Subject: A reponsabilidade é sempre de quem dirige. |
Author:
João Laveiras
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Date Posted: 16:32:11 06/21/04 Mon
In reply to:
Luis BLanch
's message, "Re: De QUEM A RESPONSABILIDADE? II" on 11:11:40 06/21/04 Mon
O Blanch vem aqui defender aquilo que tem sempre sido a explicação para os resultados eleitorais do PCP e dos seus aliados nas últimas duas décadas. Que a responsabilidade não pode ser assacada a alguns camaradas, que foram as circunstâncias, etc, etc.
Contudo nós todos sabemos que quem dirige uma organização, uma empresa ou um partido é que tem de assumir a responsabilidade. E no PCP a culpa morre sempre solteira.
Porquê? Porque os dirigentes do PCP não respondem perante ninguém, não prestam contas a ninguém. Logo não são democraticamente eleitos como os dirigentes de todos os outros partidos; são referendados em congresso. E essa ausência de democraticidade espelha-se em tudo o resto.
Assim, se o PCP sofre derrotas, a culpa não pode nunca ser assacada à sua direcção política que está sempre na senda do bom caminho. A culpa é da comunicação social, é dos partidos de direita, é dos que dissidem do partido, é dos esquerdistas, é dos abstencionistas, é da conjuntura internacional, é da interferência do grande capital internacional, é ....de todos menos dos camaradas que constituem o Comité Central e muito particularmente do núcleo muito restrito que integra a Comissão Política e o Secretariado do CC. Assim nunca ninguém se demite porque nunca ninguém assume nada. E nada muda ou quando aparentemente algo muda é para que tudo possa ficar na mesma.
Iremos ter um congresso do PCP em breve. Vamos observar mais uma vez a total ausência de democracia interna. Já estamos habituados. Ele é as teses únicas, ele é a lista única indicada pelos qua estão agora na direcção. Depois os delegados referendam, como se fez com a Constituição Política de 1933. Aliás é estranho como a organização interna do PCP se assemelha tanto às estruturas do corporativismo. Parece até seguir uma idêntica filosofia organizacional e de poder.
E aqui estão algumas das razões porque o PCP vai inexoravelmente perdendo influência na sociedade moderna.
Hoje as pessoas que estão dispon´veis para militar num partido político não estão em regra dispostas a tolerar este tipo de limitações e este tipo de disciplina acrítica.
Muito menos as pessoas de esquerda que são, por natureza, rebeldes.
Assim ou o PCP muda muito, ou o PCP se reduzirá à dimensão de um pequeno partido tipo MRPP.
Nessa altura de quem será a culpa?
>Que diabo ,não podemos ser cegos ,nem masoquistas.
>Houve uma conjuntura de Derrota ,de demissões de
>incapacidades, de Debandadas...
>Isso não explica quasi tudo ?
>
>
>
>>Não Carlos Neto, o recuo eleitoral do PCP
>>manifestamente não pode ser imputado `a adopção
>>de determinada linha,de determinada orientação
>>política.
>>
>>Ser comunista ,militante ou simpatizante é-se por
>>princípios ,por respeito ,disciplina e
>>envolvimentos que mergulham , quantas vezes , num
>> património histórico de lutas em defesa de uma
>> nova sociedade ,mais justa ,mais solidária e com
>>valores que dignifiquem o homem.
>>
>>Ser comunista é estar no quotidiano com o
>>partido e com aqueles que no partido pensam
>>estar a realizar o melhor, nas fábricas , no
>>ensino, nos serviços.
>>
>>Com todas as vicissitudes, as derrotas , os
>>insucessos e erros ,que foram tremendos, no
>>quadro do movimento comunista internacional ,
>>pese a tudo isso , vale a pena persistir...E
>>persistir porque os objectivos se mantêm ,porque
>>o inimigo travestisado é o mesmo.
>>
>>E é importante e honesto não assacar
>>responsabilidades a uns quantos pelas derrotas e
>> os envolvimentos responsáveis de muitos, ontem
>>,hoje e agora.Os álibis podem desculpar muita
>>coisa, mas quasi sempre para sossego pessoal.
>> " à bon entendeur..." como dizem os franceses...
>>
>>
>>
>>
>>
>>
>>>Nesta minha 1ª intervenção começo por referir que sou
>>>militante do partido à mais de 25 anos, e
>>>relativamente às intervenções aqui expressas concordo
>>>com algumas, ou parte delas e discordo de outras no
>>>seu todo ou em parte.
>>>Relativamente aqueles que se mostram defensores da
>>>actual direcção, a minha maior observação prende-se
>>>com o facto de classificarem como inimigos do PCP ou
>>>até anti-comunistas todos aqueles que criticam a
>>>direcção. Penso que essa não é uma abordagem
>correcta,
>>>pois o facto de se criticar a direcção é ou deveria
>>>ser um facto perfeitamente normal, desde que
>>>justificado.
>>>E de facto, é meu entendimento, e de um cada vez
>maior
>>>numero de militantes com quem falo, aqui em Almada,
>>>que a situação se está a tornar insustentável. Esta
>>>direcção não tem já grande credibilidade, nem grande
>>>espaço de manobra face aos repetidos e sucessivos
>>>fracassos e derrotas eleitorais.
>>>Factos são factos, e os numeros dos sucessivos
>>>insucessos eleitorais ai estão para quem os quiser
>>ver.
>>>Por outro lado, as razões e desculpas desta direcção,
>>>para justificar as derrotas eleitorais já não
>>>convencem um cada vez maior numero de militantes e o
>>>descontentamento de uns e desinteresse de outros,
>como
>>>tenho testemunhado é enorme.
>>>Em meu entendimento, no próximo congresso tem que ser
>>>feito uma "mudança de balneàrio" de alto a baixo,
>pois
>>>os principais rostos do partido não tem condições
>para
>>>continuarem em funções.
>>>Vamos ver como corre o proximo congresso e se é
>>>possivel levar à prática as mudanças que se exigem,
>>>caso contrário estamos mal.
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