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Date Posted: 10:36:09 05/30/05 Mon
Author: Liliane Sade
Subject: Semana 14 - a pesquisa sobre a aquisição

Resumo 13 – semana 14

Liliane Assis Sade Resende
Lingüística Aplicada
Profa. Dra. Vera L. Menezes de O. e Paiva
FALE – UFMG

LARSEN-FREEMAN, D. Second language acquisition research: staking out the territory. In: SILBERSTEIN, S. (Ed.). State of the art TESOL essays. Bloomington, Illinois: TESOL, 1993. p.133-168
Larsen-Freeman traça um histórico da SLA ao longo dos seus 25 anos enquanto disciplina. De forma geral, a autora demonstra como houve uma ampliação do foco da pesquisa, seguida de uma especialização em determinadas áreas e nova tendência a ampliação do mesmo. A autora demonstra também como a pesquisa em SLA deixou de ser centrada unicamente nas questões lingüísticas do aprendizado para centrar no processo e no aprendiz.
A autora aponta os anos 70 como o marco em que a SLA foi reconhecida enquanto campo de pesquisa. Antes desta data, pesquisadores, seguindo uma orientação behaviorista, desenvolviam suas pesquisas visando apenas análises contrastivas da língua com a finalidade de identificar aspectos da L1 que pudessem interferir negativamente no aprendizado da L2 e logo, preparar materiais que pudessem prevenir essa interferência. A concepção do erro como algo negativo à formação de novos hábitos lingüísticos é uma das características mais marcantes dessa época. Com o advento do gerativismo proposto por Chomsky a partir dos anos 70, inúmeras pesquisas foram desenvolvidas com o intuito de verificar as propostas Chomskyanas tais como o inatismo, a ordem natural de aquisição e evidências da Gramática Universal (GU). Essas pesquisas focalizaram, primeiramente, os erros do aprendiz. Outrora considerados no Behaviorismo como negativos, os erros passaram a assumir novo papel no gerativismo. Foi observado que muitos erros, tais como as supergeneralizações, eram cometidos da mesma forma por aprendizes de L1, assim como os de L2, constituindo-se assim, em evidência da GU. Logo, análises de erros foram desenvolvidas. No entanto, apenas essas análises não se mostraram suficientes para descrever o processo de aquisição uma vez que (1) o foco no erro negligenciava o sucesso do aprendiz, (2) foi observado que alguns alunos evitavam produzir a língua para evitar os erros e (3) os erros não eram suficientes para descrever todas as dificuldades do aprendiz. Sendo assim, as pesquisas passaram a focalizar performance do aprendiz no geral. Essas pesquisas foram concentradas, principalmente, no que veio a ser chamado de estudos dos morfemas e procuraram identificar, através da performance, as regras mentais inconscientes usadas pelo aprendiz para entender e produzir a língua (“construção criativa”, relativa à competência). Foram também produzidas pesquisas longitudinais visando análises do discurso do aprendiz. Essas pesquisas revelaram que aprendizes de L1 e L2 passam por estágios de desenvolvimento semelhantes no processo de aprendizado, dando embasamento ao argumento da ordem natural de aquisição. As pesquisas também revelaram que os aprendizes não adaptam sua L1 para servir à L2, mas constroem um sistema lingüístico novo ao aprender a L2 – surge o conceito de interlíngua (IL) (Corder, 1967). Foi verificado também que o processo de aquisição não é linear e possui retrocessos (U-shaped curve).
Assim como as análises dos erros, os estudos sobre a performance também não se mostraram suficientes para explicar o processo e novo foco foi adotado – o input recebido pelos aprendizes. Estudos sobre a interação entre aprendizes e falantes proficientes foram desenvolvidos, principalmente, por Hatch (discourse analyses). Os estudos de Hatch foram seguidos pelos estudos dos atos de fala, estratégias comunicativas e análise do discurso em sala de aula.
Após essa fase na qual houve uma ampliação do foco de pesquisa da SLA, os anos 80 foram marcados por uma restrição no foco das pesquisas com vista à especialização do conhecimento sobre alguns pontos específicos do processo, tais como a transferência lingüística, o papel do input e a variação lingüística. De forma geral, Larsen-Freeman observa que os estudos conduzidos nessas áreas não foram conclusivos.
Os estudos sobre transferência lingüística apresentaram resultados polêmicos. Wode (1978) observa que a similaridade entre a L1 e L2 era o que causava maiores problemas. Já Eckman (1985) argumentaria o contrário. No entanto, o que foi constato em todas as pesquisas foi que a transferência era uma estratégia cognitiva de produção da língua.
