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Subject: Três exemplos


Author:
Vítor Dias no "Semanário"
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Date Posted: 19:42:57 01/30/04 Fri

“Três exemplos”

Vítor Dias no "Semanário"
30 de Janeiro de 2004

Mais para não sermos tomados como parvos e desatentos do que com a esperança de que alguma coisa mude em breve, queremos hoje pôr em evidência três exemplos que, por ordem crescente de gravidade, ilustram manifestações de puro preconceito e animosidade em relação ao PCP em órgãos de comunicação social.

O primeiro exemplo foi-nos dado por um texto de Eunice Lourenço, no “Público” de sábado passado, onde a autora, reportando-se a uma (alegada) indispensabilidade do recurso ao referendo na questão da despenalização do aborto, começa por referir que “o PS, desde a primeira hora tem a mesma posição e já entregou um projecto de resolução para um novo referendo” e que “o PCP, que sempre disse que não devia haver referendo, mantém a posição mas aceita que no dia que escolheu para determinar a agenda do Parlamento seja discutido o referendo do PS”.

Até aqui nada de especial, o pior está em que logo de seguida aquela jornalista, esquecida do que tinha escrito quanto ao PCP, logo concluía espantosamente que “no fundo, todos os partidos concordam que um assunto, uma vez sujeito a referendo e tendo sido chumbado, não pode ser alterado sem novo recurso a consulta popular” e que “é assim que deve ser”.

Sublinhe-se então que a jornalista do “Público” está equivocada em dois pontos.

Desde logo porque nem sempre a posição do PS foi aquela.Com efeito, pelo menos durante o dia 17 de Dezembro - dia de sessão do julgamento em Aveiro e dia de jornadas parlamentares do PS - , tanto Ferro Rodrigues como António Costa só falaram da apresentação de um projecto de lei do PS, não falaram nunca de referendo e enfatizaram com toda a clareza a absoluta .legitimidade de a AR legislar directamente sobre a questão do aborto, como pode ser provado pelo recurso aos recortes de jornais e gravações de som e imagem existentes.

E, finalmente, porque se há coisa essencial que o PCP conteste é precisamente a tese que a jornalista atribui “a todos os partidos”. De facto, a pensar nos dias de hoje mas também quando houver uma nova maioria na AR, o PCP não cede um milímetro na ideia de que a AR tem plena legitimidade para legislar sobre a despenalização do aborto, que nada na Constituição autoriza a tese da indispensabilidade do recurso a um novo referendo e que os projectos de revisão apresentados pelos diversos partidos significativamente não incluem nenhuma alteração nesse sentido.

O segundo exemplo que queremos trazer à colação é a forma como, apenas com uma palavra ou duas, em dois jornais de referência – o “Público” e o “DN” - foi maltratada a indicação de Ilda Figueiredo como cabeça de lista da CDU às próximas eleições para o Parlamento Europeu.

Recorde-se então que o “Público” titulou “PCP repete Ilda Figueiredo como cabeça de lista nas europeias” e que no “DN”, para além de umas nada inovadoras distribuições de rótulos, se considerou que com aquela designação “afinal, tudo resume a mais do mesmo: depois de Ilda...outra vez Ilda”.

Assim tendo sido, tem agora algum interesse comparar estes termos e formas de dizer com os que foram usados por estes jornais quando nas suas edições de 12.10.2003 noticiaram a indicação pela segunda vez de Miguel Portas como cabeça de lista do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu. E saiba-se então que, neste caso, o “Público” apenas titulava – e bem - “Miguel Portas na corrida às eleições europeias” e não “BE repete Miguel Portas” e que a notícia até ignorava totalmente que era a segunda vez que isso acontecia que resultado tinha obtido na primeira (muito longe dos 4,5% necessários para eleger um deputado ao PE). E no “DN” apenas se dizia – e bem – que “Miguel Portas volta a liderar as listas do Bloco às europeias” sem nenhuma observação do tipo “tudo se resume a mais do mesmo: depois de Miguel...outra vez Miguel”.

O terceiro exemplo é trafulhice pegada que constituiu a publicação pelo “Expresso” em 17.1.2004, ao lado dos resultados nacionais de uma sondagem sobre legislativas, de um quadro intitulado “votos por regiões” que lhe permitiu dar o mote para papagueamentos posteriores de “BE terceiro em Lisboa” e de que “o BE consolidou nesta sondagem o lugar de terceiro partido na Área Metropolitana de Lisboa, ganhando vantagem sobre a CDU”.

Acontece porém que o “Expresso” sustenta este alegado resultado regional numa ridícula amostra de 260 pessoas numa AML que tem mais de dois milhões de eleitores quando todas as sondagens publicadas a pretexto das autárquicas de 2001 para concelhos pequenos e médios se baseavam sempre na consulta de perto de mil inquiridos.

E, em qualquer caso, não contente com isto, o “Expresso” escamoteou aos seus leitores que com uma amostra tão reduzida, a margem de erro máximo – que era de 2,5% na sondagem nacional – deve ter passado para os 8%, o que considerando o resultado atribuído à CDU – 6,7% - significa que o seu resultado real tanto podia ser 0% como 14,7%! Mas não adianta: no “Expresso” continuarão a jurar que são muito isentos e rigorosos e que o PCP é que não sabe lidar com a comunicação social.

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Subject Author Date
Adivinhou o que o Expresso também ia fazerJoana Campos13:41:40 01/31/04 Sat
Re: Três exemplos...e um quarto.João Laveiras15:36:21 01/31/04 Sat


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