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Subject: Algumas reflexões distanciadas sobre “uma decisão correcta e corajosa”


Author:
Jorge Nascimento Fernandes
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Date Posted: 16:18:39 07/13/04 Tue

Algumas reflexões distanciadas sobre “uma decisão correcta e corajosa”

Depreende-se do texto do Fernando Redondo que esta decisão do Presidente serviria para impedir a esquerda de ganhar na secretaria aquilo que não consegue com uma preparação física adequada. O Jorge Sampaio consciente desta fraqueza endémica da esquerda preferiu manter a mesma aliança de direita, permitindo que esta só fosse julgada daqui a dois anos.
Depois, respondendo às minhas críticas, diz que esta prática apressada e trapalhona da esquerda é já a antiga e que a fomos beber ao PCP.
Penso que não ter simplificado demasiado qualquer dos seus raciocínios.
Mas respondamos a esta última observação. De facto, houve uma prática antiga do PCP que era de apontar a porta da rua aos sucessivos governos que, entre o primeiro do PS sozinho e a primeira maioria absoluta de Cavaco, se sucederam a grande velocidade. Se estamos recordados, durante a vida desses Governos lá aparecia a palavra de ordem: “a luta continua, governo para a rua”.
E quando caíam era uma grande vitória dos trabalhadores e da sua luta. Simplesmente a cada Governo sucedia-se um pior, actuando sempre de acordo com o que o PCP definia como “a recuperação capitalista, agrária e imperialista”. Este ciclo só terminou, porque no plano político a direita encontrou o seu líder carismático, Cavaco Silva, e no plano económico se começou a receber milhões de Bruxelas.
Mais recentemente, quando o Guterres se demitiu, foi a pressa em pedir eleições, quando havia uma maioria de esquerda na Assembleia.
Mas se esta política trapalhona e apressada existiu e existe ela não é um exclusivo do PCP, nem ele é unicamente o seu inspirador.
Mas voltemos à decisão do Presidente e vejamos se ela é correcta e corajosa.
Do ponto de vista do Fernando ela justificar-se-ia pelas razões acima referidas. Num artigo publicado hoje no Público, Jorge Almeida Fernandes considera a demissão do Ferro Rodrigues como a melhor justificação para a decisão do Presidente, ou seja, o PS não estava em condições de Governar e ninguém acreditava no PS que aquele dirigente o fosse capaz de fazer.
Quanto a mim, se foi isto que motivou secretamente a decisão do Presidente, de poupar o PS e a esquerda de governar com estes dirigentes, os resultados práticos são outros e veremos no futuro como nos recompomos desta derrota..
Assim, a ofensiva contra o PS e o seu secretário-geral demissionário, mesmo que Belém, não tenha responsabilidades nisso, e eu acho que tem, visa unicamente fazer virar aquele Partido ao centro e pôr na sua direcção esse boneco animado chamado José Sócrates. No futuro, será muito mais difícil qualquer alternativa de esquerda. Poderemos ter soluções limianas, mas não alianças à esquerda. Pacheco Pereira também já afirmou que esta alteração do PS vai acabar igualmente com o Louçã, pelos vistos o seu pior inimigo, transformando-o, segundo ele diz, de líder da oposição em elemento marginal ao sistema. Ou seja, tudo se prefigura para uma reconversão ao centro, tão de agrado dos órfãos do Cavaco ou dos nostálgicos do Bloco Central.
Por outro lado, a política também é feita de homens concretos e quando eu afirmei no meu primeiro comentário com que cara na segunda feira iríamos encarar o ar satisfeito de chefes e patrões, era que, pelo menos, e disso se aperceberam os empresários, a ofensiva contra os trabalhadores seja nas fábricas, nos serviços ou simplesmente na função pública, onde é real, abrandaria e poderia mesmo reverter a nosso favor. É com pessoas que se faz a política e se não as tomamos em consideração, aquela transforma-se numa abstracção, incapaz de compreender para quem é dirigida.
Não terminaria sem afirmar que a opção de Sampaio foi a pior de todas, não só garantiu ao patronato que se iriam manter as mesmas políticas restritivas, como optou pelo pior dos primeiros-ministros. Segundo Vital Moreira, ver hoje o Público, ele deveria não ter aceite o primeiro-ministro indicado pelo PSD e esperar que propusessem outro, que era o que defendia o Marcelo Rebelo de Sousa.
Portanto, a decisão do Presidente nem foi correcta nem corajosa.

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