Com relação ao input, foi constatado que nem todo input se transformava em intake, logo foram desenvolvidas pesquisas visando verificar o input recebido e o output do aprendiz (Gass & Madden, 1985). De maneira geral, aprendizes expostos a um maior input apresentaram maior proficiência. Outro grupo de pesquisas (Day, 1986; Hatch, 1983; Gaies, 1977; Long, 1980; Krashen, 1982 e Swain, 1985) sobre input e output foi desenvolvido procurando verificar a forma como falantes proficientes adaptavam suas falas para produzir input mais compreensível (foreigner talk e teacher talk) e para verificar o papel tanto do input quanto do output para a aquisição.
Com relação à variação lingüística, foi verificado que a IL é variável e a grande maioria das pesquisas foi conduzida tentando explicar essa variabilidade (Adamson, 1988; Burmeister & Rounds, 1990; Eisenstein, 1989; Ellis, 1987; Gass, Madden, Preston & Selinker, 1989 e Tarone, 1988). Tarone observou a construção sociolingüística do estilo do discurso do aprendiz que varia entre o vernáculo e o elaborado de acordo com o contexto de produção da língua. Além da atenção à forma, outros fatores foram mencionados por Larsen-Freeman, com base nas pesquisas realizadas, a atuarem sobre a variação da interlíngua, tais como o monitoramento, os fatores sociolingüísticos, o contexto lingüístico e situacional, os domínios do discurso e outros. O que foi constatado de maneira geral é que a interlíngua é um sistema lingüístico e a variação ocorrida é probabilística e sistemática.
Segundo a autora, os meados dos anos 80 e início dos anos 90 testemunharam uma mudança de foco das pesquisas que passaram de uma mera descrição do processo para uma tentativa de explicação do mesmo. Três campos distintos tentaram explicar o processo de aquisição adotando paradigmas teóricos diferenciados: o nativismo (Chomsky e seguidores: White, 1990; Flynn, 1987; Flynn & O’Neill, 1988; Gass & Schachter, 1989; Felix, 1985, Zobl, 1990 e outros) – com os estudos sobre a gramática universal que atribui a aquisição aos mecanismos mentais inatos do ser humano; o ambientalismo – com os estudos conexionistas (Gasser, 1990; Sokolik, 1990; Spolsky, 1988) que explicam a aquisição como um acionamento via input freqüente de redes interconectadas que através de mecanismos associativos de peso criam rotinizações lingüísticas que podem ser alteradas via calibração do sistema frente a novo input (para os conexionistas o ambiente social em que se situa o aprendiz é o responsável para o desenvolvimento da língua e não os processos mentais); e interacionistas – com o modelo da competência variável (Ellis, 1985) – este estudo explica a aquisição pela interação entre fatores inatos e biológicos com fatores ambientais.
Com base no debate entre Gregg e Tarone sobre o que conta para a aquisição, Larsen-Freeman argumenta que perspectivas múltiplas sobre a aquisição devem ser adotadas sem se perder de vista a necessidade de se estabelecer um campo comum a embasar as pesquisas, o que vem sendo feito nos últimos anos, segundo a autora.
Antes de encerrar seu texto, a autora aponta também a nova ampliação do foco das pesquisas em SLA de forma a englobar as variáveis que atuam sobre o aprendiz e não apenas sobre o aprendizado. A autora cita as pesquisas realizadas sobre os fatores que influenciam a aquisição, tais como, idade, aptidão, atitude e motivação, personalidade, estilo cognitivo e estratégias de aprendizagem. Vale lembrar que, segundo Larsen-Freeman, não é possível determinar até que ponto esses fatores concorrem para a aquisição.
Larsen-Freeman descreve em seguida dois modelos que tentaram verificar a inserção do indivíduo no meio social e como esse processo afeta a aquisição. A autora descreve os modelos de Aculturação de Schumann e o modelo sócio-educacional de Gardner. Ambos tratam da forma como o aprendiz se integra à comunidade de falantes da língua alvo.
Finalmente, para sumarizar suas observações, a autora apresenta as principais conclusões chegadas por ela com relação às pesquisas descritas: (1) A aquisição é um fenômeno complexo que resulta da interdependência de diversas variáveis; (2) a influência dos diversos fatores sobre a aquisição é dinâmica e (3) há a necessidade de se estudar a aquisição em ambientes formais de aprendizado o que havia sido pouco explorado até a data de seu artigo (1993). Com base nas pesquisas descritas, a autora finaliza seu texto apresentando dez questões que devem ser observadas pelos professores em sua prática didática para se compreender melhor o processo de aquisição dos alunos.

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