Date Posted:08:01:20 05/30/05 Mon Author:Danilo Cristófaro Subject: semana 14 - A pesquisa sobre aquisição
UFMG – PosLin
DISCIPLINA: LIG 905 Seminário de Tópico Variável de Lingüística Aplicada - Professora Vera Menezes – 2005/1
Aluno: Danilo Cristófaro Alves da Silva
semana 14: 30 de maio a 3 junho - A pesquisa sobre aquisição
LARSEN-FREEMAN, D. Second language acquisition research: staking out the territory. In: SILBERSTEIN, S. (Ed.). State of the art TESOL essays. Bloomington, Illinois: TESOL, 1993. p.133-168
Larsen-Freeman faz, em seu artigo, uma descrição histórica do campo de pesquisa sobre aquisição de L2, desde a década de 70 até os dias de hoje, e sugere que a próxima fase neste campo terá como foco o aprendizado e o aprendiz. A autora, então, nos dá uma visão através da descrição, e outra, através da explicação, tanto do processo de aprendizagem, quanto do aprendiz.
Segundo a autora, antes do aparecimento de SLA como um campo definido de estudos, a análise contrastiva, entre a L1 e a L2, era a prática que prevalecia. Depois, com as propostas de Chomsky sobre o processo de aquisição, passou-se a pesquisar os erros dos aprendizes. Com a comparação dos erros com as produções corretas dos aprendizes, o foco das pesquisas se concentrava na análise e comparação da performance dos mesmos. De acordo com o texto, com o progresso nas pesquisas de SLA, percebeu-se que estudar só a performance dos aprendizes não bastava: o insumo que os aprendizes recebiam deveria ser, também, estudado. Assim, nasceu mais uma grande área de estudos: a análise do discurso. Larsen-Freeman argumenta que todos estes avanços, que não vieram para substituir os campos de estudos já existentes, e sim serem adicionados à eles; demonstram um alargamento da perspectiva do campo de SLA.
Contudo, juntamente com o alargamento desta perspectiva, a autora afirma que houve também um movimento de estreitamento o foco de pesquisa e estudos em algumas áreas específicas, entre elas a transferência de L1, o insumo que os aprendizes recebem, e a variação na interlíngua. A autora ainda descreve que a partir da segunda metade da década de 80, houve um estreitamento do foco também na área de criação de teorias de SLA, e usa um esquema de classificação que divide as teorias em nativistas, ambientalistas e interacionistas. O artigo sugere que nenhuma destas teorias explica todos os processos presentes no aprendizado de L2, e que talvez seja necessário termos uma teoria que englobe todos os processos.
A autora parte então para uma descrição dos fatores presentes no progresso de aprendizagem do aprendiz, que têm sido objeto de hipóteses que visam desvendar as variáveis que diferenciam o êxito no aprendizado de segunda língua: a idade, a aptidão, fatores socio-psicológicos (atitude e motivação), personalidade, estilo cognitivo e estratégias de aprendizagem. Segundo Larsen-Freeman, essas variáveis, se estudadas isoladas umas das outras, proporcionam uma imagem distorcida de todo o processo de aprendizagem. Já os modelos de aculturação – pidginização e o modelo socioeducacional - tentam explicar os mesmos fatores que influem no processo de aprendizagem de L2.
Para Larsen-Freeman, é necessário que continuem a considerar tanto o aprendizado quanto o aprendiz, e que este processo de alargamento das perspectivas nas pesquisas de SLA deve continuar. Contudo, a autora defende a idéia de que mais atenção deve ser dada às pesquisas de aquisição em ambientes formais, e elicita dez características (com aspectos sobre o processo, o aprendiz e o meio) do processo de aprendizagem e dos aprendizes, que os professores e pesquisadores devem estar cientes.
A autora finaliza o artigo afirmando que o campo da SLA se encontra numa fase de maturidade, e que com esta maturidade deve vir a responsabilidade de, enquanto se preserva o foco num ponto específico, não se deve esquecer a imagem do todo.
