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Date Posted: 19:24:25 07/06/04 Tue
Author: Carolina Ribeiro
Subject: Tarefa 14 - Grupo 01- Espanhol- Carolina e Juliane

Tarefa 14
Avaliação

Trabalho em grupo


Muito se tem discutido sobre ensino/ aprendizado de LE. Não obstante é perceptível, e Almeida Filho (1993) mostra em seu texto, que a questão da avaliação ainda precisa ser pesquisada com maior cuidado. Ao elaborar uma prova comunicativa, não se pode esquecer a ênfase que a abordagem comunicativa dá ao uso da língua-alvo para o desempenho de funções comunicativas (LOPES, in: MELLO,H.A.B e DALACORTE, M.C.F). Sendo assim, ao ser avaliado o aluno deve fazer uso da nova língua como se estivesse vivendo uma situação real de comunicação.
Examinar uma prova de nível Básico II de um curso livre de idiomas nos faz repensar o modo de avaliação que tem sido aplicado nas instituições em geral pois acreditamos que a grande maioria ainda apresenta influências fortíssimas do enfoque estrutural. O primeiro equívoco desta avaliação, dita como comunicativa, é apresentar exercícios que não se relacionam entre si e que são totalmente descontextualizados. Isso entra em choque com o que LOPES (in: MELLO,H.A.B e DALACORTE, M.C.F, p.112) diz sobre a contextualização como premissa básica.
Na questão I, propõe-se que o aluno leia um texto sobre o “Caminho de Santiago” e depois responda a perguntas que têm por objetivo avaliar a compreensão do texto lido. O assunto tratado costuma gerar interesse, já que é um tema que há anos está na moda, principalmente no Brasil, após autores conhecidos haverem relatado suas experiências com a longa caminhada realizada da França até a cidade de Santiago de Compostela. O exercício apresenta, ainda, um pequeno mapa com algumas ilustrações e uma espécie de “cruzadinha” ilustrada. O problema aparece na hora da realização das perguntas que propõe pouca produção textual. As perguntas são por demais óbvias e não requerem do estudante trabalho algum para respondê-las. Mesmo um aluno que não tenha compreendido muito bem o texto, pode respondê-las sem maiores dificuldades. Parece uma prova realizada às pressas, sem muito empenho por parte dos realizadores; tal conduta não reflete compromisso com o método comunicativo, já que mecanicamente se pode responder à questão. Apenas a quinta e última pergunta apresenta um pouco mais de elaboração dentro da linha comunicativa. Pede-se ao estudante que responda se ele gostaria de fazer o “Caminho de Santiago” e que justifique sua resposta. Assim, apenas em 20% do exercício se propõe uma atitude mais autônoma do aluno.
Um ponto importante que devem conter os testes comunicativos são questões que se assemelham às que possivelmente serão encontradas na vida real. Com respeito a isto a questão número II desta prova também não se encaixa ao enfoque comunicativo uma vez que na vida real o falante (pelo menos o de língua materna portuguesa, para quem é destinada esta prova) não confunde o verbo gustar com o verbo preferir. Este tipo de testagem de itens gramaticais isolados através de preencher lacunas ou fazer frases com os marcadores temporais dados, como também é observado nas questões IV e V, é típico da abordagem estrutural e tem como objetivo apenas o conhecimento da estrutura e da forma.
O exercício III contém uma ilustração com várias pessoas realizando atividades distintas e o aluno deve escrever um pequeno texto dizendo o quê estão fazendo tais pessoas. O objetivo é avaliar a utilização do gerúndio. Aqui, observamos a solicitação de maior autonomia. É uma atividade que está de acordo com as idéias do método comunicativo; é curioso observar que tal atividade ‘vale’ a mesma quantidade de pontos que a questão II, questão essa que exige muito menos criatividade e autonomia que a presente; ou seja, valoriza-se igualmente uma atitude passiva e outra ativa, de produção textual.
A questão VI traz outro texto, agora sobre mulheres, tendo Marilyn Monroe e Cleópatra como referências. Na primeira parte, sobre Marylin Monroe, são propostas 4 respostas mais que óbvias e de certa maneira, bobas. O objetivo é que o aluno faça as perguntas. Ora, com tantas mulheres interessantes dentro do mundo de fala espanhola, não se compreende porque a eleição de Marlyn Monroe como ilustração. O que notamos, é que não há a consciência de que estudar uma língua é estudar também sua cultura, seus costumes, suas tradições. Desconsiderando essa conduta/ sugestão do método comunicativo, vê-se que a prova não se orienta por essa premissa. Logo após, na mesma questão, há um texto sobre Cleópatra com a mesma proposta de formulação de perguntas óbvias demonstrando falta de criatividade na elaboração. A última questão da prova dá aos alunos a oportunidade de mostrarem sua "independência comunicativa" (LOPES, in: MELLO,H.A.B e DALACORTE, M.C.F, p.115) pois propõe-se aqui que o aluno produza um texto de 6 linhas, opinando sobre as atitudes das duas mulheres mencionadas na questão anterior. Essa questão afina-se um pouco mais com as premissas do método comunicativo, ainda que os exemplos sugeridos não se afinem com a proposta de observação da cultura e tradições do idioma estudado.
Logo da análise desta prova e partindo dos pressupostos da abordagem comunicativa, o que se pode perceber é uma confusão ou mistura dos dois tipos de enfoque: o estrutural e o comunicativo. No caso desta escola, percebe-se uma nascente preocupação em incluir algumas questões comunicativas em suas provas, mas em seu aspecto geral, não se orienta pelas propostas do método comunicativo, já que não se apresenta bem alinhavada, contextualizada. Cada questão parece ter sido elaborada por um professor diferente, sem que houvesse troca de informações entre eles. Sendo assim, é importante pesquisar e elaborar provas com dedicação e coerência pois quando a escola se diz comunicativa e avalia seus alunos de maneira estrutural, acaba se contradizendo e comprometendo o aprendizado de seus alunos.

Redigido por Carolina Ribeiro Diniz

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[> Re: Tarefa 14 - Grupo 01- Espanhol- Carolina e Juliane -- Vera, 18:45:27 07/14/04 Wed [1]

Vocês fizeram uma análise cuidadosa e minuciosa.
Parabéns.

Vera

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