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Date Posted: 20:43:28 07/18/02 Thu
Author: Neinfo
Subject: Como mentir com estatísticas

Diante da atual onda de balanços financeiros maquiados, convém recorrer aos ensinamentos do matemático Darrel Huff sempre que se estiver diante de números suspeitos sobre a internet

Paulo Humberto/BVDA

ROBSON PEREIRA

Todos os dias, em algum lugar do mundo, alguém divulga números e estatísticas sobre a internet. Uma parte desses números tem o objetivo didático de nos ajudar a entender e a contextualizar a informação - seja o tamanho, a importância ou mesmo os perigos da Web. Por isso, são importantes, mesmo que não representem uma verdade absoluta ou que não estejam respaldados por um rigor científico. Outra parte procura defender interesses legítimos ou não, próprios ou de terceiros e por isso devem ser encarados com reservas.

Embora nem sempre seja fácil distinguir uns e outros, procuro seguir uma regra sugerida pelo matemático americano Darrel Huff, de quem tomei emprestado o título lá em cima, utilizado por ele em um livro publicado pela primeira vez no início dos anos 70. Sempre que você estiver diante de números suspeitos, ensinava Huff, experimente fazer três ou quatro perguntas e avalie se ainda vale a pena acreditar neles.

Saber quem disse, por que disse, como é possível que ele saiba disso e, principalmente, se o que foi dito faz sentido ajudam a desmitificar muita coisa que tem sido alardeada nos últimos anos. E olha que o conselho insuspeito do autor foi dado antes mesmo da chegada da internet ou da atual onda de balanços maquiados que assola e apavora a maior economia do mundo...

Esta semana, recorri duas vezes ao "método Huff" ao duvidar de duas novas informações estatísticas relacionadas com a internet. A primeira dizia respeito ao perfil dos spams - essas mensagens não solicitadas que literalmente invadem nossas caixas postais. A outra estatística insinuava o interesse de estudantes por informações sobre um determinado tipo de drogas.

Amparada por gráficos e tabelas, a mais recente estatística sobre spams aponta um crescimento de 450% no número de mensagens indesejáveis enviados por sites pornográficos nos últimos 12 meses. As mensagens pornográficas, segundo o levantamento, já representam 8% do volume de e-mails recebidos pelos internautas, enquanto o mercado financeiro respondeu por 20% do total de spams que circulou pela internet no último ano.

Quem disse isso? Uma empresa que atua no desenvolvimento e venda de ferramentas anti-spams. Como ela sabe disso? Não faço a menor idéia, até porque os dados passam longe do perfil das mensagens que recebo diariamente por e-mail. Por que ela disse isso? Talvez para nos convencer da importância de comprarmos os seus equipamentos para filtrar as mensagens indesejáveis.

Faz algum sentido? Depende.

O segundo sinal de alerta disparou ao encontrar o termo "marijuana" na relação dos mais consultados em um dos principais serviços de buscas na internet mundial. A informação era essencialmente numérica e desprovida de adjetivos ou destaques. Parecia uma dessas tabelas de livros mais vendidos, com três ou quatro colunas - o título da obra, a posição na semana, o número de vezes consecutivas que aparecia na relação.

Na semana terminada em 29 de junho, "marijuana" ocupava a 38.ª posição na lista dos "50 mais" - encabeçada pelo desenho japonês Dragonball. Mas ao contrário deste, pela segunda semana na lista, há quase um ano o termo "marijuana" aparece como um dos mais pesquisados no serviço. Em uma nota de rodapé, comum a todos os indicados, a informação de que a procura pela palavra era maior durante o período de aulas e praticamente caía a zero nas férias de fim de ano.

Fiz as perguntas de praxe. Quem disse? Um dos maiores serviços de busca na internet. Por que disse? Na verdade, não disse - apenas revelou. Como sabe disso? Os registros dos termos procurados estão em seus próprios servidores e tudo o que a empresa precisa fazer é "contar" o número de logs para cada termo procurado. Faz algum sentido? Sim.

Huff admitia que o mau emprego de estatísticas para mascarar ou destacar verdades e mentiras nem sempre ocorria por má-fé, mas era implacável na conclusão de que isso não diminuia as conseqüências do problema. Por fim, uma dica-desafio: consulte cyberatlas.internet.com e entre centenas de estatísticas sobre a internet descubra algumas com as quais vale a pena nos preocuparmos.

http://www.estado.estadao.com.br/editorias/2002/07/18/cad036.html

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