dizer que, pelo seu tom, arquitectura, falsidade das acusações e processos de intenção, me faz lembrar os tristemente célebres "despachos de pronúncia" que recebi, como alguns de vocês, das várias vezes que estive preso durante a ditadura fascista", afirma o "renovador" na resposta ao CC, na carta com registada e com aviso de recepção, datada de 7 de Julho, a que o DN teve acesso.
Carlos Brito, juntamente com Edgar Correia e Carlos Luís Figueira foram notificados há mais de uma semana para audições, no âmbito do processo disciplinar de que são alvo, tendo já o PCP dado a entender que poderão ser expulsos do partido. O processo arrastou-se por alguns dias, porque os "acusados" exigiram as provas e elementos da acusação, invocando direitos constitucionais e recusando-se a comparecer nas reuniões.
Carlos Brito optou por responder por carta. E começa por "repelir energicamente" o teor da nota para audição por entender que "não se orienta para uma audição prévia, mas sim para uma condenação prévia a qualquer audição". O antigo membro do CC, afirma ainda que rejeita especialmente a acusação de que os seus actos possam ter estado, em quaisquer circunstâncias, "inseridos numa campanha contra o partido", já que o seu objectivo foi sempre contrariar o seu declínio. E que desenvolveu a sua actividade na estrita observação da disciplina partidária, mas que essa não pode pôr em causa a sua participação nas actividades do partido. Actividades essas que, refere, se destinam ao "fortalecimento do partido e impedir a perda de influência e a desmotivação dos militantes e simpatizantes".
Carlos Brito termina a sua resposta dizendo que rejeita qualquer acusação de um "comportamento de rotura". E mais: "Não aceito que se fale em "laços de solidariedade, fraternidade, lealdade, e camaradagem" quando se organizam processos para atirar para fora do partido militantes que lhe deram a sua juventude e o melhor da sua vida, quando isso significava arriscar a própria vida."
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