Subject: Re: Eleições por Edgar Correia |
Author:
João Laveiras
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Date Posted: 16:44:46 06/21/04 Mon
In reply to:
Jornal de Notícias
's message, "Eleições por Edgar Correia" on 07:32:59 06/21/04 Mon
Não vejo nada de novo neste artigo de Edgar Correia a não ser a conclusão que tira sobre a necessidade de alianças entre os partidos de esquerda, o que também já não é novo.
Mas esta aparente colagem ao PS também já não é nova e não me agrada muito.
>Retenhamos o essencial das eleições europeias de há
>uma semana. Abstiveram-se 5 milhões 356 mil
>portugueses, mais 221 mil do que há cinco anos. Um
>nível tão elevado de abstenção não pode servir de
>argumento para desvalorizar o resultado eleitoral. Mas
>revela um défice democrático que é urgente
>ultrapassar.
>
>Em comparação com as eleições para o PE de 1999, há
>duas forças que registaram uma descida - a coligação
>da Direita, PSD/PP, que perde 232 mil votos, ou seja,
>17% do seu eleitorado, e a CDU que perde 49 mil votos,
>equivalentes a 13,6% dos seus eleitores. E há outros
>dois partidos concorrentes que sobem - o PS 19 mil
>votos, um crescimento de 1,3% em relação ao seu
>elevado "score" de há cinco anos, e o Bloco de
>Esquerda um aumento de 105 mil votos, ou seja, 169,3%
>dos seus eleitores.
>
>É inequívoca a leitura política: um elevado número de
>portugueses que anteriormente tinham votado no PSD e
>no PP deslocaram o seu voto para a Esquerda ou
>abstiveram-se, como forma de reprovação do Governo. Os
>resultados, não colocando directamente em causa a
>legitimidade institucional do executivo, mostram que é
>claramente minoritário o apoio político de que o
>Governo dispõe e comatoso o seu estado.
>
>A afirmação de Durão Barroso, no rescaldo da maior
>derrota eleitoral da Direita, de "que entendo
>perfeitamente a mensagem que os portugueses nos
>quiseram dar", logo seguida da promessa solene de que
>irá "manter a mesma linha de rumo", ou seja, que
>iremos ter mais do mesmo, evidencia como é limitada a
>sua margem de manobra. E como, nestas condições, a
>badalada remodelação governamental - com ministros
>apenas à espera do apito final do Euro 2004 para
>arrumarem papéis - não passará de um nado-morto
>estival.
>
>Quanto à Esquerda, ela apresenta-se em maré alta,
>obtendo no seu conjunto o apoio expresso de 58,5% dos
>votantes. Alterou-se porém a relação que anteriormente
>existia entre as várias forças, com o reforço relativo
>do PS e do BE e o enfraquecimento da CDU. O que tem a
>ver com o facto da CDU, apesar do contexto de derrota
>da Direita e de crescimento expressivo à Esquerda, ter
>averbado uma significativa perda de votos (quase 50
>mil) e de peso eleitoral, com particular incidência
>nos principais centros urbanos, em importantes zonas
>operárias e entre os jovens. Carlos Carvalhas ainda
>tentou fazer "bluff", apresentando esta descida da CDU
>- que representa o pior resultado de sempre em
>eleições europeias - como um resultado "bastante
>positivo e muito encorajador", mas o nariz de pinóquio
>atraiçoou-o…
>
>A derrota da Direita e a votação alcançada globalmente
>pela Esquerda constituem resultados muito positivos,
>que contribuem para o amadurecimento de condições para
>a ulterior substituição democrática do mau Governo que
>o país tem estado a suportar.
>
>Mas é negativo que as divisões e a incapacidade de
>convergência à Esquerda, que já haviam constituído um
>dos principais factores responsáveis pela chegada da
>Direita ao poder em 2002, tenham voltado a
>manifestar-se nestas eleições. E que os partidos da
>Esquerda, para além das suas diferenças, não tenham
>encontrado uma postura de sentido comum ou convergente
>e se tenham apresentado politicamente desunidos em
>relação a orientações políticas fundamentais que
>estavam em debate.
>
>A falta de convergência à Esquerda, ou a ilusão de que
>qualquer partido possa constituir-se sozinho em
>alternativa, é bloqueadora da perspectiva de
>construção de uma efectiva alternativa de Esquerda
>para a realização de uma política de Esquerda. Ora
>esta situação, se não for alterada, acabará por
>defraudar as expectativas de mudança dos portugueses.
>
>
>
>Edgar Correia escreve no JN semanalmente ás
>segundas-feiras
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