Subject: Partido da Esquerda Europeia |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 16:01:32 05/24/04 Mon
In reply to:
Fernando e Maria Rosa Redondo
's message, "Novo partido para uma nova esquerda" on 12:16:18 05/23/04 Sun
Meus Caros : Não dispomos de dados profundos que permita fazer uma avaliação programática dobre o chamado PEE.
Mas é de prever que não seja mais que uma Federação de intresses comuns que animam hoje a esquerda ,sendo que o seu denominador é construir essa perspectiva unitária anti-capitalista e anti globalização financeira , é construir o que une a esquerda para além dos particularismos nacionais.
Porque é isso que o despartidariza ; Cada partido nacional pode ter esta ou outra concepção em relação à sua sociedade ,ao seu país , aos dados objectivos sobre os quais trabalha.
É difícil, para não dizer ilusório, falar "na via para o socialismo", nos caminhos a percorrer nesta ou naquela direcção.
Parece que hoje tudo é mais casuistico; a época das "Grandes Narrativas " já foi.O que faz sentido porém é opôr ao capitalismo na sua fase imperial e globalizada, mas diversa em diferentes áreas do Mundo, respostas diversas de um amplo movimento socialista ,também com nuances dialécticamente diversificadas.
Não houve, e não há modelos únicos de respostas ,como sabeis. Todavia,o PEE parece uma tentativa séria de coordenação para uma resposta colectiva .
>A fundação do Partido da Esquerda Europeia pode vir a
>revelar-se uma decisão extremamente importante ou, em
>vez disso, não passar de um acto falhado.
>
>Tudo depende da perspectiva em que se coloque e dos
>objectivos que se proponha.
>
>Para já, parece que as preocupações que presidiram à
>sua génese foram, em grande medida, essencialmente
>utilitárias.
>
>O conteúdo ideológico do novo Partido parece poder
>resumir-se, a partir dos documentos entretanto
>divulgados, à fórmula “Outro mundo é possível”.
>
>“Outro mundo é possível” tem vindo a converter-se num
>lugar comum que cria uma aparência de unidade mas
>esconde a falta de trabalho teórico, que define o que
>se recusa mas omite o que se quer construir que
>facilita a comunicação mas que não permite diferenciar
>as opções.
>
>As relações de produção, e o comunismo, quase
>desapareceram do discurso desta esquerda.
>
>Depois de, por muitos anos, os partidos tradicionais
>terem dado atenção quase exclusiva às relações de
>produção agora caiu-se no pólo oposto: só se fala de
>ambiente, racismo, feminismo, etc.
>
>Também se fala de desemprego mas o trabalho
>assalariado, pilar mestre do modo de produção
>capitalista não é questionado.
>
>Quase parece que todos os problemas são passíveis de
>solução dentro do Capitalismo desde que “humanizado”!
>
>O posicionamento que este PEE propõe é o da
>resistência às investidas do capitalismo global pela
>reclamação de que sejam alteradas as suas
>manifestações mais gravosas, sem no entanto pôr em
>causa o essencial.
>
>Assume-se assim, se não a crença na eternidade do
>Capitalismo como modo de produção, pelo menos a
>incapacidade para prospectivar uma formação económica
>e social alternativa.
>
>Para dar à Esquerda um papel relevante no contexto
>político europeu é necessário:
>
>· Desfazer a imagem, quixotesca, de “cavaleiro
>andante” das minorias oprimidas
>
>· Ser mais do que uma trincheira de protestos e
>resistências; passar a ser um agente de propostas e de
>construção
>
>· Fazer um discurso que em vez de nichos sociais
>e étnicos, se dirija à generalidade da população
>
>A economia e a sociedade actuais cada vez mais se
>estruturam sobre a produção, manipulação e divulgação
>de informação.
>
>O trabalho dos europeus é cada vez mais a produção de
>informação a partir de informação pela aplicação do
>conhecimento.
>
>É necessário reequacionar, a esta luz, o
>posicionamento dos vários grupos sociais no processo
>de criação de valor, respondendo a duas questões
>fundamentais: como é produzido o valor ? Quem produz
>valor ?
>
>Há que assumir corajosamente a definição e promoção de
>novas relações de produção que garantam aos
>produtores, e não a outros, a apropriação do valor
>criado.
>
>Alguns aspectos concretos destas questões
>apresentam-se com muita evidência num contexto
>supranacional, como o da Europa.
>
>A produção, o transporte, o armazenamento e a difusão
>da informação são cruciais na afirmação de novos modos
>de produção.
>
>Muito se tem discutido sobre como é, e como devia ser,
>a propriedade e o controle de meios e conteúdos. Em
>nosso entender, na perspectiva errada, ou seja à luz
>dos pressupostos do modo de produção capitalista.
>
>Devemos, para colocar a questão em termos correctos,
>defender
>
>- o carácter social dos meios de transporte e difusão
>da informação, rejeitando qualquer interferência ou
>parasitismo dos conteúdos com base na propriedade
>privada de tais meios.
>
>- o reconhecimento de que o valor reside nos
>conteúdos, resultado objectivo do conhecimento dos
>humanos, e a garantia de que tal valor é apropriado
>pelos seus verdadeiros autores
>
>Concluindo:
>
>O grande perigo que ameaça o PEE é a perda de foco no
>essencial, se em vez de concentrar forças na superação
>do modo de produção capitalista persistir num
>arrazoado eclético, fazendo dos ideais
>revolucionários uma colecção de bandeiras, por vezes
>contraditórias, cuja raiz resulta obscurecida.
>
>Enquanto isso os poderosos deste mundo estarão
>forjando, sem a oposição adequada, um novo modo de
>produção de forma a prosseguirem, sob novas formas, a
>dominação económica e social.
>
>Lx, 22 Maio 2004
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