Author:
Ulisses Garrido in "Le Monde Diplomatique",Jan.2004
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Date Posted: 16:03:25 02/03/04 Tue
In reply to:
Guilherme Statter
's message, "Re: Descaracterização ideológica" on 11:21:20 02/03/04 Tue
...As condições de hoje, e mais ainda as de amanhã são seguramente novas. Mas estamos certos de que para ter um papel relevante e politicamente estratégico, a acção sindical deverá ser, primeiro que tudo ,uma acção centrada na pessoa do trabalhador , no que cada trabalhador concreto tem a defender e no que anseia , no que já conquistou colectivamente e no que, com os outros, vai ainda conseguir... um aspecto a merecer detalhe é o sector terciário , cujo crescimento e primazia nas economias é hoje um dado adquirido..... Na verdade, o terciário é o sector da grande precariedade e arbitrariedade laborais ,da inovação selvagem e desregulada...
..Assim, para o movimento sindical o sector dos serviços (e os trabalhadores do conhecimento) é o sector estratégico da acção sindical. É aí que a acção sindical mais influenciará o poder. Áí reside como que "a nova classe operária "- para usar o linguajar da Revolução Industrial. Aí se desenvolverá a acção sindical mais moderna e reinventada no que diz respeito às formas de acção e de ligação aos trabalhadores... A aposta de organização sindical em trilhar caminhos não experimentados ,incertos e inovadores, eles mesmos captando a juventude e tirando partido das novas tecnologias,é no entanto o único trilho garantido e seguro( até mesmo o único motivador e entusiasmante )...
>Começo por agradecer os esclarecimentos.
>Não li - e se calhar também não vou ler - o livro dos
>srs. Negri e Michael Hardt.
>Em todo o caso é capaz de haver alguma consistência
>teórica no que eles afirmam (a julgar pela
>interpretação que o Gonçalo faz).
>É interesante em todo o caso reflectir no outro
>contraste entre o "espontaneísmo" do "caldo primitivo"
>da Biologia com o criacionismo das religiões.
>Como as "moléculas" ou "células" elementares de que
>tratam as ciências sociais têm memórias, ambições,
>sentimentos, raivas e frustrações, não é razoável
>dissertar sobre este tipo de analogias.
>Em todo o caso, o caos do caldo primitivo, assim como
>as condições exteriores (para o caso o aprofundar das
>desigualdades socio-económicas assim como o esgotar
>progressivo das oportunidades de investimento e o
>esbanjar dos recursos naturais do planeta), fazem com
>que os grupos sociais desse "caldo primitivo" tendam a
>revoltar-se e a "fazer coisas" (a mexer-se, a
>movimentar-se...).
>A questão, estará então - MAIS UMA VEZ - em como
>orientar essa "revolta contra a injustiça", como
>"integrar a ética na política", tendo em linha de
>conta as realidades materiais da economia (as
>contradições lógicas inerentes ao funcionamento do
>sistema capitalista, tão bem (?...) conhecidas dos
>marxistas).
>Dizem os franceses "chassez le naturel et ça revient
>au gallop", ou em vernáculo: "expulsem a natureza e
>ela regrsssa a galope".
>E a natureza das coisas implica também uma certa forma
>de espontaneísmo. Ou seja, não se trata de combater o
>dito cujo espontaneísmo. Trata-se sim de fazer
>"engenharia socio-política" e encaminhar a força do
>espontaneísmo social para objectivos possíveis,
>alcançáveis e auto-sustentados.
>Em todo o caso não me parece que seja viável - a curto
>prazo - a formação de um Partido Comunitsa Europeu.
>Agora acho espantoso é que não se forme uma coligação
>- OPERANTE!!! - de partidos comunistas e/ou de
>esquerda a nível europeu. Com representação
>institucional no Parlamento Europeu.
>Se a nível nacional existe uma CDU (e já existiu uma
>APU), porque não há-de existir uma "CDU" a nível
>europeu?...
>Fico-me por aqui.
>Cordiais saudações,
>Guilherme Statter
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