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Date Posted: 14:05:18 05/22/05 Sun
Author: Ana Lúcia Marques
Subject: Instrução Formal - resumo 13

Disciplina: Linguística Aplicada a Línguas Estrangeiras
Aluna: Ana Lúcia S. Pitanguy Marques

Resumo - Semana 13 (23 – 27 maio)


Instrução Formal


O papel da instrução formal dentro do processo de aquisição de LE e L2 tem sido, ao longo das últimas décadas, refutado, discutido, re-enfocado e, ultimamente, redirecionado por resultados encorajadores de pesquisas que apontam aos professores caminhos para a sua utilização benéfica desde que observadas algumas condições, ocorra em determinadas circunstâncias e tenha um foco em aspectos linguísticos específicos dentro da prática comunicativa. Do contrário, segundo LARSEN-FREEMAN e LONG, corre-se o risco de se promover o enfoque na instrução formal nos moldes de modelos teóricos já amplamente refutados não só por não mais condizerem com os modelos atuais de aprendizagem adequados aos diferentes tipos de aprendizes, mas também por não serem congruentes com as práticas pedagógicas adotadas mais recentemente, como por exemplo, a abordagem comunicativa e as técnicas de interação, negociação de sentidos, entre outras.

Tanto ELLIS (1997) quanto LARSEN-FREEMAN (1991), discorrem sobre a instrução formal de maneira a deixar claro a necessidade de mais estudos específicos nas áreas em que ainda pairam controvérsias. Uma delas seria a pesquisa que incluísse alunos com proficiência linguística em nível intermediário e acima ( H. D. Brown é mencionado mas não é o suficiente), pois a maioria dos estudos mencionados investiga a aquisição de aprendizes em nível básico; uma outra possibilidade seria, segundo LARSEN-FREEMAN, a investigação quantitativa com foco na elaboração dos aspectos instrucionais utilizados na prática pedagógica.

ELLIS, neste cap. 4, faz uma ligação entre as diversas linhas de abordagem à instrução formal, concentrando a princípio na identificação e definição das dicotomias aprendizagem e conhecimento implícito e explícito de L2, e processamento controlado e automático desta aprendizagem. O autor concentra sua análise no input dado em sala de aula, e discorre sobre as diversas teorias que dão suporte à esta prática como auxílio ao desenvolvimento da competência linguística dos aprendizes. Ele menciona o papel da 'saliência' dada a aspectos linguísticos e a ligação com sua learnability; a instrução formal dentro do contexto de interações e negociação de significados; o papel de trabalho em pequenos grupos propiciado pelo ambiente da sala de aulas; e menciona a possibilidade, bastante controversa, de que ao automatizar o conhecimento novo ele poderá se integrar ao que é produzido automaticamente, sendo considerado conhecimento adquirido. Ao leitor fica a nítida impressão de que ambos os tipos de conhecimento, implícito e explícito, necessários a uma aquisição de L2, só serão adequadamente adquiridos e posteriormente utilizados pelos aprendizes em sua produção espontânea, se forem processados de forma a incluir a prática, que pode ser controlada em algumas circunstâncias – o que justificaria a intervenção de práticas pedagógicas que contemplam aspectos linguísticos na sala de aulas (Schmidt & Frota, 1986). Krashen (1981) também vê benefícios na instrução formal para os iniciantes, com a exposição dos aprendizes ao input compreensível, já que o ambiente natural não ofereceria necessáriamente um input compreensível nesta fase de desenvolvimento ainda incipiente da interlíngua.

ELLIS também discorre sobre o papel da awareness-raising dos aprendizes sobre aspectos linguísticos que podem ser salientados pela instrução formal – conhecimento explícito – através de 'resolução de problemas', postulando uma 'atenção de forma consciente' a aspectos linguísticos que, à medida que os aprendizes fazem escolhas e incorporam os padrões de construção destes itens, eles passam a observar outros aspectos de suas construções, avançando assim no desenvolvimento de sua interlíngua. Ele propõe um modelo de processamento linguístico ilustrado na p. 119, figura 4.3, onde o input para se transformar em output passa pelas etapas de noticing, comparing e integrating, quando então passa a fazer parte da interlíngua do aprendiz; e define as condições em que estas etapas seriam realmente agentes eficazes no processo de transfomação, ou reformulação da interlíngua. ELLIS complementa argumentando que “learners will be more inclined to engage in grammatical processing if they possess explicit knowledge and will be better equipped to do so” (p. 123), e finaliza citando Schmidt (1986) que chegou a resultados que indicam serem os adultos os possíveis beneficiados pela instrução formal. Como eles podem analisar seu ouput de maneira consciente e objetiva, este output pode ter um efeito washback e servir de input para uma nova reformulação.

LARSEN-FREEMAN & LONG fazem uma revisão das teorias que postulam que o processo de aquisição deve ter a ênfase no significado e não na forma linguística, mencionam Chomsky e Krashen, e mostram aspectos tanto positivos quanto negativos desta corrente teórica. Assim como ELLIS, estes autores discorrem sobre os efeitos da instrução formal, mencionando vários estudos, dentre eles o de Pica (1983), Gass (1982), Long (1983), que mostram resultados encorajadores em relação a uma abordagem de ensino que inclua a instrução formal. Aspectos como a aceleração do processo da competência, um aumento da competência linguística quando o foco linguístico concentra-se em easy grammar, foram observados e são relatados, ainda que não possam servir fazer previsões de aquisição no longo prazo.

Para concluir, gostaria de mencionar que esses autores mostram aos leitores uma variedade enorme de investigações que tanto apoiam quanto refutam a prática pedagógica que inclui a instrução formal no ambiente da sala de aulas. Portanto, cabe a nós, após análise cautelosa dos vários estudos e seus resultados, nos posicionarmos em relação à instrução formal dentro dos contextos no qual transitamos e observarmos atentamente as necessidades e objetivos dos aprendizes da língua alvo, que irão nos informar sobre a abordagem que mais eficazmente atenda ao que eles pleiteiam, ao mesmo tempo que os auxilia a se tornar mais autônomos no curto prazo.




Referências Bibliográficas

ELLIS, R. A theory of instructed second language acquisition. In: ELLIS, R. SLA research and language teaching. Oxford: Oxford University Press, 1997. p.107 a 133.

LARSEN-FREEMAN, D; LONG, M.H. Instructed second language acquisition. In: LARSEN-FREEMAN, D; LONG, M.H. An introduction to second language acquisition research. London: Longman, 1991. p.299-331.

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