| Subject: Fala na prostituição. Deve-se ter esquecido da delinquência juvenil e da droga |
Author:
Ana Maria
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Date Posted: 29/06/05 22:07:41
In reply to:
Não há pachorra...
's message, "Esqueceu-se da prostituição..." on 29/06/05 12:32:25
Eu disse "Pessoas que de facto no início da década de 90 passaram por um mau bocado. Mas que sabem que hoje vivem infinitamente melhor porque já viveram infinitamente pior."
E disse isso precisamente porque quando lá estive no ano passado, muita gente me falou do que sofreram nesses anos após o desmoronamento da URSS, nos finais de 1991. É que a URSS era a grande compradora (e vendedora) de produtos a Cuba. Só no petróleo, dum momento para o outro Cuba passou de mais de 13 milhões de toneladas para cerca de 3...
Você esteve lá quatro anos depois desse drama. Fala na prostituição. Deve-se ter esquecido da delinquência juvenil e da droga. Foi também um drama extraordináriamente amplo nesses primeiros anos pós-URSS.
Perante esse cataclismo, os cubanos foram obrigados a definir novas prioridades - a questão alimentar mas também à questão do impulso do turismo. Estão a resolver os problemas, a luta ainda continua. Nunca criminalizaram (nem criminalizam) as mulheres, nem os jovens, nem os que optaram pela reunificação familiar nos USA. Por isso a extraordinária importância que deram à questão da educação básica. É de há 2 ou 3 anos a decisão de 1 profesor acompanhar até 15 alunos até aonono ano de escolaridade e a escola funcionar durante todo o dia. Alunos ocupados e acompanhados evitam más tentações. Também é com base na formação e proximidade que actuam junto das mulheres. Sem moralismos, pois antes da revolução Cuba era o boldel dos americanos e prostitutas havia mais que muitas.
E você sabe que nos períodos de dificuldades os sectores mais frágeis da sociedade são os que mais sofrem, particularmente a juventude.
No ano passado mostraram-me fábricas que ainda permanecem encerradas. Mais que uma pessoa me disse que nesse período, muitas vezes o pequeno almoço não passava de água com açúcar. Mas também me disseram que fecharam fábricas, grandes obras, etc., mas não encerrou nem uma escola, nem um posto médico, nem um hospital, que não havia papel sequer para impressos administrativos mas que nunca faltou para os cientistas!
Eu estive lá nove anos depois de você. Acredite que estes nove anos em Cuba mudaram muita coisa para melhor. Agora muitos dos jovens delinquentes do seu tempo estão com certeza formados, e muitos deles talvez na Venezuela a apoiar os jovens dos bairros de lata.
Atrevo-me a aconselhá-lo a regressar a Cuba para ver como está, dez anos depois.
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