Author:
Fernando e Rosa Redondo
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Date Posted: 11:05:32 03/19/04 Fri
Ninguém parece interrogar-se sobre as causas da progressiva “perda de velocidade” do Movimento de Renovação Comunista o que é paradoxal já que o movimento nasceu para fazer aquilo que o PCP não parecia capaz de realizar: analisar e responder à quebra de influência das ideias comunistas.
Somos daqueles que acreditaram que, finalmente, surgira um espaço sério de debate de ideias que iria permitir uma discussão profunda dos novos caminhos a percorrer.
Passados dois anos os factos mostram que tal não aconteceu.
A preparação do Manifesto da Renovação Comunista não proporcionou o debate alargado que seria imprescindível e o texto aprovado acabou por ser um texto muito genérico resultante do trabalho “de gabinete” de um conjunto limitado de responsáveis.
Uma vez aprovado o Manifesto toda a discussão teórica foi posta entre parêntesis e a RC passou a tomar posição pública em questões de “política corrente” como se fosse um partido convencional.
Será que era isto o que os cidadãos, os militantes de esquerda e os militantes do PCP esperavam da RC ?
Será que os cidadãos, os militantes de esquerda e os militantes do PCP estavam ansiosos por conhecer a opinião da RC sobre a IVG, o FSM ou a nova “constituição” da UE ?
Não cremos que fosse esse o contributo esperado. Aquilo que despertou enorme interesse em 2002 foi a esperança de que a Renovação Comunista conseguisse, finalmente, reequacionar o papel dos comunistas e da esquerda e demonstrar que é possível relançar o entusiasmo popular na construção de uma nova sociedade.
Finalmente, numa reunião recente de membros da RC, em Lisboa, foi decidido começar a preparar o trabalho de reflexão teórica que tem faltado.
Nesse contexto pensamos que é possível estabelecer quatro áreas de estudo partindo do próprio texto do Manifesto aonde é possível encontrar a sua formulação.
1. Manifesto RC – Capítulo 2., Pag. 4
A implosão do “socialismo real” no leste e a perda de poder de atracção do projecto comunista, em Portugal como por todo o mundo, impõem um exame em profundidade dos caminhos percorridos durante o século XX e um questionamento sem limitações que aspire a chegar à raiz dos problemas que fizeram retroceder o empreendimento comunista.
2. Manifesto RC – Capítulo 3., Pag. 7
Compreender a nova fase do capitalismo em que nos encontramos e as mutações que se observam na sociedade do nosso tempo, intervir através das suas contradições.
3. Manifesto RC – Capítulo 9., Pag. 19
A renovação comunista aponta por isso a necessidade urgente da análise das características sociais, económicas e culturais do Portugal do início do século XXI e da avaliação prospectiva da sua evolução.
4. Manifesto RC – Capítulo 8., Pag. 17
Este propósito implica um aprofundado debate e uma exigente elaboração sobre o conteúdo do projecto político e ideológico do comunismo contemporâneo e sobre a sua própria cultura.
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