Subject: Re: "Sabem o que morreu não foi o comunismo" |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 09:51:26 03/23/04 Tue
In reply to:
Guilherme Statter
's message, "Re: A POLÍTICA PELA TELEVISÃO-2" on 23:32:31 03/22/04 Mon
Quando se chamou "desvio stalinista " a qualquer coisa que falhou no desenvolvimento do socialismo , foi perguntado a Lucien Séve,conhecido "marxiano" francês , se não é uma maneira um pouco fácil de retirar às ideias que ele próprio defendera as partes menos convenientes . Claro que ele ´considera que no sentido vulgar e no vocabulário corrente ,teria havido uma derrota histórica do comunismo. É ingénuo acreditar ,de facto , que alguém se pode furtar à crítica e à autocritica simplificando o problema e dizer " não somos nós, é outro!...
Evidentemente que não foi o comunismo ,em sentido rigoroso , que fracassou, mas uma coisa completamente diferente.Lucien Sève tem razão quando remete para Marx e para a sua concepção ideológica - O comunismo é a apropriação pelos homens dos seus poderes sociais. No aspecto económico , é a apropriação dos meios de produção e de troca pelos produtores associados. O que pudemos constatar é que em lugar dos produtores associados ,houve uma apropriação por um poder de Estado , que era suposto ser transitório ( a ditadura do proletariado),mas que ao contrário se eternizou no tempo e se institucionalizou modelarmente. O que terá fracassado no modêlo foi a crença, a convicção da transformação da sociedade por uma estatização à revelia das massas populares , tirando-lhes ou não lhes conferindo os seus poderes.
É difícil ,mesmo impossível, transformar a sociedade se não superarmos todas as alienações , e, além disso , se não formos capazes ,de fazer frente ao desafio das novas tecnologias , se não se aceitar um sistema em que a iniciativa individual seja um factor de progresso e capaz de incorporar num novo modo de produção a perspectiva de novas relações de produção.
Se se isolar o verdadeiro pensamento de Marx, o que é para ele o comunismo ?>Já me esquecia... Para não falar de um tema que mais
>mexe com o Fernando Redondo: o impacto das "novas"
>tecnologias da informação e comunicação sobre o
>funcionamento e eventual transformação do modo de
>produção.
>Em todo o caso, se houver pessoal interessado em
>discutir outros temas, também se arranja.
>O problema é que entretanto as condições de vida HOJE,
>aqui e agora, de crescentes camadas de cidadãos, estão
>a piorar de dia para dia e não se compadecem lá muito
>com estas discussões... Entretanto, enquanto a Manuela
>Ferreira Leite continua com a obsessão do défice, o
>Lula da Silva e o Kirchener estão a mandar vir com o
>FMI e já se fala do "Consenso do Rio de Janeiro"
>(leia-se "o VOSSO défice 'primário' que se lixe") como
>oposição estruturada ao "consenso de Washington"
>(leia-se receita neoliberal de um défice público
>rigido e sem qualificações).
>Ora cá está um tema com substância e com interesse
>para o pessoal trabalhador, aqui e agora.
>Tenho a certeza que alguns dos deputados do PCP (se
>não pegaram já em mais este exemplo do ridículo da
>posição do nosso "governo") de certeza que o vão fazer.
>Cordiais saudações.
>Guilherme Statter
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