Subject: Re: Descaracterização ideológica? |
Author:
Luis Blanch
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Date Posted: 13:18:41 01/26/04 Mon
In reply to:
Fernando Redondo
's message, "Descaracterização ideológica" on 11:56:40 01/26/04 Mon
>Os limites dos movimentos sociais e as dificuldades de uma politização intrinseca são reveladores do mundo em que nos movemos.O espaço de contestação e reivindicação está fragmentado do ponto de vista da sua morfologia , da sua dinâmica factual e até dos seus conteúdos. É dificil , num cenário caracterizado por uma diversidade de lutas contra as relações de poder e de dominação , discernir ou descobrir os contornos de um movimento de conjunto. As lutas sociais, hoje ,parecem estar na defensiva e mostram dificuldade em dar prioridade a novas conquistas em lugar de , penso eu , de se centrarem na desaceleração dos recuos sociais. Concordo que a articulação entre movimento social e acção politica é difícil e tende a confinar o social ao espaço reduzido das reivindicaçoes imediatas. No entanto , o fechamento organizativo a propostas e plataformas unitárias , que é o caso de um Partido da Esquerda Europeia , promove um isolacionismo debilitante que , por certo, vai definhar quem assim procede.
Sem prjuizo pelas raizes ideológicas e politicas urge , até pela consideração das mutações sociais que a dialéctica nos permite avaliar, tomar em linha de conta os factores sociais emergentes suceptíveis de mobilizarem novas energias para os também novos combates politicos. Não vejo , Fernando , em que é que os combates , noutros termos e com actores mais diversificados ,podem "infringir" as regras de uma correcta caracterização ideológica.
Mas não são os exemplos quotidianos que nos remetem para outras lutas mais sentidas pelas massas populares , mais mobilizadoras ?
Sem prejuizo u
>Este apelo é um exemplo paradigmático da
>descaracterização ideológica em curso. A Rosa
>Luxemburgo, e o Marx, devem estar a dar voltas nos
>seus tumulos.
>
>As relações de produção, e o comunismo, desapareceram
>do discurso da esquerda. Depois de, por muitos anos,
>ter sido dada atenção quase exclusiva às relações de
>produção agora caiu-se no polo oposto, só se fala de
>ambiente, femininismo, etc. Quase parece que todos os
>problemas são passíveis de solução apesar do absurdo
>do trabalho assalariado.
>
>Os partidos de esquerda, por indigência teórica,
>descambaram para a famigerada ideologia do "Outro
>mundo é possível". Parecem resignar-se à sua
>incapacidade para lutar pela sociedade comunista e
>contentar-se com uma federeção de descontentamentos
>genéricos ou de nicho.
>
>A consequência é a perda de foco no essencial. Em vez
>de concentrar forças na superação do modo de produção
>embarcam num arrazoado eclético e fazem dos ideais
>revolucionários uma colecção de bandeiras, por vezes
>contraditórias, cuja raiz resulta obscurecida.
>Enquanto isso os poderosos deste mundo vão forjando,
>sem a oposição adequada, um novo modo de produção de
>forma a perpetuarem o seu domínio económico.
>
>Por este caminho só podemos estar a caminhar para
>novas desilusões.
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